domingo, 30 de abril de 2023

Deus É; Vida É.DEUS É - A VERDADEIRA PRECE - PARTE 2-





Deus É; Vida É. Não nos é permitido fazer qualquer julgamento que ultrapasse esse ponto. Deus É.

Trata-se de um treinamento para deixarmos de emitir opiniões.

É muito fácil e agradável, para o ego de alguém, ser um bom juiz da natureza humana, ser humanamente capaz de avaliar aqueles a quem encontra; e, humanamente, talvez ele até esteja julgando certo.

Entretanto, se ficarmos olhando o mundo e julgando a humanidade, colocando rótulo em pessoas, e permanecendo no âmbito das opiniões e análises humanas, somente atrairemos confusão.

Há uma só forma de escaparmos disso tudo e ficarmos apartados: concordando que Deus fez tudo que foi feito, e que tudo que Deus fez é bom; concordando que Deus, Espírito, é a Vida, a Alma, e a Mente do ser individual.

Como poderíamos aceitar um ensinamento que revela Deus como a Vida de toda a existência, como o Princípio criativo de todo ser, e, paralelamente, ficarmos classificando alguma coisa como boa ou como má?

A mulher flagrada em adultério não foi rotulada pelo Mestre: “Mulher, onde estão os teus acusadores?… nem eu, também, te condeno”.
E ao cego de nascença, “Nem este homem pecou nem seus pais.”

Você está percebendo a necessidade de se abandonar toda censura, toda condenação que se fundamenta em aparências?

Toda revelação e ensinamento espiritual, registrados desde 1500 AC., estão baseados nos postulados: “Ame a seu próximo como a si mesmo”, e “Faça aos outros como gostaria que lhe fizessem”.

A prece é nosso contato com Deus, e não teremos contato algum com Ele a menos que amemos nosso próximo como a nós mesmos.

Esta prática, logicamente, nos irá tirar de muitas das nossas discussões de cunho político ou social, pois não seremos mais capazes de culpar familiares, amigos, sócios ou lideranças políticas pelos nossos problemas, circunstâncias e depressões.

Isto nos exigirá disciplina, e irá nos exigir mais o seguinte: um profundo e grandioso amor a Deus.

Ninguém poderá penetrar na sagrada atmosfera de Deus exalando críticas, julgamentos e condenações referentes ao próximo. 

“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti; deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta.” (Mt.5:23-24.)

Não é possível haver demonstração espiritual enquanto continuamos presos às opiniões humanas de bem e mal.

Quando olhamos para o mundo sem opiniões, julgamentos ou rótulos – mesmo os bons -, conscientizando que DEUS É, criamos uma espécie de vazio interior.

Neste vazio aflora a sabedoria espiritual capaz de definir e avaliar o que está diante de nós, e isto se mostrará inteiramente diferente de nossa estimativa humana.

Chega-nos à consciência uma espécie de calor, uma sensação de amor pela humanidade, e a percepção de que Deus é a totalidade da Existência.

Quando alguém contempla esta revelação da verdade espiritual, encontra-se pronto para dar o passo seguinte: o passo que o torna um praticista de cura espiritual, um salvador, um reformador, um supridor no universo aparente.

Este é o momento em que devemos olhar para toda condição, seja de prisão em cárcere, em corpo doente, em falta ou limitação, sem lançarmos opinião de bem e mal.

Devemos poder encarar qualquer situação e circunstância com a conscientização de que DEUS É .

Ser-nos-á requerido um elevado grau de consciência espiritual, para olharmos uma doença séria e sermos capazes de contemplar o Cristo.

Isto não quer dizer que olharemos para o pecado, a doença, a pobreza, o cárcere, para rotularmos tudo aquilo de “bom”.

Não significa que faremos afirmações mentais de que aquilo é espiritual ou harmonioso; tampouco consideraremos que algo seja “mau”, munidos da intenção de superá-lo, melhorá-lo ou curá-lo. Não, não, não. Falamos de um abandono de todo julgamento humano, na conscientização de que somente DEUS É, DEUS, SOMENTE, É.

Talvez você pergunte: “Que princípio está aqui envolvido?”

No reconhecimento de Deus como infinito, poderia você admitir um doente, um pecador, uma condição de pecado ou de doença? 

Poderia você aceitar uma pessoa ou condição necessitada de cura, mudança ou melhoria? 

Não, não poderia.

Que ocorre quando você testemunha o que o sentido humano chama de “erro”, e ora para removê-lo? A resposta é uma só: ocorre o fracasso.

Lembre-se: você não foi chamado para olhar pessoas e condições errôneas e chamá-las de boas ou espirituais, nem para dizer que uma pessoa em erro é o Filho de Deus. Uma pessoa assim não é o Filho de Deus - REALIDADE ESPIRITUAL PERFEITA

Você foi chamado para eliminar toda opinião, teoria ou crença, deixando de lado todo julgamento.

Não declare que algo ou alguém seja bom.

Disse Cristo: “Por que me chamas bom? Não há ninguém bom, exceto Deus”. Não vamos chamar nada nem ninguém de bom, mas também não chamaremos de mau.

Aprenderemos a olhar para qualquer pessoa e condição com apenas duas palavrinhas: DEUS É, ou ELE É . É- É- É: … nunca “será” curado, melhorado, removido.

DEUS É . Harmonia É. Ele É! ELE É AGORA!

Na percepção de que DEUS É, será revelada toda entidade e perfeição espiritual.

E então, você não estará vendo o mal humano transformado em bem; não estará vendo pobreza humana transformada em riqueza; não estará vendo doença humana transformada em saúde; não estará vendo culpa humana transformada em virtude; entretanto, estará percebendo a atividade e Lei de Deus presentes exatamente onde parecia existir uma pessoa boa ou má, uma condição boa ou má.

Não buscamos transformar humanidade má em humanidade boa.

O objetivo deste trabalho e estudo é alcançar “aquela Mente que estava em Cristo Jesus”, isto é, alcançar o mesmo estado de consciência espiritual manifestado por ele, a fim de contemplarmos o mundo espiritual, o homem espiritual, o Filho de Deus.

“O Meu reino não é deste mundo”. O reino de Deus é um reino espiritual, um universo espiritual, governado por lei espiritual. Ele é uma SUBSTÂNCIA espiritual sem começo e que não terá fim.

Podemos compreender melhor esse fato se analisarmos que jamais houve um tempo em que duas vezes dois não fosse quatro.

Nunca houve tempo em que uma semente de roseira deixasse de produzir rosa. 

A lei “semelhante produz semelhante” vem vigorando desde antes que o tempo existisse. Ela sempre foi, é e será.

A oração, no sentido comum de prece, não irá provocar esse efeito. Todo “bem” JÁ É.

Mesmo no âmago das chamadas “depressões econômicas”, a terra continuou abarrotada de frutos, os oceanos repletos de peixes, os céus repletos de pássaros.

Deus não tem poder para aumentar o Seu suprimento. JÁ É INFINITO! É maior do que a terra possa usar. Ele ainda é, apesar da aparente falta de provisão e dos preços elevados que somente a ignorância é capaz de explicar.

O mundo está produzindo mais do que pode consumir ou utilizar. Orar a Deus por aumento de suprimento iria realmente fazer crescer a quantidade de produtos ou benefícios? NÃO! Já existe mais que o suficiente para o mundo todo!

Naturalmente, uma pergunta pode surgir: “Como nos valeremos desta suficiência?” Resposta: “Através da prece”. Que é prece?

A prece é este sentimento, esta convicção, este saber interno de que estas palavras são verdadeiras. DEUS É.

Você mudaria esse fato? Mudaria algo feito por Deus? Pediria melhorias no universo de Deus? Pediria a Deus para deixá-lo influenciar as leis, a substância e a atividade de Sua própria criação?

“Sim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.” (Salmo 23:4.)

DEUS É. Teríamos de orar por algo mais?

O sentimento de certeza da declaração “DEUS É”, constitui a sua prece.

Exatamente agora, ela lhe será o bastante, desde que possa abrir mão de todos os seus desejos, vontades e mesmo esperanças, para deixar este sentimento, esta realização, conduzi-lo a planos mais profundos de consciência, fazendo-o penetrar nos reinos mais profundos da prece. DEUS É. Isto não basta?

Agora eu reafirmo: não julgue pelas aparências. Olhe para cada pessoa, cada coisa, cada situação, munido somente desta compreensão: DEUS É!

A partir daí, deixe a Realidade Espiritual se tornar visível pela ação de seu Pai interior.




Joel S. Goldsmith

sábado, 29 de abril de 2023

DEUS É - A VERDADEIRA PRECE - PARTE 1



A prece é nosso contato com Deus, a Fonte infinita de nosso ser, da qual não podemos ter nenhum conhecimento intelectual, e que temos chamado de Mente, Vida, Verdade, Amor, Espírito ou Infinito Invisível.

Deus é o único princípio criativo do universo, o princípio criativo de tudo que É; e, como esse princípio opera a partir da Inteligência suprema, sem começo e sem fim, precisamos aprender a fazer contato ou a nos tornar um com Ele.

A menos que aprendamos como fazer isso, não poderemos nos valer da Onipresença, Onipotência e Onisciência de Deus.

A Prece, às vezes chamada de comunhão, é a via de acesso ao contato com Deus; através dela, descobrimos nossa unicidade com Deus, nós conscientizamos Deus. Ela é o meio de se trazer à experiência individual a atividade, a lei, a substância, o suprimento, a harmonia e a totalidade de Deus.

Este é um dos pontos mais importantes que um estudante de sabedoria espiritual deve saber, praticar, compreender e vivenciar.

Na compreensão da infinita natureza de Deus, entendemos a infinita natureza de nosso próprio ser.

“Eu e o Pai somos um” é o fato a nos garantir a natureza infinita do seu e do meu ser. Isto independe de sermos ou não estudantes da Verdade; depende de nosso relacionamento com Deus, pela natureza de unicidade desse relacionamento – unicidade. Em proporção ao nosso progresso, iremos cada vez mais ouvir a respeito da palavra “unicidade”.

Qualquer coisa espiritualmente válida a certo indivíduo, seja santo ou pecador, deverá ser aceita como válida para mim e para você, porquanto o relacionamento entre Deus e Sua Criação é de uma unidade universal.

Ao nos ensinar que “Eu e o Pai somos um”, Cristo foi muito cuidadoso em nos assegurar que falava de meu Pai e de seu Pai. Estava revelando a Verdade espiritual universal.

Que diferenciava a demonstração de Cristo Jesus da apresentada pelos rabis hebraicos da época?

Que diferenciava a demonstração do Mestre daquela de seus alunos ou discípulos?

Era o mesmo relacionamento! “Eu e o Pai somos um”- meu Pai e seu Pai!

Neste relacionamento em Cristo Jesus, somos todos um, em termos de Verdade ou de Realidade espiritual; logo, a diferença residia na diferença de conscientização.

O Mestre conscientizou sua identidade verdadeira. Reconheceu sua relação com o Pai, com Deus, como a Fonte de seu ser. Reconheceu Deus como sua vida – pão, vinho, água. Reconheceu, portanto, sua substância ou suprimento como infinito, sua vida como eterna, sua saúde como perfeita.

Todos estes fatores, como tinham origem no Pai, passaram a lhe pertencer por herança divina; revelavam o direito, o privilégio e a experiência do elo Pai-Filho. “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu”.

O Mestre, em seu reconhecimento pleno dessa Verdade, podia demonstrá-la. 

Os discípulos, não tão convictos, não tão conscientizados, chegaram a demonstrar certo poder de cura e certo suprimento, embora em escala menor. O motivo: a diferenciação no grau de conscientização da unicidade.

O fato de você ouvir com seus ouvidos, ver com seus olhos, não constitui prece e não fará a sua demonstração; porém, se algo profundo em seu coração, uma certeza confortadora no íntimo de sua consciência lhe disser: “Sim, isso é a Verdade! Eu sei que somente nessa conscientização sou um com o Pai”, então será esta a medida de sua percepção da natureza da prece.

A prece é a certeza da Verdade dentro de você. Ela nunca significa ir a Deus por alguma coisa; nunca significa desejar algo, exceto o desejo de conhecer Deus, ou tomar maior consciência de Sua Presença.

Muitos estudantes, tão plantados na velha teologia ou na metafísica mental moderna, vivem, na crença de que podem ir a Deus em busca de algo: saúde, suprimento, emprego, companhia ou cura; e acabam, em vista disso, adiando a própria demonstração de harmonia.

Nenhum bem lhe fará ficar a pensar em sua vida, sua saúde, seu suprimento; nenhum bem lhe fará dirigir-se a Deus munido de alguma requisição, pedido ou desejo, pois Deus nada possui que nEle pudesse estar retido, e Deus não retém coisa alguma que faça parte de Sua posse, Deus é ser ativo infinito.

Tudo que Deus É, e tudo que possui, está fluindo constantemente em manifestação, expressão e forma. Será tolice alguém julgar que sua prece poderá influenciar Deus a acelerar a vinda de algo, ou fazer com que Ele lhe traga algum benefício.

A harmonia vem rapidamente à sua experiência, tão logo concorde que não há sentido algum em se dirigir a Deus em busca de algo.

Lembre-se: quando digo “concordar”, falo de uma sensação de certeza, de uma concordância interna ou profunda convicção, e não de um mero falar superficial do tipo: “Sim, eu acredito, concordo com o Mestre. Sou cristão e aceito o seu ensinamento.” Esse tipo de aceitação é o mesmo que nada!

Você pode sentir a veracidade desse fato? É capaz de sentir a verdade desta tremenda revelação do Mestre, de que “o Pai sabe que necessitais de todas estas coisas…que é de Seu agrado dar-vos o Reino”?

Caso não se sinta convicto, não vá a Deus em busca de alguma coisa. Trabalhe dentro de você mesmo; ore no interior de seu próprio ser; realize uma comunhão interna, até perceber uma concordância, um sentimento de que o Mestre realmente sabia que o Pai conhece todas as suas necessidades, e que, antes que Lhe peça, é de Seu agrado dar-lhe o Reino.

A prece é um reconhecimento desta Verdade do amor de Deus por Sua própria Criação; é um conhecimento interior de que jamais o Pai abandonou a Sua Criação.

Quando olhamos para o mundo e vemos doença, pecado, morte e calamidade, ficamos prontos para questionar tudo isso; porém, nesse procedimento, estaremos desconsiderando a sabedoria de João, quando nos adverte: “Não julgueis pelas aparências, mas segundo julgamento justo”.

Temos nos dedicado a ver com os olhos e a ouvir com os ouvidos, quando deveríamos estar vendo com os olhos interiores e ouvindo com os ouvidos interiores, com aquela percepção espiritual que não julga pelas aparências, mas pelo julgamento espiritual.

E então, saberíamos que todo pecado, doença, morte, carência, limitação e caos, reinantes no mundo de hoje, surgem por um só motivo, e surgem àqueles que vivem pelo sentido material; àqueles que ainda estão voltados a querer ou desejar obter, adquirir e buscar alguma coisa; àqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser, bem como o fato de que, devido a ser infinita esta natureza, eles deveriam deixá-la se expressar a partir deles próprios, em vez de viverem tentando acrescentar algo à infinitude.

A prece comumente aceita, ortodoxa ou metafísica de cunho mental, deve falhar por ser na maioria tentativa de se obter algo, acrescentar algo, realizar algo ou receber algo, quando a natureza infinita de nosso ser, um com Deus, implica em estarmos com nossos “recipientes” já lotados.

Tudo que é do Pai é nosso. Algo mais nos poderia ser acrescido?

Browning, o grande poeta, registrou em seus versos o segredo maravilhoso: “A Verdade está dentro de nós mesmos… e o conhecimento… consiste em abrirmos espaço para que escape o esplendor aprisionado…”.

Quando julgamos pelas aparências, submetemo-nos à crença causadora de toda confusão e discórdia da existência humana: o julgamento do bem e mal. Isto é bom; aquilo é mau; assim rotulamos tudo!

Naturalmente, aquilo que hoje é chamado de bom, pelas mudanças de regras sociais poderá ser chamado de mau amanhã. E coisas hoje ditas muito más, talvez se tornem normais, naturais e comuns a todos no amanhã. Porém, não perceberemos que tais avaliações são transitórias e espiritualmente infundadas, enquanto estivermos julgando pelas aparências. Estaremos julgando segundo os padrões atuais da sociedade ou tradições do momento, regras a nós impostas; desse modo, instantaneamente rotulamos tudo como coisa boa ou má, julgando tudo com base em opinião, crença e teoria humanas.

Enquanto estivermos encarando o mundo com olhos humanos, sempre estaremos achando algo bom e algo mau, muito embora essa classificação se altere a cada geração que passa.

Para que haja uma compreensão correta da natureza da prece, precisamos, neste instante, abandonar nosso julgamento humano em termos de bem e mal.

Não podemos continuar a enaltecer nosso senso de sabedoria psicológica, permitindo-nos julgar as pessoas de nossa família, do círculo profissional ou de nossa comunidade. Deveremos deixar de lado nossas opiniões de bem e de mal, de inteligência ou de ignorância, de honestidade e desonestidade, de moralidade e imoralidade, para termos condição de ver cada indivíduo sem qualquer condenação, sem qualquer crítica e sem qualquer julgamento, unicamente estabelecidos na percepção de que Deus É!




Joel S. Goldsmith

quinta-feira, 27 de abril de 2023

NÃO CONHEÇAS A NINGUÉM SEGUNDO A CARNE



Por isso é que desde agora já não conhecemos a ninguém segundo a carne; e, se outrora conhecemos a Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo.

Até agora, me conheceste segundo a carne, como homem. Doravante, já não me conhecerás mais deste modo, e sim como instrutor espiritual, não como juiz da carne.

Até agora, eu te conheci como ser humano e estudante. A partir de agora, jamais deverei julgar-te deste modo, mas somente como a Cristo, como Espírito, como ser espiritual, como filho de Deus.

Até agora conheceste a teus amigos, parentes, pacientes e alunos como seres bons e outros maus.

De hoje em diante não deverás mais conhecê-los como bons nem maus; deverás conhecê-los como seres espirituais.

É tão errado conhecer um homem como sendo bom, quanto conhecê-lo como sendo mau.

É tão errado considerar um homem rico, quanto considerá-lo pobre.

Não deves conhecer a nenhuma pessoa como boa ou má, segundo a carne. Doravante deves conhecê-la como a Cristo.

E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas!

Desde o momento em que deixares de julgar bom ou mau, doente ou são, a ti mesmo ou a outrem, e os conheceres somente segundo o Espírito, então o que era velho passará.

Velhos hábitos, velhas formas da carne, velhos apetites carnais, a avidez, a luxúria, a ambição, o desejo de saúde, riqueza, fama – tudo isto passará, e todas as coisas se farão novas.

É neste ponto que mensagem de "O Caminho do Infinito" é inflexível.

A ninguém devemos contemplar como carne ou ser humano.

Não devemos gloriar-nos em ninguém como homem, bom ou mau.

Precisamos agora conhecê-lo não segundo a carne, mas segundo o Espírito. 

Por conseguinte, se qualquer homem viver em Cristo, se qualquer homem mantiver a conscientização do seu Estado Crístico, as coisas velhas desaparecerão.

Até velhos amigos se afastarão dele. Sentir-se-á entristecido ao vê-los se afastarem, porque estimava sua companhia, mas não poderá deixar de ser assim, porque eles já não farão parte de sua experiência daqui por diante, e não ficarão.

Uma vez estabelecidos em Cristo, muda toda a nossa família, mudam todas as nossas ligações, todo nosso círculo de relações pessoais. É bem possível que até mudemos para um outro Estado ou para outro país, porque todas as coisas se tornam novas nesta Consciência Crística ESPIRITUAL em que vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.

Constatamos, então, que não existem limitações; não estamos presos a um apartamento, a uma casa ou a uma família. Nós os temos, mas, longe ou perto deles, nos sentimos livres, isentos de apego e preocupações.

Quando nosso estado de consciência se transforma e conscientizamos a revelação da substância do Espírito, ainda que em parte, nos apercebemos da presença do Templo Sagrado, o Corpo Real. Os outros poderão vê-lo ainda como esta forma física; nós, porém, sabemos que o verdadeiro corpo não é esta forma visível, mas que este corpo é o templo do Deus vivo.

Certamente que se o pusermos numa balança, esta nos dirá que ele pesa tantos quilos. No entanto, não teremos a sensação de peso, não teremos a sensação de solidez, não teremos a sensação de possuir corpo físico.


JOEL GOLDSMITH

quarta-feira, 26 de abril de 2023

DORAVANTE NÃO RECONHECEREMOS O HOMEM PELA CARNE




Para curar é necessário transcender o pensamento. Embora a meditação comece com a contemplação da verdade, deve, antes de se cumprir a cura, subir ao mais alto do reino da consciência silenciosa.

No começo de uma meditação de cura, uma passagem da verdade como “doravante não reconheceremos o homem pela carne” pode estar no pensamento.

Após se repetir diversas vezes, ou após nós a repetirmos conscientemente, o pensamento se esvai, na medida em que perdemos o significado da frase; doravante não reconheceremos o homem pela boa ou pela má carne, não o reconheceremos como doente ou sadio, rico ou pobre; doravante reconheceremos só Deus, sob as aparências de indivíduo humano espiritual.

Este é o segredo do Caminho Infinito, e este é o segredo da cura: “Doravante não reconheceremos o homem pela carne”, nem mesmo pela carne saudável. 

Doravante não reconheceremos o homem pela sua riqueza – pequena ou grande: reconheceremos apenas Deus como Pai e Deus como Filho, o Cristo, à imagem e semelhança de Deus.

Doravante reconheceremos apenas Deus como constituinte do homem; a substância, a vida, a alma do homem, a saúde, a riqueza e o lugar de morada do homem. 

Doravante reconheceremos só a Deus, e não ao homem.

Percebemos agora que o homem não é carne, mas consciência, tendo só qualidades espirituais. Discernimos que aí está o Princípio criativo que produz sua própria imagem e semelhança, e que esse Princípio criativo é também o princípio de sustentação da vida. E assim a sua criação deve necessariamente ser da sua própria essência – Vida, Amor, Espírito, Alma. Tal é a verdadeira natureza do homem.

“Doravante não reconheceremos o homem pela carne.” E como, pois, o reconheceremos?

Como um filho de Deus, sua verdadeira identidade.

À medida que conhecemos a nós mesmos e a todos os demais, como sendo de descendência espiritual, nunca olhamos para o corpo, mas diretamente para os olhos, até poder ver por trás deles, além do homem mortal, além do homem jovem ou velho, doente ou sadio, onde está entronizado o Cristo.

O homem visível, quer doente, quer sadio, não é o homem – Cristo, o Eu espiritual daquele homem, não está sujeito às leis da carne, nem mesmo da carne harmoniosa, mas está sujeito apenas ao Cristo.

Logo que alguém chega do fundo de tais cogitações ou contemplações, senta-se num estado de quietude e de pacífica receptividade, no qual nenhum pensamento se introduz. Nesse estado de consciência, O Cristo curador se manifesta, inundando a consciência de paz e tranquilidade. É uma “paz”, um “estar quieto” espirituais, e disso emana a Graça curadora que nos envolve e aos nossos pacientes; e então a harmonia se torna algo aparente, uma experiência tangível.

Em nossa meditação podemos começar tendo na mente uma pessoa doente, ou pecadora, ou pobre, mas não podemos nos levantar até que, por intermédio da realização, tenhamos atingido o lugar onde não há homem doente ou sadio, rico ou pobre, puro ou pecador; não há pessoa doente para ser curada ou pessoa saudável de quem nos regozijamos: há somente Deus – só Deus na aparência de Pai e Deus na aparência de Filho. Estará então completa a nossa prece, e com ela virá a convicção: “É isso”.

Enquanto conhecermos a verdade – pensando, falando, declarando a verdade – estaremos no reino mental. De fato, podemos estar pensando nas coisas do espírito, mas estamos pensando com a mente e, provavelmente, não ocorrerá nenhuma cura. Se ocorrer alguma cura, em alguns casos, ocorrerá pela argumentação mental e não será uma cura espiritual e sim mental, pelo efeito da sugestão, um frutificar daquela prática que nos diz “você está bem” ou “você é perfeito” ou “Deus fará isso em você”; e a mente aceita a sugestão e a ela responde. O que não é uma cura espiritual, pois o paciente meramente aceita a sugestão de outra mente.

No Caminho Infinito, não fazemos sugestões; nunca usamos a palavra tu (ou você) num tratamento; nunca usamos o nome do paciente e nem mencionamos o nome da doença, da queixa ou da condição em tratamento, e nem deixamos a pessoa introduzir-se em nosso pensamento depois de ela ter pedido ajuda. Não dividimos aquilo que é UNO - a TOTALIDADE.

Quando estamos em contemplação, não focalizamos o paciente, e sim Deus e as coisas de Deus que conhecemos, ou as leis de Deus que compreendemos ou de que tenhamos lido e tentamos agora realizar.

Nós não esperamos a cura por qualquer coisas dessas, porque não podemos trazer à luz o filho de Deus do segundo capítulo do Gênesis, de onde só sai Adão, o homem de carne.

O único modo pelo qual esse homem de carne pode ser devolvido para o Éden é a sua harmonia espiritual normal, não pensando a respeito dela, mas entrando naquele estado de silêncio que não reconhece o bem e o mal.

Quando não temos desejos, não temos mais desejos do bem que do mal, e somos então puros o bastante para estar no Jardim do Éden, que é sem desejos. Não é um estado de desejar o bem, mas de puro contentamento com o ser, e apenas um estado de Contemplação da Perfeição Divina Onipresente.


JOEL GOLDSMITH

terça-feira, 25 de abril de 2023

O Estudo e a Prática dos Princípios Elevam a Consciência*




Nos primeiros anos de nosso estudo do Caminho Infinito, devemos nos ater aos princípios específicos dessa mensagem de forma muito próxima e intensa. 

O estudo e a prática desses princípios nos levam ao ponto em que não mais odiamos, tememos ou amamos a cena humana, e desenvolvemos nossa consciência para aquele nível em que percebemos o não-poder do que o mundo chama de poder e passamos a reconhecer que há algo maior que nós mesmos, funcionando dentro de nós.

À medida que progredimos neste trabalho, através do estudo e prática, e conforme alguma medida do Espírito de Deus entra em nossa Consciência, nos encontramos chamados a ajudar os outros. 

Os outros podem não saber por que eles vêm até nós, mas eles vêm; e quando pedem a nossa ajuda, geralmente podemos dar-lhe, porque quando chegam a pedir ajuda, alcançamos um dom espiritual suficiente para que possamos dar-lhes a ajuda que procuram.

Nós, de nós mesmos, nunca poderíamos fazer as coisas que muitos de nós são frequentemente chamados a fazer. Nós, de nós mesmos, não poderíamos ajudar uma pessoa a superar uma doença séria, perder seus pecados e falsos apetites, ou moldar uma nova disposição. Não há nada em nós, como seres humanos, que tornaria possível para nós fazer isso por outro. Porém, a Graça Divina não permitiria que alguém nos invocasse até estarmos preparados.

Portanto, é nossa função nunca querer dar ajuda, nunca querer estar no ministério de cura, nunca querer fazer nada a não ser nos aperfeiçoar, estudar, meditar, e deixar nossa Consciência se tornar tão cheia da atividade do Cristo que em um certo momento Ele irrompe, e então, alguém vem e pede ajuda, e isso nos inicia no nosso caminho.


Por fim, uma grande verdade começa a despontar na consciência de todo estudante de sabedoria espiritual, independente de sua abordagem: se “Isto” que funciona através de mim como uma bênção para mim e para os outros é tão poderoso, não poderia então ajudar o mundo inteiro? Se eu posso orar pelo meu próximo e pelo benefício do meu próximo, não poderia orar pelo mundo inteiro?

Orar pelo mundo vem acontecendo há séculos, e é verdade que grande parte dessa oração, tanto na cena visível quanto na cena invisível, teve e está tendo um efeito sobre a humanidade. Mas somente quando nos erguermos mais alto na compreensão da oração, poderemos testemunhar uma maior realização da Paz Espiritual e Harmonia Espiritual na Terra.


*- Joel Goldsmith*

segunda-feira, 24 de abril de 2023

INTERPRETAÇÃO PRÁTICA DO SALMO DO BOM PASTOR

 




(SALMO 22 OU 23)

Medite sobre o Salmo do bom Pastor.

É uma forma de oração que se harmoniza, da maneira mais bela, com a ideia que as atuais Escolas da Verdade têm acerca da prece. 

"O SENHOR É O MEU PASTOR. NADA ME FALTARÁ".

Essa declaração não leva pedido de coisa alguma a Deus. Não ensina a procurar Deus para suplicar-Lhe algo. Não há, sequer, a expectativa de um bem determinado Procedente de Deus.

Há, sim, uma positiva declaração de que "O Senhor é o meu Pastor", do que, naturalmente se infere que "Nada me faltará". Pense nesta forma de oração.

"O Senhor é o meu Pastor. Nada me faltará".

Não há busca de Deus nem intento de a Ele chegar.

Não há petição antiquada nem afirmação em novo estilo.

Apenas encerra o reconhecimento de que Deus É.

E já que Deus é o MEU Pastor, meu Pastor individual, meu guia, meu protetor, meu guardião, Aquele que me sustem e supre - logicamente "Nada me faltará".

Não há qualquer dúvida: há confiança, há segurança de que "Nada me faltará".

Não há busca de provisão.

Não se deseja demonstrar abundância. Há, só, a tranquila e a clara segurança de que "Nada me faltará".

Compreenda: nesta convicção é totalmente impossível necessitar-se de algo!

“EM VERDES PRADOS FAZ-ME REPOUSAR. ELE ME CONDUZ A ÁGUAS REFRESCANTES".

De novo, aqui, não há busca de Deus, de forma alguma Não é dito: Ele me prove de verdes prados, senão que (notem bem) "Ele me faz repousar" neles.

Não se trata de escolher se se quer ou não repousar em verdes prados e tampouco se fala de castigar-nos por nossos pecados, expulsando-nos dos verdes prados. Simplesmente: "Em verdes prados faz-me repousar".

V. deve sentir uma espécie de alívio ao compreender que a responsabilidade de se dirigir, de se manter ou de encontrar o correto modo de orar, não depende mais de você.

"O SENHOR É O MEU PASTOR. NADA ME FALTARÁ. EM VERDES PRADOS FAZ-ME REPOUSAR. ELE ME CONDUZ A ÁGUAS REFRESCANTES E RECONFORTA MINH'ALMA; GUIA-ME PELO CAMINHO DA RETIDÃO, POR AMOR DE SEU NOME".

Observe que, do princípio ao fim, não há intenção de ganhar o favor de Deus ou buscar-lhe a bondade. Não há qualquer intento de alcançá-lo. Há, só, uma constante e confiada segurança.

"AINDA QUE EU ANDASSE POR UM VALE TENEBROSO, NÃO TEMERIA MAL ALGUM, PORQUE ELE ESTÁ COMIGO".

Eis, verdadeiramente, um milagre de oração. Em meio às provas e tribulações, enfermidades sérias, problemas familiares, escassez, limitação, perda de fortuna, pode parecer que estamos separados de Deus e, de algum modo, desassistidos por Ele.

Em decorrência, somos levados a buscá-lo de novo, e aqui está uma conclusão equivocada!

"Ainda que eu andasse por um vale tenebroso, não temeria mal algum, porque Ele está comigo".

Embora atravessasse um vale tenebroso - diz o salmista - nada haveria a temer. Isto não é verdade em relação ao ser humano em geral: eles apalpam esse vale... ou a escassez e limitação ou qualquer outra coisa errada. . . e começam a temer. Por que temem? Por uma só razão: falta-lhes a suficiente percepção de que Deus está com eles.

Embora o Salmo seja antigo, eis, nele, um conceito inteiramente novo de oração.

Não se está reclamando a companhia de Deus na travessia do vale tenebroso; nem sequer se está procurando alcançá-lo.

Nem estamos procurando calar nossos temores, já que a companhia de Deus não nos evitou essa tenebrosa travessia. Mas pelo menos, embora sejamos obrigados a percorrê-lo, esta declaração nos diz que Ele nos acompanhará nessa travessia: "Ele está comigo".

Se V. tão-só tomasse esta declaração e a compreendesse!... nada mais lhe faria frente: nem vale atual cheio de trevas, nem prova particular alguma que o desafiasse porque V. teria a consciência bem segura de que, em qualquer circunstância, Deus estaria EM E com VOCÊ, na travessia da prova.

Em "Interpretação Espiritual das Escrituras" V. encontrará a história de José e seus irmãos. José, o filho mimado, o favorito de seu pai. José esperava andar pelo vale da vida com muita facilidade, calma e tranquilamente, sem provas nem tribulações, talvez sem grandes vitórias também. Para que vitórias se ele era o beneficiado da grande fortuna do pai, em quem tinha assegurado favoritismo? Mas por maldade e ciúmes de seus irmãos, José foi lançado em um poço e depois foi tirado de lá para ser assassinado ou vendido como escravo (isto era considerado pior do que a morte).

Vendido como escravo, José foi parar no Egito, onde passou da escravidão a uma posição honrosa, como responsável da casa do governador. Estava já quase satisfeito consigo mesmo porque percebe que Deus está com ele. Porém, repentinamente é levado à prisão. Alegou inocência mas, embora inocente, está preso e, segundo as aparências, novamente sem a presença de Deus, ainda mais que ficou vários anos na masmorra.

Todavia, Deus uma vez mais revela que o não abandonou: José decifra o sonho do Faraó e, tirado da prisão, torna-se o governador virtual do Egito.

Então seus irmãos vieram para o Egito. Eram eles que o haviam jogado no poço, que o haviam vendido como escravo e provocado todos os problemas. Agora vinham em busca de favores. Necessitavam de alimento e José o tinha armazenado "nos tempos das vacas gordas".

Gentilmente lhes proveu alimento. Quando os irmãos procuram desculpar-se por suas ações e exprimir seu arrependimento, José, à semelhança de Davi, expressa estes pensamentos: "Não fostes vós que me fizestes isso: Deus o fez. Foi Ele que me enviou antes de vós ao Egito".

Estas palavras de José encerram um elevado conceito de oração. É uma prece que bem vale recordar. Não é o demônio; não é a mente carnal; não é o oposto a Deus que traz ao homem as discórdias e enfermidades. É o próprio Deus que acompanha o homem em suas provas e tentações para conduzi-lo a alguma vitória maior, em lugar de abandoná-lo a si mesmo para ser apenas um ser humano com saúde e fortuna, sem nada realizar de expressivo em seus setenta ou mais anos de vida, neste plano.

Em geral o homem realiza muito pouco das coisas essenciais que lhe cabe, como missão na Terra. Limita-se a ganhar a vida e sustentar uma família. No que se refere a uma contribuição real para manifestar a glória de Deus, ao fim e ao cabo de uma vida as pessoas geralmente mostram muito pouco. Saibam disto: trazemos uma ordem de produzir frutos espirituais, que revelem a obra de Deus, que glorifiquem a obra de Deus. Se vamos contentar-nos em permanecer na Terra em boa saúde, acumulando bens, então estamos bem longe de nosso verdadeiro destino.

José reconheceu o que um dia também vocês reconhecerão: a inveja, os ciúmes, a maldade, o ódio, a infecção, o contágio, as depressões, transformações, governos cambiantes - não podem trazer-lhes discórdias nem falta de harmonia.

Só Deus pode levá-los a compreender a verdadeira identidade, o homem interno, de um ou de outro modo. Ainda que vocês tenham de passar, simbolicamente, pelo fogo ardente (companheiros de Daniel), ou atravessar o deserto de quarenta anos (Moisés), ou ficar na cruz com Jesus (seja qual for sua prova ou tribulação - e na Bíblia as há de todo tipo), saibam que Deus os acompanha sempre em cada experiência.

Se Deus não estivesse na cruz, acompanhando Jesus, não teria havido ressurreição nem ascensão. Só o poder de Deus, na consciência de Jesus, lhe conferiu impulso para a ressurreição.

Se não houvesse Deus na travessia de quarenta anos pelo deserto, com Moisés, não teria havido a entrada na Terra Prometida e nem libertação para os hebreus.

Se Deus não houvesse estado com José, ele jamais passaria de escravo a virtual governador do Egito, que era, então, um grande país.

Qualquer seja o problema que vocês estejam a enfrentar, procurem tomar consciência disto: vocês não o estão defrontando sozinhos. Mesmo que se trate de um vale tenebroso, não há temer mal algum porque Deus está com vocês.

Considerem este alto conceito de oração.

SEU BORDÃO E SEU CAJADO ME CONFORTAM 

Seja o que for que lhes constitua o simbólico vale tenebroso, há um cajado que lhes serve de apoio para se conservarem de fronte erguida, a caminhar em linha reta. Há certa forma de disciplina. Há certo ensinamento.

Há certo modo de ajuda espiritual que nos ilumina e fortalece. compreendam isto e alcancem uma total convicção desta verdade. Só assim poderão agir confiantemente.

Elias quase esqueceu isto quando foi alimentado pelo corvo no deserto, e pela viúva, e encontrou tortas cozidas sobre as pedras. Quase olvidou que era a presença de Deus que lhe proporcionava estas coisas. Só isso - tudo o que era necessário para que ele atravessasse o seu vale tenebroso com êxito e finalmente chegasse àquele lugar em que Deus lhe mostra que havia reservado uma congregação de sete mil homens que não haviam dobrado seus joelhos a Baal .

Para vocês há também uma congregação de sete mil. Para vocês também há uma missão espiritual, um destino espiritual na Terra e uma prova ou teste particular.

É possível que vocês estejam passando pela tribulação ou uma série delas, mas estejam seguros que elas constituem uma ponte que os leva à demonstração final: algo que nunca viria sem esse teste ou prova particular.

Este é o caminho da cruz. Mas é também o caminho da coroa do triunfo. Notem que a vitória vem muito depois da crucifixão. Primeiramente vêm as crucificações (e muitas delas).

Por tal razão, a pessoa que está entrando no caminho espiritual deve compreender que "Não vim trazer a paz, mas uma espada. .. para separar famílias", para acabar com tudo o que lhes anestesie de excessivo conforto, tranqüilidade e segurança.

Não pode haver progresso espiritual enquanto vocês não tenham vencido o mundo; enquanto estiverem fazendo uso da Verdade apenas para aumentar seus recursos humanos e bens; para assegurar uma boa renda semanal; para remodelar suas casas; para adquirir um carro de último tipo. Enquanto estiverem nisso, vocês não terão sequer apalpado o caminho espiritual.

Em cada caso, na história dos profetas hebreus, vocês notarão que a missão deles não era pessoal; não se referia unicamente a bens humanos nem acrescentar recursos materiais: era sempre uma missão espiritual.

O mesmo se aplica a vocês. Vocês têm uma missão espiritual, tenham ou não consciência dela, neste momento.

Todos têm uma missão espiritual e todos, algum dia, a encontrarão.

Uma vez que vocês tenham ingressado no caminho espiritual, é impossível retornar Vocês poderão tentar o retorno, ocasionalmente, mas notarão que tudo os leva e força a prosseguir a caminhada, já que "Tu estás comigo".

"Ainda que eu andasse por um vale tenebroso, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo". Então é dito: PREPARAS UMA MESA PERANTE MIM, À VISTA DE MEUS ADVERSÁRIOS. UNGES COM ÓLEO A MINHA CABEÇA; MEU CÁLICE TRANSBORDA".

De novo, aqui, encontramos a simples declaração daquilo que é: "Preparas uma mesa perante mim".

Não há qualquer desejo de que isto se realize, nenhuma petição, nem busca de Deus: simplesmente uma declaração, uma constatação. Eis uma oração elevada.

"Preparas uma mesa perante mim, à vista de meus adversários. Unges com óleo a minha cabeça; meu cálice transborda".

E o arremate: "CERTAMENTE QUE O AMOR E A GRAÇA ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DE MINHA VIDA:

E HABITAREI NA CASA DO SENHOR PARA SEMPRE!"

Notem com que assegurada confiança é dito: "certamente que o amor e a graça. . ."

Eis aqui outro pensamento importante: "todos os dias da minha vida".

Dado que Deus atua hoje, não pode deixar de agir amanhã e sempre. Tomem consciência isto para alcançarem um dos mais elevados conceitos de oração.

Procurem reconhecer que em qualquer momento de sua experiência vocês podem comprovar a eficácia da oração (isto é, serem sanados por meios espirituais) .

Procurem reconhecer que em qualquer circunstância da vida vocês podem ter uma evidência do poder e da presença de Deus.

Certamente. . . quando chegarem a este reconhecimento, a esta vivência, nunca mais terão motivos de preocupação, porque tão-só esta evidência da divina Presença será suficiente para fazê-los dizer: "Certamente que o amor e a graça me seguirão todos os dias de minha vida". Vejam bem: todos os dias.

Como pode Deus estar com você hoje e não amanhã? Como pode Deus manifestar-se ou exprimir-Se um dia e no dia seguinte não?

Foi difícil, aos hebreus, aprender esta lição. Quando insistiam em guardar maná para o dia seguinte, e para o outro, e o outro seguinte, Moisés tinha de recordar-lhes que esse maná caía do céu pela Graça de Deus. Por que, então, se preocupavam de que não lhes caísse mais no dia seguinte e no outro? Por que deixaria Deus de suprir-lhes a necessidade, enquanto ela existisse?

Será possível que Deus nos retenha Suas bênçãos enquanto delas necessitamos?

Será possível que a ajuda de Deus seja de tal modo limitada, que possa ser retirada antes de completar sua missão? Há alguma razão para duvidarmos d'Ele?

Haverá necessidade de aplicarmos nossos recursos humanos para suprir uma deficiência divina na solução de nossos problemas?

Meditem sobre o espírito ou a mensagem do Salmo do bom Pastor.

Em nenhum sentido nos leva a nos esforçar para alcançar Deus, nem a buscar-Lhe qualquer coisa. Melhor que isso; ele nos leva a permanecer em completa e perfeita confiança: "Certamente que o amor e a graça me seguirão todos os dias de minha vida".

E então conclui: "e habitarei na casa do Senhor para sempre".

"Morarei" na consciência de Deus "para sempre! 

Aqui não há tratamento. Há só uma declaração: "e morarei" na consciência do Senhor "na casa do Senhor para sempre".

Sirva-nos ela de modelo.

V. já tomou a decisão e já declarou: "Habitarei na casa do Senhor" (na consciência de Deus) "para sempre"?




JOEL GOLDSMITH