O homem, sendo a coroa da criação, deve testificar Deus no grau mais elevado.
O homem individual, tu e eu, deve ser o arauto máximo da imortalidade, da eternidade, do infinito, de todo o bem, de saúde, de harmonia, de integridade, da abundância criadora – não dele mesmo, mas de Deus.
A graça de Deus deve transparecer dos teus olhos.
A harmonia de Deus deve revelar-se através da saúde do corpo humano, teu e meu.
A inesgotável riqueza de Deus deve expressar-se na prosperidade do teu suprimento econômico, não em virtude de alguma das tuas capacidades – por seres bom e virtuoso – mas porque Deus é amor, e porque a natureza do amor se revela no fato de que tu tens abundância de tudo.
É do agrado de Deus dar-te o reino; que tenha o reino não no suor do teu rosto, com teus trabalhos e tuas canseiras, ou pelo fato de conquistares e mereceres – não!
O reino virá a ti pela graça de Deus, que opera em ti, e cujo advento tu só impedes quando tentas reduzir Deus a teu servo.
Papai Noel Deus! O motivo de todo desejo ser pecado é que o desejo se fundamenta no conceito de um Deus que dá ou que retém.
O desejo também se baseia na aceitação da ideia de que algo, alguém ou algum lugar não possa ser Deus.
Pouco a pouco se modificará em ti a ideia que tens de Deus; a partir daí, não mais fará orações a Deus como se ele fosse algum Papai Noel.
Não deixarás de orar, mas a tua oração terá outro caráter e outro sentido. Compreenderás que Deus nada pode dar e nada pode negar, porque Deus é a TOTALIDADE...
Pode o homem, sim, excluir-se da graça de Deus, mas pode também incluir-se novamente e reatar o seu contato com a Fonte divina, e é este o sentido da oração.
Então, a oração deixará de ser um ato de pedir e de procurar algo; começará a ser uma atitude de pedir, de bater, de procurar, em demanda de mais Luz, de maior Sabedoria, de uma compreensão mais profunda da Verdade.
Jubilosamente abrirás mão de todas as coisas, contanto que isto te aproxime, por um passo sequer, da tua experiência de Deus, que é a tua auto-realização – tu, que és o filho de Deus e herdeiro do seu reino, expressão da eterna essência divina.
A essência divina será realizada em tua existência humana. A sabedoria de Deus se tornará a tua própria sabedoria. A vida divina passará a ser a tua própria vida imortal. E o teu corpo será o templo do Deus vivo. A força, a juventude, a vitalidade de Deus fluirá através de cada um de nós.
Deus é a infinita plenitude do Bem, revelando sem cessar o seu próprio Ser na forma do Universo.
Deus nada pode acrescentar a isto – nem jamais deduziu alguma coisa disto. Deus não pode aumentar nem diminuir.
Deus simplesmente é. Isto vale de todos os milênios passados – e isto vale de todos os milênios futuros – DEUS É. E após milhões e milhões de anos e de séculos – DEUS É.
Quando dizemos que Deus é eterno ou infinito, que Deus é bom, que Deus é vida, ou amor, nada mais afirmamos do que isto – DEUS É.
É este o limite de todo o nosso conhecimento divino – DEUS É.
Se Deus é, então eu sou. Não posso dizer “Eu sou ontem”, não posso dizer “Eu sou amanhã” – tudo o que posso dizer é isto: “Se Deus é, então eu sou”.
Não procuro nada, porque tudo que é do Pai é meu; tudo que Deus é isto eu sou. Ele me criou segundo sua imagem e semelhança, e me deu pleno poder e domínio sobre tudo que há no céu, no ar, na terra, na água e debaixo da terra.
Se Deus me deu pleno poder sobre tudo isto, que poder me poderia ainda fazer mal? Se eu possuo um poder divino, que outro poder me poderia penetrar, fazendo-me doente ou mau?
Quando se sabe que Deus é, torna-se supérfluo querer descobrir um poder divino que algo faça a nosso favor. Deus É; a sua natureza é isto: “ELE É”. Deus nunca “foi” ou “era”. Deus é o eterno “EU SOU”. E isto é a nossa salvação, porque ele é força, amor, vida, sabedoria. Procuremos enxergar a Deus nesta luz – nesse eterno “ELE É”; não como alguém que “era” há 2 mil anos, ou alguém que “será”, quando nós o merecermos.
Leitor, vai a um parque, onde brota capim novo, onde nascem folhas nas árvores; ou, mais tarde, quando aparecem as flores. Contempla aí como “DEUS É”, a cada momento, em folhas, flores e frutos.
E – coisa maravilhosa! – ninguém pede para que assim seja; ninguém diz a Deus quanto ele necessita destas coisas – das frutas, do verde capim, do gado sobre as colinas. E, no entanto, Deus faz aparecer tudo isto.
Sim, Deus providencia tudo quanto necessitamos sem o nosso concurso, sem a nossa intervenção.
Cerca de meio século atrás correu pelos Estados Unidos a notícia alarmante que, dentro em breve, não haveria mais bastantes cavalos para transportes e montaria de pessoas e mercadorias – mas apareceram os veículos motorizados, e tudo continua normalmente.
Como se o homem fosse responsável pela continuação do mundo!
A graça de Deus é suficiente para hoje, para amanhã e para sempre. A mais alta forma de oração é esta: “Deus É – amém”. O Deus onipresente é o Deus onipotente, onissapiente e onibenevolente – nada mais é necessário.
Quando compreenderes que Deus é o princípio criador do Universo, que sustenta toda a vida e o cosmo, que esse princípio criador é a Inteligencia do Universo, Amor, Vida, o Coração do cosmos, então não mais rezarás a Deus – terás alegria nele, e esta alegria será a tua oração. Terás comunhão com ele, e nada procurarás só para ti; nem pedirás algo para outros, nem jamais atribuirás a Deus o papel de servo que deva cumprir a tua vontade e satisfazer os teus desejos.
Deus manifesta a sua natureza infinita criando, sustentando e governando este esplêndido e grandioso Universo; e nós, que vivemos neste mundo, somos servos do Altíssimo. Nunca espere de Deus que Ele sirva aos homens.
Compreende que a tarefa do homem consiste em servir e glorificar a Deus – que testifique na terra aquilo que Deus é.
Modifica a tua oração no sentido de não mais pretenderes desse Deus poderoso e grande que faça favores a um pequenino “ego”.
Muitos agem como se, de fato, pensassem assim, como se se julgassem capazes de induzir Deus a lhes satisfazer os desejos. Importam que compreendam que estão aqui na terra para que Deus se manifeste através deles. Em vez de permitirem a Deus que fale por meio deles, falam a Deus eles mesmos, contam-lhe coisas, fazem-lhe pedidos, determinam o que ele deve fazer, dão-lhe ordens – e esta é a razão por que não são atendidos.
A resposta só virá quando forem capazes de assumir a atitude de Moisés, que escutou a voz de Deus, e esta voz lhe mostrou o que ele devia fazer e como devia fazer.
Os hebreus, como escravos do faraó do Egito, tinham de sofrer muito. Julgavam adorar o Deus único, e por causa dessa sua crença era escarnecidos pelos soldados do faraó: “Quem é esse Deus? Que faz esse Deus por vós? Continuais a ser os nossos escravos, dos egípcios; continuais a sofrer sob as ordens do nosso faraó. Onde está o vosso Deus? Que poder tem ele?”.
Durante muitos anos, devem os hebreus terem respondido apenas isto: “Este Deus único nada faz por nós; deixa-nos viver e morrer na escravidão”.
E assim continuou – até que um dentre eles se abriu a Deus, em humildade e em verdade. Moisés esperou muito tempo que Deus lhe falasse – e o mesmo nos pode acontecer a nós. Mas, depois de ouvirmos pela primeira vez a “voz suave e silenciosa”, ela se manifesta mais vezes e, por fim, ela vem quando dela necessitamos; basta fecharmos os olhos, assumirmos uma atitude receptiva, por alguns momentos – e eis que entra no campo da nossa experiência aquilo de que temos mister!
A partir do momento em que Moisés se fez servo de Deus, era ele guiado por Deus, era ele mantido e alimentado por Deus. E, desde então, podia Deus agir através de Moisés para libertar o povo hebreu.
Os povos de todas as nações, de todas as raças, de todas as classes poderiam ser salvos se tivessem aprendido a orar e a abrir-se a Deus, de maneira que a voz divina pudesse falar dentro deles, guiando-os, alimentando-os e suprindo todas as suas necessidades.
“Aqui estou, Pai, escutando a tua voz! Aberto está o meu ouvido interno. Estou sem nenhuma preocupação, sem nenhum pedido, sem expectativa, sem ambição alguma. Não te peço que faças algo que não estejas fazendo já. Aguardo a palavra da tua graça. Eu sou servo do Altíssimo.”
Sai do domínio da lei! Entra no regime da graça!
A lei te mantém na zona das doenças – a graça te liberta de todo o mal.
O regime da graça é saúde, harmonia, paz, prosperidade, abundância de todos os dons de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário