segunda-feira, 31 de outubro de 2016

NEGOCIOS - JOEL GOLDSMITH

Eis a palavra relativa a negócios: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará livres”; e a Verdade que você deve conhecer é que você já é livre.



Todo negócio é negócio de Deus, seja ele de qualquer natureza. 


O único alimento que há, é o “Pão da Vida”, que somente Deus provê; a água única é a “Água da Vida”, que flui livremente de Deus ao homem, cuja fonte está no Céu. Deus supre tudo isso a Seus filhos (pensamentos receptivos), de forma que Ele possa Se expressar plenamente.



Tire dos seus ombros o peso da responsabilidade. “Aquieta-te”, e deixe que o Amor traga seus clientes, lucros e volume de negócios. Não permita a entrada de ideias de competição.



Você não depende de condições materiais em seus negócios. 

A mentira da mente mortal diz que você é dependente do tempo, da prosperidade, do meio, e da ausência de competição para ter sucesso. Pelo contrário, pensamentos desse tipo são humanos e são justamente o peso que deve ser posto de lado. 


A Bíblia diz: “(...) deixemos todo o embaraço… e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:1).



Prepare o pensamento para os negócios do dia e faça mentalmente o convite ao mundo. Saiba que o Amor enche todo o espaço, que cada canto de seu mundo é preenchido com ideias divinas que expressam alegria, gratidão e amor.
Deixe o pensamento fora das transações. 

Apenas retenha a Verdade de que o Cristo a todos fez o convite “Venham a mim”, para dEle receberem a provisão. 


Não dê nem receba “tratamentos” para o sucesso nos negócios; saiba constantemente, porém, que a Divina Inteligência continuamente está Se expressando em seu negócio; que o Amor divino está eternamente sendo manifestado nele; que a Mente produz toda a atividade necessária; que o Amor supre o capital; que o Princípio está sempre se expressando num negócio harmonioso, ativo e completo.



Não permita que pensamentos sobre condições, clima, competição, surjam para atrapalhar a sua fé, e confie que a Verdade está agora sendo expressa como seu negócio. 


De fato, a Verdade é seu único negócio, a corporificação da harmonia, da vida completa e da ação permanente. Conserve a mente plena da Verdade de que seu negócio é mantido e governado por Deus.



Não há elemento algum do mal em seu negócio, nenhum elemento de falta ou limitação.


A aparente falta de atividade não significa a falta de Deus ou do bem, nem tampouco que algo de mal esteja presente. Ela é Deus batendo à porta de sua consciência, dizendo-lhe: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa”. 


Veja que sua salvação não é dependente de um homem ou de condições materiais. Coloque sua fé e confiança no poder da sempre-presente Lei da Mente de Se expressar em harmonia e abundância.



A preocupação é falta de confiança no Princípio, falta de fé no poder onipotente. Nada disso faz parte de sua consciência nem possui presença em qualquer época ou lugar.



Temores e preocupações não têm o poder de afastar a “Mão da Onipotência”. 


A despeito deles, você é Consciência espiritual em que a atividade harmoniosa de negócio contínuo sempre é experienciada. 

“A criação (negócio) está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável”. Este é o verdadeiro negócio. 


Estude II Reis 25: 29-30: “…passou a comer pão na sua presença todos os dias da sua vida. E da parte do rei lhe foi dada substância vitalícia”.


Não há ninguém apartado de Deus; não existe nenhum corpo, ser ou negócio apartado de Deus. Deus faz com que todos estes prosperem. E esta prosperidade se dá mediante a Sua Presença.





sábado, 29 de outubro de 2016

O BEM NOS CHEGA NA MEDIDA DE NOSSOS CONDICIONAMENTOS -JOEL GOLDSMITH

A harmonia espiritual vem como infinita perfeição, mas o grau em que alguém irá desfrutá-la é proporcional ao seu condicionamento mental. 
Todas as pessoas recebem algum tipo de condicionamento, trazido pelos ascendentes, pela nacionalidade, religião, mais ainda pela educação, e finalmente pelas suas experiências pessoais na vida. 

Portanto, quando alguém se volta ao Espírito, é muito provável que a graça de Deus lhe chegue através de algum modelo condicionado pelo seu estado de consciência.


Deus nada sabe de doença; Deus nada sabe de um coração que devesse bater a um ritmo determinado. Esteja certo de que, tivesse Deus conhecimento de tais coisas, o coração bateria corretamente o tempo todo. 
Nada existe que esteja fora do poder de Deus. Mas se você estiver condicionado à ideia de quão rápida ou lentamente o coração deva bater, quando Deus ditar a harmonia do corpo, para você o natural será interpretá-la segundo aquele padrão de ritmo cardíaco, ou algum determinado grau de temperatura.


Há pessoas que não conseguem dormir, ou que não dormem o suficiente, e que, ao se voltarem para o Espírito, dão-se conta de que posteriormente passaram a dormir durante oito ou nove horas seguidas. 

Suponho que elas atribuam este período de horas de sono à vontade de Deus. 

Porém, compreenda claramente este ponto: no que se refere a Deus, a necessidade de sono não existe! 

Deus jamais cochila ou dorme, e o mesmo é verdadeiro para a Sua “imagem e semelhança”.

Portanto, se após voltar-se a Deus, você constatar que a insônia deu lugar às oito ou nove horas de sono, este resultado se deve ao seu condicionamento mental de considerar aquilo como dose normal. 
O mundo conhece um grande número de pessoas, autoras de grandes realizações, que costumavam dormir bem menos. Se a vontade de Deus fosse a de que elas dormissem durante oito horas, certamente elas teriam que proceder daquela forma. No entanto, sabendo da possibilidade que tinham de trabalhar com um período reduzido de sono, elas assim fizeram, condicionando a si mesmas neste sentido.


Quando o bem se manifesta, é curioso notar que uma pessoa o recebe na forma de um luxuoso carro, outra o recebe como um moderno iate, e uma terceira o recebe na forma de um valioso diamante, ou uma bela mansão. 

Porém, se Deus concede a Sua graça a todas aquelas pessoas, não seria natural que todas igualmente recebessem as belas mansões? Não, pois cada uma condiciona o bem recebido em função de algo que traz latente em sua consciência.



O impossível não existe, pois a nossa natureza verdadeira é a mente não condicionada, Espírito ou Alma isenta de condicionamentos. 

Na realidade, todas as pessoas são consciência não condicionada, mas o condicionamento que posteriormente recebem seria para elas um estado de limitação.


Quando chegam ao caminho espiritual, elas precisam se desfazer desse condicionamento. Não é tarefa fácil! 

Diante de cada problema, terão de se retirar interiormente para conscientizar: “Deus é. Deus é onipresente exatamente aqui onde eu estou; Deus é infinito, e é bondade infinita”.


Cada vez que estiver frente a uma doença, lembre-se conscientemente de que a doença não faz parte da vontade de Deus; logo, não possui qualquer poder. 
Somente o que é ordenado por Deus é poder; somente àquilo que Deus outorga poder, constitui poder.


Será preciso que você realize um autotratamento para se libertar daquilo que seus pais, sua igreja e suas escolas lhe vieram ensinando, até que possa chegar à convicção absoluta de que Deus é o todo, e que o poder de Deus é exclusivamente de bem.


Todas as alterações fisiológicas que ocorrem com o passar dos anos deveriam se mostrar sem quaisquer dores, discórdias e desarmonias. 
A idade em nada se relaciona com o corpo ou com o calendário. Ela tem a ver com o fato de você acreditar ou não na existência de um processo regenerativo capaz de restaurá-lo muito mais rapidamente do que o tempo o possa desgastar.
De que forma poderia envelhecer uma pessoa que convictamente reconhece que “Eu nunca o abandonarei, mesmo que você atinja cento e vinte anos de idade. Eu sou a saúde estampada em seu semblante”?

Você não poderá ficar sem nenhum alimento material, mas se acreditar que estará sendo sustentado apenas pelo alimento, estará permitindo que as rugas se formem, o que logo ficará evidenciado. Você poderá se manter como muito menos alimento, ficando ainda melhor nutrido, se parte de sua alimentação for espiritual.


Na realização consciente da Presença encontra-se a sua plena salvação. 

No momento em que houver uma convicção numa bênção ou Graça interior, a Presença irá à sua frente “tornando os caminhos tortos retos.” 

A Presença caminha junto e atrás de você.
A Presença perdoa os seus pecados, cura suas enfermidades, e livra-o de suas carências e limitações.


Contudo, cabe-lhe recordar sempre que somente palavras, ou a mera repetição das mesmas, não fará com que se realize tudo aquilo. 

Deverá ocorrer um real alcance da Presença, quando então você estará dotado do Alto.






                                       






(JOEL S. GOLDSMITH - THE ALTITUDE OF PRAYER – 8)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A menos que comas dessa carne e bebas desse sangue...





AS COISAS ESPIRITUAIS SÓ SÃO DISCERNIDAS ESPIRITUALMENTE... Eis a essência do ensinamento de Cristo.  

É nisto que a humanidade não tem conseguido penetrar, porque vem tentando conhecer a Deus através do intelecto, vem tentando explicar Deus. Isto não é possível. 

Deus não pode ser percebido senão pelo sentido espiritual. 

A verdade e Suas manifestações – o Universo espiritual -, ninguém pode discernir senão pelo sentido espiritual desenvolvido. 

Pode-se desenvolver este sentido por vários meios: pela nossa leitura metafísica e pelo estudo das Escrituras; ensinando e aprendendo a viver espiritualmente, associando-se a pessoas que surgem pelo mesmo caminho espiritual. 

Reunindo-nos todos com o mesmo objetivo, desenvolvendo esse sentido espiritual, chamado "a mente que havia em Cristo Jesus". 

Paulo referiu-se a isto como "o Cristo que vive em mim".

Trata-se de sentido sutil, que devemos desenvolver conscientemente.

Podemos facilitar essa realização divina procurando conscientizar-te, muitas vezes durante o dia e uma ou duas vezes à noite, de que Deus é o centro, a realidade do teu ser; é a tua mente, a tua Alma, que funciona como teu ser individual.

Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei para a vida do mundo é a minha carne.

Este pão, ou entendimento, é o Verbo que Se fez carne. 

Quando olhas para teu corpo através da mente humana,o que vês é apenas um reflexo do conceito mortal e material de corpo, e nunca poderás ver outra coisa, servindo-te da mente humana. 

No entanto, com o desenvolvimento deste senso do Eu que Eu Sou, a Consciência do Pai-Mãe, a Consciência Crística, aprenderás a olhar para o universo através do sentido espiritual e, finalmente, começarás a ver o templo não feito por mãos, eterno, nos céus. 

Esta foi a visão crística que João teve, sua visão do céu, quando ainda na terra, quando estava aqui, andando, falando, trabalhando entre sua gente. Ele viu o que olhos humanos jamais tinham visto. Viu o templo não feito por mãos, viu o universo espiritual, o corpo espiritual. 

Isso é o verás quando, ao invés de recorreres ao emprego de pensamentos, penetrares em ti mesmo, em estado de silêncio, em estado de paz.

Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o ser sangue, não tereis vida em vós mesmos.

A menos que comas dessa carne e bebas desse sangue,a menos que absorvas e assimiles esse alimento, a menos que vejas o templo não feito por mãos, não terás vida eterna. 


Comer e beber significa, neste caso, perceber, aceitar, absorver, assimilar, apreender, conscientizar espiritualmente. 


Quanto mais olhares para o mundo através da lógica humana ou do pensamento humano, mais verás o corpo carnal que deve morrer em algum lugar, entre sessenta e cem anos de idade. 


Entretanto, quanto mais assimilares esta verdade do ser, isto é, quanto mais conscientizares a verdade acerca de Deus e de Sua criação, mais inteligência e vida manifestarás enquanto usares este aparente corpo.








APENAS TESTEMUNHE A PRESENÇA E O PODER ESPIRITUAL .. SEM APEGO AS APARÊNCIAS DE BEM OU MAL






Um problema só pode existir no âmbito da chamada mente humana universal, e se expressa através do indivíduo.


Se, de sua parte, houver uma recusa no sentido de permitir que o problema flua por você, ele será um problema morto. 


Os problemas nada mais são que a crença universal em dois poderes. 


Quando você reconhece esse fato, aceitando a Deus como Onipotência, ou seja, a SUBSTÂNCIA ESPIRITUAL COMO ÚNICO PODER,


o problema é destruído no local único de sua existência: na mente humana universal, na mente que vê matéria. 

Na Antiguidade, deu-se à origem do mal o nome de “diabo”. O diabo não é nem nunca foi uma pessoa. O diabo, ou mal, é algo de natureza impessoal. É possível que ele apareça como pecado, delinquência juvenil, falso desejo, doença incurável, pobreza, ou morte. 

Entretanto, seja qual for o nome ou natureza, aquilo que se põe à sua frente é um mal único. Empregamos para ele a designação “mente carnal”, dada por Paulo, ou algum outro termo, como “aparência” - matéria, por exemplo. 


A discórdia não é uma entidade ou identidade física; ela é uma “aparência”, um produto da mente carnal: a crença em dois poderes.


Em vez de se preocupar com a natureza específica de algum problema, instantaneamente conscientize: “Ah, eis aqui o meu velho amigo Satanás, mente carnal, aparência.” Partindo disso, reconheça que, pelo fato de ser Poder somente aquilo que é de Deus, esta aparência ou sugestão não possui nenhum poder, lei, continuidade, enfim, nada que a possa apoiar.

Quando você puder aceitar a Deus como Onipotência, simplesmente dará suas costas à ilusão, em todas as suas fases, e seguirá adiante. 

Porém, a maioria não é capaz de agir assim. Pelo contrário, argumenta com o erro, enfrenta-o, e até faz oração levando em consideração a sua existência. 


Mas, uma vez reconhecido que Deus é Onipotência, não sobrará nada para você considerar em suas preces. Elas serão, a partir daí, constituídas de uma comunhão com Deus, de uma alegria no Espírito. Serão preces de reconhecimento, de encontro com Deus, sem aquela atitude de pedir-Lhe algo, ou de tentar usá-Lo como um poder.

Quando compreender a Deus como Onipotência, estará habilitado a se livrar do mal sob todas as formas, mediante as seguintes palavras: “Nenhum poder terás sobre mim, a não ser que tu venhas de Deus. Ao lado de Deus não há nenhum outro poder; e o Poder divino é presente tanto no céu como exatamente aqui onde eu estou.”


Ao se deparar com algo de aparência maligna, para abordá-lo sob o ângulo espiritual, parta do princípio de que o mal não é poder. 


Além disso, compreenda também que sua intenção não será a de tentar transformar mal humano em bem humano. 


Não quererá substituir uma condição humana por outra também humana. Certifique-se disto! 


Ao defrontar-se com a doença, não tentará mudá-la para saúde. 

Ao defrontar-se com a morte, não tentará transformá-la em vida. 

Ao defrontar-se com alguma perda, não tentará mudá-la para ganho.


Bem, se nada daquilo deverá ser feito, que fará você? 


Será preciso que conscientize que tanto a perda humana quanto o ganho humano não têm qualquer importância. 


Se você desfrutasse da melhor saúde do mundo num minuto, nada impediria que, no minuto seguinte, você pudesse cair morto. 


Quando encarar uma aparência do mal, jamais tente mudá-la para o bem. Conscientize o não-poder e a natureza ilusória de ambos: do mal humano e do bem humano; assim, sua prece poderá ser: 
“Deixai-me testemunhar a Verdade espiritual, a harmonia espiritual, e o bem espiritual”. 


Isto significa se elevar acima do par de opostos.


Você não poderá retornar ao Jardim do Éden enquanto não se elevar acima do bem e do mal. Enquanto ficar insistindo em simplesmente trocar o mal pelo bem, ou transformar o mal em bem, você não estará no paraíso,pois, apesar da obtenção de certa parcela de bem, novamente ele poderá voltar à sua condição de mal anterior. 

Não sabemos de pessoas que se esforçaram, conseguiram acumular fortunas, e que posteriormente acabaram na miséria? 

Ou de algum atleta, ou mesmo um inovador de métodos de boa saúde, que conseguiu formar um físico perfeito, após intenso esforço, mas que no fim voltou a apresentar uma deplorável condição física? 


Não vimos pessoas que lutaram em busca da própria integridade moral, mas que se deixaram posteriormente ser levadas pela corrupção, se autodestruindo física, mental, moral ou financeiramente, apesar de toda retidão por elas apregoada?


O mal não pode ser vencido pela força ou pelo poder. Não existe essa coisa chamada “vitória sobre o mal”, a não ser quando nos preparamos para “a vinda daquele a quem pertence o juízo”. 


Assim que aprendermos a encarar a doença sem lutar ou tentar dominá-la, permanecendo sentados ao seu lado, em silêncio, à espera de que o Espírito em nosso interior dê Seu testemunho, teremos estabelecido a saúde de natureza permanente, que não precisa ser obtida repetidas e repetidas vezes. 


Do mesmo modo, quando os falsos desejos são dominados pela força de vontade, lutando contra eles, em muitos casos o resultado conseguido não é duradouro; porém, quando são suplantados espiritualmente, o efeito se evidencia como uma permanente bênção.


Ao nível da humanidade, assumir a atitude de “não resistais ao maligno” não passa de se conceder ao adversário uma vantagem sobre nós. 


No caminho espiritual, contudo, isto não é verdadeiro. 


Ao nos depararmos com problemas de saúde, morais, financeiros, ou com alguma outra forma de mal –injustiça, desigualdade-, se conseguirmos resistir à vontade de querer transformar esse mal em bem,complementando com o desejo de sermos testemunhas da Presença e Poder espirituais, por certo constataremos a manifestação da harmonia.





quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SER RECEPTIVO EM QUALQUER SITUAÇÃO ...








O estado de receptividade interna, é saber, sem qualquer sombra de dúvida, que o reino de Deus está dentro de nós AQUI E AGORA.
 

Desta maneira poderíamos aprender a viver as vinte e quatro horas do dia com os ouvidos internos abertos, mesmo enquanto dormimos, porque a consciência é tão perceptiva quando dormimos como o é quando estamos acordados.



Em outras palavras: Deus está sempre ativo. Para Ele não há tal coisa como período de descanso. Não há momento em Sua voz não esteja sendo emitida. Portanto, não fecheis vossos ouvidos a essa Voz, mesmo em horas de sono, mas abri-los e compenetrai-vos de que:


Durante as vinte e quatro horas do dia, eu e o Pai somos um, e eu posso ouvir tudo o que Pai está dizendo em cada segundo dessas vinte e quatro horas.

Descobriremos que embora estejamos descansando, ou mesmo dormindo, há uma parte nós que está sempre receptiva.



Se houver ocasião para que Deus nos fale, acordaremos e ouviremos a Sua comunicação, ou a receberemos em sonho. Mas de qualquer modo saberemos com absoluta certeza que a comunicação veio de Deus.



Se quisermos, pois, estar atentos tanto durante a noite como durante do dia, precisaremos abrir conscientemente aquele nosso ouvido interno antes de dormir, conscientizando que: Posso ouvir agora tudo o que o Pai está dizendo, posso ouvi-lo durante as vinte e quatro horas do dia, tanto acordado.



Deus tem em meio de Se comunicar comigo. Estou sempre alerta para receber tudo quanto Ele tem para me comunicar.


Com isso, poderemos descansar, confiantes em que deixamos aberto dentro de nós em ponto bem desperto para receber qualquer comunicação necessária para o nosso bem.


Não podemos permitir-nos excluir Deus de nossa vida das dez da noite às sete da manhã, ou da meia-noite às seis.

Necessitamos de Deus quando dormimos, senão mais, pelo menos tanto como quando acordados. Por isso não devemos esquecer Sua presença quando vamos dormir.


Devemos lembrar-nos conscientemente de que somos UM com o Pai, dia e noite. Isto nos torna receptivos e suscetíveis àquela Palavra que é viva, penetrante e eficaz.






quarta-feira, 26 de outubro de 2016

"LIVRAR-SE DE ILUSÃO" É ILUSÃO - Joel S. Goldsmith








Sempre houve, sobre a face da terra, pessoas espiritualmente iluminadas que perceberam a inexistência da morte; algumas perceberam inclusive que não existe nascimento. 

Há aquelas que viram que não existe doença sobre a terra, nem realidade em quaisquer destas aparências negativas. 

No início, Gautama, o Buda, fundamentou toda a sua revelação não sobre o que Deus é, mas sobre a base de que o erro não é. 

A revelação que lhe veio, quando meditava, foi de que a totalidade destas aparências é ilusão, não é realidade, algo não se dando no tempo ou espaço, mas ocorrendo somente num conceito mortal universal.

Jesus teve esta percepção, pois, olhando para Pilatos, disse: “Não terias poder algum”, mesmo com todas as aparências testificando o “fato” de ser ele o legislador e o poderoso naquela região. 

Jesus era capaz de olhar toda doença e dizer à pessoa: “Qual é o teu impedimento? Levanta-te, toma teu leito e anda”. 

Jesus era capaz de olhar para o pecador e dizer: “Nem eu te condeno”. 

Eu não penso que Jesus tenha condenado o pecado. Ele reconhecia que o pecado, como pecado, era inexistência.

Muito pouco deste princípio veio à luz nos anos seguintes, embora alguns místicos maravilhosos tivessem passado pela terra, e atingido a consciente realização de Deus, a unicidade consciente com Deus, a união consciente com Deus; porém, em suas revelações, não notaram que atribuir a Deus a causa daqueles erros era tornar Deus responsável por eles, era fazer deles realidade. 

Assim, tivemos muito pouco sobre o assunto, até que surgiu o livro Ciência e Saúde original. 

Na obra original, tornou-se claro, outra vez, e pela primeira vez em séculos, que Deus é o único Poder e que estas aparências de discórdia não têm realidade. 

A Sra. Eddy reuniu todas as discórdias que, juntas, receberam o nome de mente mortal; depois, disse que a mente mortal não era uma coisa, mas apenas um termo para designar o “nada”. 

Alguns de seus primeiros alunos, dois deles inclusive eu pude conhecer em Boston, foram maravilhosos sanadores, sem mesmo terem profundo conhecimento de religião ou de Ciência Cristã. Foram, porém, sanadores grandiosos por terem captado bem este ponto único; assim, fossem quais fossem os problemas a eles trazidos, apenas sorriam e reconheciam: “Mente mortal, o nada”. 

Conseguiam se voltar daquilo sem reagir, sem temer, sem se proteger, apenas devido à percepção de que tudo que se lhes apresentasse como pessoa ou condição malignas poderia ser englobado naquela terminologia: mente mortal. 

E então, a expressão mente mortal passou a ser vista como um nome, não como alguma condição ou pessoa, não como uma coisa, mas como um nome, utilizado somente para designar o “nada”.

Assim como este ensinamento ficou perdido, após a geração de Gautama Buda, também teve sua metade provavelmente perdida na Ciência Cristã. 

Alguns ainda existem que captaram este ponto, porém, não muitos. 

Nos dias de Buda, o erro era este: aqueles não próximos ao mestre original tomaram a palavra ilusão e a externaram. Diziam que pecado, doença e morte eram uma ilusão; porém, que era preciso se livrar da ilusão. 

O sentido original era outro: tudo já era mera ilusão, uma imagem mental do nada. Uma ilusão no pensamento, uma imagem mental, sem substância, sem realidade, não passando de uma crença infundada sobre algo, um boato.

Porém, os hindus passaram a chamar este mundo de maya, de ilusão, e o descartaram, ora tentando escapar dele pela morte, ora ignorando-o. 

Bem, a Índia não é um bom modelo de uma fé verdadeira em continuidade. Contudo, os Cientistas Cristãos, muitos deles, fizeram o mesmo erro. Deixaram o hábito de dizer “estou com resfriado, estou com gripe”, para dizer “Eu tenho uma ilusão; você me ajuda a ficar livre dela?” Ou, ainda, “Você me protegerá ou me fará um trabalho de proteção da ilusão?” Ora, um praticista poderia estar tão ocupado em Boston, às quartas e domingos, que não teria nada a fazer, senão sentar-se dia e noite e fazer trabalho de proteção do inimigo.

Tudo isso volta à natureza inata, humana, que realmente acredita em dois poderes (o poder do bem e o poder do mal, chamado o poder de Deus e o poder de Satanás, ou, em filosofia, bem e mal, ou, na metafísica, imortal e mortal: sempre um par de opostos), em vez de se encarar um como tudo e outro como nada, uma “ilusão”, maya, um falso conceito de algo, uma ignorância de algo.












terça-feira, 25 de outubro de 2016

A CONSCIENCIA MISTICA DA UNIDADE







Quando tu e eu, individualmente, indiferente à opinião dos demais membros da família ou ao que estejam fazendo seus amigos ou vizinhos, conseguirmos em Silêncio PERCEBER a Consciência Divina que temos estaremos determinando a harmonia de nossa experiência. 



À medida que nossa própria consciência se aprofunda e amadurece, ela se torna lei para o nosso próximo – parentes, amigos e vizinhos. 

Começamos então a atraí-los para este mesmo estado de consciência, ou seja, para a mesma PERCEPÇÃO e, eventualmente, verificamos que o que a princípio era a nossa Consciência Divina, tornou-se agora a Consciência Divina de muitos.


O indivíduo – quer seja curador metafísico, pastor protestante, rabino ou padre - torna-se lei para todos aqueles que são atraídos à órbita de sua consciência, os quais, a princípio, serão em pequeno número, que irá gradativamente aumentando, até repentinamente surge uma comunidade de consciências irmanadas em Deus.


Uma vez que possamos aceitar Um só Deus, teremos de reconhecer a existência de uma só verdade, e então não haverá controvérsias ou animosidades que nos dividam. Seremos o que o Jesus revelou que somos: irmãos.Teremos um único Pai – o Pai. 

As diferenças existentes entre diversos grupos chamados de brancos, negros, amarelos, protestantes, judeus, católicos e budistas, desaparecerão totalmente, graças ao reconhecimento desse Deus único, dessa Verdade única.


A humanidade está esperando a paz na terra, e não tem dúvida que finalmente ela virá. Mas eu não hesito em profetizar que ela não virá enquanto os buscadores da verdade, os protestantes e os católicos não se uniram em oração uns pelos outros. 

Não poderemos ter paz na terra enquanto as religiões cristãs não puderem orar umas pelas outras ou entenderem-se. Falamos de cristianismo, falamos de Cristo, da verdade e do amor e, não obstante, revelamos ciúme, inveja e rivalidade entre nós.


A vida mística não conhece denominações, ou coisas tais como congregações eclesiásticas, seitas e religiões. O Espírito do Senhor Deus ou está sobre ti ou não está. Se está, está, quer sejas católico, protestante, judeu, muçulmano ou o que quer que sejas.


No Cairo, no Egito, eu tenho um amigo muçulmano muitíssimo devoto. Certa vez ele me mandou um belíssimo rosário de âmbar, que fora abençoado em Meca. Nenhum devoto sente maior amor que este demonstrado pelo meu amigo, ao dar essas pérolas que haviam recebido aquela santa bênção. Nós nos compreendemos e somos de fato bons amigos. 


Eu tinha o seu endereço comercial, mas não tinha o de sua residência. Um domingo, cheguei ao Cairo às três horas da madrugada. Era um daqueles dias esplêndidos, uma das coisas a que o Cairo deve sua fama. Levantei-me às oito horas da manhã, tomei minha primeira refeição e como ignorasse o endereço da residência do amigo, não poderia ir visitá-lo. 

Então, sem nada o que fazer durante todo aquele dia, saí a andar sem rumo e fui levado a uma praça circular de onde partiam ruas em todas as direções. Sem saber qual o caminho que deveria tomar, passei em frente ao começo de uma rua de entrei noutra, e ali estava o meu amigo, de pé, encostado numa parede, orando com um rosário de pérolas nas mãos. Dirigi-me a ele:


- Abdula!


- Goldsmith! Estou orando por você.


- Que é que você quer dizer com isso de estar orando por mim?


- Esta manhã eu disse a minha mulher que não podia mais esperar, e que você teria que vir, porque eu estava precisando muito de você e que eu ia a alguma parte, ia orar para que você viesse ao Cairo.


Eu havia chegado precisamente àquele lugar onde ele estava orando. Tenho a impressão de que ao meu desejo de ir onde quer que Deus queira me conduzir – desejo de quem segue O Caminho do Infinito – associou-se espontaneamente à sua oração muçulmana! E nos encontramos.

É essa a natureza dessa unidade de consciência, dessa consciência mística. 

Misticismo ou Mística é União Consciente com Deus - é a PERCEPÇÃO DE QUE O ESPÍRITO DE DEUS É O NOSSO, o que dá a habilidade de receber comunicações diretamente de Deus. 

Em misticismo não se menciona coisa alguma a respeito de demonstrações pessoais, raças, religiões, cor da pele, climas, credos. Mas não poderás cumprir a missão expressa na mensagem de Jesus, de restaurar a vida, e de restaurá-la mais abundantemente, ou seja, levar a qualquer um a cura e o suprimento, isto é, a iluminação espiritual, se em ti próprio não tiveres Algo, esse Cristo, que cura, redime, salva, ressuscita os mortos, alimenta as multidões.








segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O HOMEM NÃO NASCEU PARA CHORAR - JOEL GOLDSMITH








Geralmente as pessoas procuram um caminho ou estudo espiritual, por que sentem a necessidade de melhorar ou ajustar alguma condição em sua vida. Sentem que não encontraram a plenitude de viver; que não estão felizes. Reconhecem que sua saúde ou algum outro aspecto de sua vida não é satisfatório. 

Em suma, estão buscando o “elo faltante”. Não estão procurando Deus por Ele mesmo, mas, sim, o aprimoramento de sua vida na terra o ajustamento de suas atividades terrenas.



É verdade que as verdades espirituais sempre trazem benefícios práticos à nossa vida, mas posso assegurar-lhe que você terá tudo o que espera humanamente, no estudo da Verdade, porque não está na natureza do ensinamento espiritual dar-lhe todas as boas coisas que você gostaria de ter. Sua saúde poderá melhorar; você poderá alcançar maior prosperidade ou outra forma de felicidade humana, mas não a totalidade do que espera.


Com o tempo verá o porque disto. Perceberá que é orar em vão, quando tenta realização humana através das verdades espirituais.

Percebemos claramente, através da mensagem de cada místico, que o objetivo da senda espiritual é “morrer para a experiência humana” e “renascer do Espírito”.Por eles aprendemos que o reino verdadeiro, o reino espiritual ou místico “não é deste mundo”, ainda que considerássemos este mundo como sadio, sábio e próspero.

A senda mística lhe ensina que a meta da vida não é uma meta metafísica para uma saúde melhor, para um lar mais confortável, ou um carro mais caro, ou uma esposa ou esposo satisfatório. A meta é libertar a alma do túmulo da existência humana, especialmente do túmulo da mente humana.

Se você dispõe de tempo para períodos de introspecção ou contemplação, procure sentar-se, acalmar-se e ver até que ponto você está aprisionado em seu corpo e em sua mente. Note o quão pouco você conhece, a não ser aquilo que você encontra lá. Então, constatará que toda a experiência humana é uma vida em prisão.

Efetivamente, cada ser humano vive preso à sua mente e ao seu corpo e, via de regra, durante sua vida inteira jamais se liberta dela. 

A maioria das pessoas – até mesmo as de elevada educação – acha que, o que não está na mente e no corpo, não tem realidade ou existência. O que se nota é que, quanto mais culta a pessoa é, maior é a sua prisão dos conceitos mentais.

Devidamente compreendida, a vida é uma aventura. Tal como o bebê, quando começa a engatinhar, se deslumbra com o mundo fora de seu berço, de seu quadradinho ou cadeirinha alta, embora bata sua cabeça ou queime os dedos no fogo, explorando cada canto da casa, assim deverá ser a nossa vida.

Infelizmente, com o tempo, a criança alcança a adolescência e perde todo interesse pela busca ou desejo de aventura. Pode haver um intervalo de curiosidade quanto ao sexo, mas quando ela é satisfeita nada mais resta no anseio da pessoa. A vida passa a ser vivida pelo que é gravado no corpo e na mente.

Felizmente, há alguns exploradores – artistas, aventureiros da alma para os quais a vida não perde o seu fascínio. Eles tentam alargar os seus horizontes nas esferas mental, física, artística. Muito poucos são os que buscam no campo da alma.

Pense um pouco na palavra “alma”. Constate como você sabe pouco a respeito dela. E um grande número de pessoas conhece ainda menos que você. Você teve oportunidade de ler muitos escritos e tem estudado algo sobre o assunto. Sabe que a maior compreensão deste tema é a maior experiência a que um indivíduo pode chegar.

A alma está aprisionada no túmulo que chamamos “experiência humana”: o túmulo da mente e do corpo. 

Se desejamos alcançar experiências da alma, temos de romper as barreiras do corpo e da mente. A isto, Jesus, nosso Mestre, chamou “de não nos preocupar com nossas vidas, mas de buscar o Reino de Deus – a esfera de Deus: a Alma. 

Mas violamos este ensinamento ao supor que a vivência de Deus ou da Alma consiste em melhorar as condições materiais de nossa vida. 

Mas as instruções divinas são claras: de não nos preocuparmos com esta vida, seja qual for o seu aspecto, corporal ou mental – e alcançar a consciência de um rumo mais elevado, de um objetivo ou significado mais alto em nossa vida.

A razão deste tema da Alma ser tão minimamente conhecido é porque se fala de Deus, sem compreender que Ele é a própria Alma do homem. 

Você nunca poderá contatar e sintonizar o Reino de Deus em você, enquanto não tomar consciência de sua própria Alma. Esta busca e este encontro é uma real aventura, porque você tem que deixar de lado os apegos ao corpo e aos conceitos mentais, partindo rumo ao que lhe é humanamente desconhecido.

O almirante Bird, quando se aventurou às regiões dos Pólos Norte e Sul, não sabia o que o esperava e nem tinha certeza de que encontraria um caminho de retorno. Deixou as águas familiares e seguras e foi para lá, embora sabendo que muitos exploradores tinha ido aos pólos e nunca mais tinham voltado. Todavia, Bird estava disposta a ir além do sentido de preservação de sua vida, em busca do desconhecido.

De modo parecido, na busca da Alma, você não tem absolutamente meios de saber o que irá encontrar e nem a garantia de que poderá retornar. Aqueles que foram antes de você não deixaram mapas. Não disseram como ir e como voltar. Sabemos que o roteiro é o caminho da meditação e um bom instrutor pode servir-nos de guia. Contudo, até mesmo esse Instrutor só pode guiá-lo na prática da meditação. Depois você será entregue a você mesmo.

Alguns ficam assustados à primeira visão do campo da Alma que, nunca mais se aventuram de novo para aquele lado. Deus é Luz. Entrar, face a face, com essa Luz tão ofuscante e cegante em sua intensidade, é mais difícil do que encarar diretamente o sol físico, em sua maior luminosidade, do meio dia. 

Portanto, se isto parece assustador, você deve mesmo munir-se de um espírito aventureiro, para realizar mais do que espera. Não que Deus seja assustador: os sentidos humanos é que se assustam ante o desconhecido. Na realidade, nada existe a temer nessa busca.

De modo geral, o progresso no caminho espiritual é muito gradual, de modo que o trajeto inteiro se transforma em alegria. Aqui e acolá haverá experiências surpreendentes, por que diferem do que você esperava. 

Você precisa perder seus equivocados conceitos acerca de Deus; você deve deixar de lado tudo o que esperava de Deus.

Eu gostaria de escrever um livro com a título: “DEUS PAPAI NOEL”, porque é esta a ideia de muita gente a respeito de Deus. Esteja seguro de que ninguém pode entrar no Reino da Alma com tais ideias. 

Você deve abandonar tudo o que até hoje esperava no sentido humano de companheirismo. Você gostaria de contar a seus chegados tudo o que você pensa e faz; você gostaria de partilhar com eles todas às suas alegrias e êxitos. Mas no caminho espiritual você não pode fazer isto porque, aqueles que não trilham este caminho não estão em condições de avaliar e de partilhar de tais experiências. Só mesmo em raras oportunidades você poderá encontrar alguém com quem partilhar estas coisas. Porém, mesmo em tal hipótese, você descobrirá que algumas coisas devem permanecer ocultas com você para sempre.

Isto explica a solidão de Jesus em Seu ministério de três anos. Quando Ele quis revelar alguns segredos da vida Espiritual, só pôde levar com Ele três de seus mais íntimos discípulos. Os demais discípulos não tinham condições de assistir à transfiguração e defrontar Moíses e Elias, que tinham vivido muitos séculos antes. Não poderiam compreender como eles viviam ainda e permaneciam exatamente lá onde eles estavam, comunicando-lhes Sua sabedoria. 

O Mestre não falou desta experiência aos demais nove discípulos. E mesmo aos três escolhidos, estou certo de que havia segredo que ele não podia comunicar. Esta é a “solidão” ou “silêncio” que guardamos, ao compreender que não podemos falar das experiências espirituais, senão com raríssimas pessoas.

No momento em que você toma contato com a Consciência mais elevada, sua visão se expande, abrangendo fatos presentes, do passado e do futuro. É como você ficar de pé, no terraço de um alto arranha-céu, de onde você pode descortinar, num ângulo de 360 graus, milhares de quilômetro em todas as direções enquanto que, no mesmo instante, um homem, na rua lá embaixo, só pode tomar consciência do que lhe esta próximo. 

Nos planos mais elevados de consciência, o passado, o presente e o futuro ganham imensas amplitudes (não relacionem com quiromancia ou cartomancia). Então podemos compreender como os profetas da Bíblia previam o que ia acontecer e podiam prevenir em tempo, os males que se anunciavam se continuassem agindo de modo errado. Mas eles foram muitas vezes castigados pelos teimosos reis. Da mesma forma, se você começasse a falar de certas experiências, além de você profanar e arriscar-se a perder essa percepção encontrará descrença e escárnio, porque não podem compreender o que não vivenciaram por eles mesmos. Eles não podem compreender. E você perderá muitos companheiros na senda espiritual.

Há uma razão prática para empreender a aventura espiritual: com aquilo que conhecemos até agora, é possível trabalhar, por trás dos bastidores, para mudar o curso de eventos futuros. Isto é conhecido dos místicos que se acham no outro lado do véu. Na medida em que eles acham homens e mulheres receptivos às necessidades espirituais, são capazes de lhes comunicar sua sabedoria. Assim, aqueles que estão agora na terra, podem exercer uma influência auxiliadora no ajustamento das condições humanas.

Porém, mesmo sem isto, a aventura valeria a pena, porque ela liberta nossa alma das limitações. Liberta-o da repetição monótona cristalizante de levantar-se, trabalhar, comer três vezes ao dia e depois ir para a cama à noite, para repetir tudo no dia-seguinte. Uma prisão!

O ser humano não foi criado para ser um escravo – física, mental e economicamente. 

O propósito essencial do homem é manifestar a sua natureza divina. Ele foi criado para ser um instrumento consciente de Deus na Terra – como rezou São Francisco. Tal é o sentido da suposta encarnação: Deus feito homem individual. 

O Filho pródigo simboliza “o caminho perdido” e mostra que o ser humano pode e deve encontrar a via de regresso ou retorno à “Casa do Pai” – ao estado de consciência divina, lá vivendo como herdeiro de Deus, revestido do manto de uma mais alta consciência, do anel de herança e união, no usufruto da glória de Deus.

O homem não nasceu para chorar. Todos as suas lágrimas são derramadas tão somente porque ele sente a sua limitação. Cada lágrima que você derrama é sinal de alguma restrição que você está experimentando em sua vida. 

O homem não nasceu para chorar! Quanto mais você procurar, dentro e em torno de seu corpo e de sua mente, tanto mais limitado e preso ficará. Não tenha a ilusão de que você é livre de seu corpo e de sua mente. Quanto mais você estudar a Verdade e observar os movimentos internos e seus impulsos, mais verá a necessidade de libertar a sua alma dos grilhões dos hábitos e crenças deste mundo. E quanto mais você o conseguir, elevando-se ao reino de Alma, até a aproximação dela, seu corpo e sua mente se tornarão mais receptivos ao governo divino interno e sua vida requererá menos atenção humana.

Eventualmente você também poderá ser livre destas limitações por um ato da Graça. Alguma coisa lhe acontecera – não por você sentar-se e simplesmente esperar por ela. 

Acontecer-lhe-á se você mantiver seus pensamentos focados em direção do Alto, como foi dito por Isaías (26:3): “Tu, Senhor conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firmada em Ti”. “Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele te orientará” (Prov.3:6). “Na quietude e na confiança está a tua força” (Isaías 30:15). 

Neste sincero esforço, de sintonia é que você pode receber a Graça, que eventualmente o libertará. Agora você pode compreender porque os anjos são imaginados e representados com asas: porque os pensamentos voam, pairam. Estas experiências sublimes se dão no topo da montanha: nas sublimes alturas da consciência. 

Quando a Alma é liberada, ela voa para a alto, não no tempo e no espaço, mas em consciência. Não fica mais ancorada no chão. Não permanece mais enterrada no corpo e na mente carnal. Torna-se uma consciência ascendente, uma faculdade das alturas.

Quando uma pessoa passa pela experiência da morte física, supomos erroneamente que sua alma deixa o corpo e voa para o alto. Não é pela morte do corpo que isto acontece: é quando aprendemos a morrer diariamente para corpo e a mente. 

Então sim a Alma é liberada gradualmente para um estado mais elevado de consciência. Isto devemos alcançar enquanto estamos bem vivos, “por causa da morte para o sentido humano do ser”. Este é o dia em que você se liberta do túmulo do corpo e da mente e libera a sua Alma. Embora isto seja ensinado simbolicamente – como em todos os ensinamentos místicos, há quem o interprete literalmente, assim como fazem na história de Jonas na barriga da baleia, que simboliza o aprisionamento do homem nas crenças humanas.

Você sabe que tem um corpo e que tem uma mente, mas ainda não chegou a conhecer o verdadeiro Ser que você é e que tem esse corpo e essa mente. 

Conhecer essa real identidade é a aventura de sua vida: o seu despertar pare o real Ser que você é: essa Alma que vive. 

Você precisa primeiramente conhecer esse você que é essa Alma. Em seguida poderá começar a exploração, a busca, até encontrar-se! Esta é a razão de sua vida na terra. Esse Ser espiritual que jamais nasceu e jamais morre e que momentaneamente está sepultado num “parêntesis”, buscando saída, para dar um pleno propósito ao seu viver! 

Se você procurar em seu corpo, dos dedos do pés ao topo da cabeça, tentando localizar onde está esse Eu espiritual, descobrirá que Ele não se encontra em nenhuma parte de seu corpo. 

Então lhe virá a primeira sugestão: “Se não estou neste corpo, onde estou? O que eu Sou?” Aí começa a busca do homem criado por Deus. E a grande aventura se inicia!

É melhor que você guarde todas estas descobertas para você mesmo. Jamais acredite que poderá encontrar alguém que tenha exatamente as suas experiências.Então, um dia, quando você se encontrar conscientemente fora de seu corpo e compreender que EU SOU EU – será capaz de ver que Deus implantou a plenitude dEle em você, de modo que nada lhe pode ser acrescentado e nada lhe pode ser tirado. Verá que você se encontra na plenitude do Ser, em Deus. 

A partir desta experiência, você não procurará nada mais lá fora, mas estará livre para partilhar doze cestas cheias a cada hora do dia, sem qualquer pensamento de que esteja esgotando seu interno suprimento. Você passará a desfrutar a vida com alegria; a viver o céu na terra. Mas isto, só depois de você ver o EU SOU que você é, não limitado no corpo e em crenças materiais – senão um Ser incorpóreo, espiritual, onipresente, livre!

A partir deste instante você compreenderá o que foi dito: “As armas não atingem a vida; as chamas não a queimam; as águas não a podem afogar – pois você é o Eu, conscientemente realizado à semelhança de Deus, indestrutível, indivisível, inseparável de Deus. Nem a vida e nem a morte poderá separá-lo da Vida-Deus-Amor-Plenitude!”