sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Solicitações de Ajuda Espiritual - JOEL GOLDSMITH







Sempre que um pedido de auxílio espiritual for ligado a algum desarranjo corpóreo, a resposta única é a seguinte: “Toda Ação é Deus-Ação (Oniação)". 

A mente, como instrumento de Deus, é quem age, enquanto o corpo meramente reflete aquela ação.

Se o caso for medo de morte, devemos observar o que é a Vida: 
uma só Vida, que é Deus. A Vida, sendo Deus, não pode morrer.

Para a idade, reconheça ser tão jovem ou tão antigo quanto Deus. 

Ao pensar em idade, estará apartado de Deus, e tentando “tratar” uma ilusão. Não faça isto!

“Eu tenho hoje a mesma idade de ontem. Eu sou a mesma Vida, a mesma Mente, o mesmo Espírito, o mesmo Corpo. 

Tudo que o Pai tem, é meu – tudo que o Pai tem de idade, de mudança, inteligência, sabedoria, orientação e direção – tudo é meu”.










Abrindo a Porta a Deus -JOEL GOLDSMITH







"Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo."


(Apocalipse 3:20)




A Presença espiritual Se mantém sempre à porta de nossa consciência, tentando entrar. Por ignorância espiritual, desconhecemos esse fato. 

Temos vivido fora de nós mesmos, à mercê de toda sorte de influências externas, passando por várias experiências, algumas agradáveis, outras enfadonhas, mesquinhas, pecaminosas, que poderíamos ter evitado, se tivéssemos encontrado o céu na terra. 

Ninguém nos havia dito que o Divino, o Eu em nós, está constantemente à porta de nossa consciência, batendo para que Lhe abramos nossa mente, a fim de que Ele assuma um governo sábio e amoroso em nossa vida. 

Entregues a nós mesmos, lutávamos. Defendíamo-nos. Vivíamos mal, como grande número de pessoas que não se encontraram ainda.

Agora, através desta revelação, chegou o tempo de adquirirmos um novo senso de vida, pela experiência de que nosso corpo é o templo do Deus vivo, ao Qual devemos consagrar nossa vida.

Dedicação

Todos os dias, devemos dispor de um período em que possamos fechar os olhos e nos voltar para dentro de nós mesmos, convidando Deus a entrar.

Em sentido metafísico, porém, Deus não entra e nem sai, pois nada tem de natureza material; não pode limitar-Se a ficar dentro ou fora de coisa alguma, já que é onipresente, isto é, está sempre e ao mesmo tempo fora e dentro, acima e abaixo de tudo, porque permeia tudo.

Portanto, se Deus, como Infinidade, é Onipresente, no momento em que Lhe abrimos a porta --- imagino essa porta como sendo a minha mente --- apercebemo-nos de que Sua Presença e Infinidade inundam nossa consciência e no guiam ao estado da Graça! 

A Graça de Deus é o poder, a Presença e a sabedoria que “excede todo o entendimento”. 

A Graça de Deus é o que nos confere, como recompensa por Lhe abrirmos nossa “porta”, a autorrealização, seguida de seus frutos.

Se não negligenciarmos, horas virão em que seremos guiados, intuídos, beneficiados, abençoados. 

Mas a dedicação a Deus deve ser renovada e realimentada em cada meditação. Para isso, procurem vivenciar a essência destas palavra:

“Eis que estou à porta, e bato (...)”. Abro minha consciência a Deus, imortal e infinito. Ele habita em mim e eu n’Ele. Assim, a Consciência divina me permeia. Minha mente, minhas emoções, meu corpo, meu trabalho, meu lar, minhas recreações, meus relacionamentos, minhas aptidões, são dedicados a Ele. Consagro-Lhe tudo o que sou e tenho. Faço-me um instrumento consciente de Sua vontade, para que Ele realize minha parte em Seu plano”.

A sincera consagração aos desígnios divinos, leva-nos a um estágio mais alto, no qual podemos compreender porque algumas pessoas progridem intensamente em suas atividade espirituais, enquanto outras não. 

Por ignorarem a natureza da dedicação, consideram-na uma qualidade humana, uma virtude de sua personalidade. Ufanam-se de serem consideradas pessoas incomuns e dedicadas. A dedicação se converte, pois, em glória pessoal, não numa consagração a Deus. Torna-se uma dedicação a si mesmo (personalidade), e nada pode acrescentar ao íntimo como crescimento.

Pela consagração correta, a vida passa a ter um propósito espiritual, que inclui o serviço humilde, amoroso e altruísta ao próximo, por amor a Deus, como foi dito: “Em verdade vos digo, o que fizestes a alguns destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizeste” (Mateus 25:40)


A Descoberta do Reino em Nós

Não há outro lugar onde possamos encontrar o Reino de Deus, senão dentro de nós. Todavia dentro de nós não significa o coração, ou o cérebro, ou a medula espinhal.

Quando fechamos os olhos e nos voltamos para dentro, sentimo-nos envoltos em densa escuridão. É o vestíbulo do Infinito! Aí é que se nos abre a porta que nos conduz ao Reino de Deus, o Reino do Espírito. 

O reconhecimento deste fato quase nos põe em condições de “ouvir a pequenina e silenciosa voz”, que nos vem de dentro, não de fora. Vem-nos do Ser interno, do centro para a periferia, das profundezas para a superfície de nosso Ser. Em tal estado de abertura expectante, compreendemos que “através da consciência, ganhamos acesso ao Reino de Deus”!

No momento em que aprendemos a fechar os olhos e a penetrar, com a atitude correta, no “Vestíbulo do Infinito” --- à Sua Graça, às Suas dádivas, ao Seu amor e Vida --- inicia-se um processo de enriquecimento de nossa consciência. 

A princípio não o podemos perceber, porque ainda nos encontramos nos sentidos físicos. Mas com o tempo, pela sincera persistência e anelo de luz, testemunharemos resultados mais profundos. 

Esses resultados se evidenciam em nossa própria vida: a melhora nos relacionamentos, na saúde, na provisão de recursos, etc., porque, ao ir penetrando em nossa consciência, essa Influência espiritual, purificadora, vai harmonizando e restaurando tudo!

É-nos extremamente beneficioso abrir a consciência ao Espírito. Do contrário, Ele permanecerá fora --- no sentido de que, ao crer-nos distanciados d’Ele, isolamo-nos de Sua Graça. Isto responde àquelas perguntas tão freqüentemente formuladas: “Por quê este pobre cão foi atropelado?” “Por quê esta boa mulher foi acometida de tão horrível enfermidade? “Por quê estes jovens são enviados ao campo de batalha, onde serão mutilados ou mortos?"

É que o “homem natural” não vive sob a Lei de Deus. O que de bom lhe acontece é, as mais das vezes, ocasional e efêmero. Mesmo os que nascem com vocação especial e desejam ardentemente cultivá-la, nem sempre o conseguem. Há muitas pessoas de talento que nunca prosperaram. Outras há que merecem reconhecimento do mundo e nunca o receberam. Grande parte do êxito humano é acidental.

Como, então, podemos ficar acima desse reino do acaso, onde estamos sujeitos a toda sorte e caprichos e flutuações? 

A resposta é: submetendo-nos à Lei de Deus. Quando cumprimos a Lei, compreendendo a necessidade de entrarmos em sintonia com o Universo de que fazemos parte, guindamo-nos ao plano da Graça e, nesse estado, a Lei atua em nosso favor; e somos guiados pelo Paráclito prometido por Jesus Cristo.

Mas ninguém pode fazer isto por nós. É uma escolha voluntária. Temos o direito de descer ou subir. Mas, se querem o meio de consegui-lo, é o meditação, tal como aprendi, cujos resultados comprovei e agora ensino:

Inicie, diariamente suas meditações, durante três ou quatro períodos de, no máximo, quatro minutos. Algumas vezes bastam dez ou vinte segundos, nos quais você procurará abstrair-se dos ruídos externos, e abrir o “ouvido interno”, para escutar os sons que estejam além e acima da faixa dos sons conhecidos. Diga, então, em seu íntimo: “Fala Senhor, que Teu servo escuta!”

Sinceramente feito, este exercício vai abrindo a porta da nossa consciência, atendendo ao honroso convite do Cristo interno. E Ele entrará, senão logo, algum tempo depois, de modo apenas perceptível por aquelas doces sensações de Algo sublime, que nos põe num estado especial, inspirado, de felicidade.

Mas é comum que, antes de visitar-nos, Ele nos ajude a operar certas mudanças em nossa natureza egoista e vaidosa. É provável que nos leve a perceber o que Ele diz: “Buscas-me somente pelos pães e peixes. Vai cuidar de seus negócios. Estou triste contigo!” Mas, se nos voltarmos a Ele com intenções sinceras e puras, Ele virá sem tardança, mais depressa do que O esperamos. E Sua influência nos conduzirá finalmente àquela meta atingida por Paulo, quando disse: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!” (Gálatas 2:20).





















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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A ATIVIDADE DE DEUS -JOEL GOLDSMITH







[...] A Atividade de Deus é como uma luz tocando a escuridão. Não faz absolutamente nada com ela; não a cura, não a muda nem tampouco a remove. Apenas revela: a escuridão era uma “ausência”. 

Eis com o quê se assemelha a Atividade de Deus; na cura, ela não sana uma doença; apenas revela que não havia doença nenhuma ali. Ela também não reforma um pecador; somente revela o homem de Deus, o ser que jamais pecou. 

A Atividade de Deus consiste em revelar o homem espiritual. Aos nossos sentidos, ela pode se mostrar como removendo pecado, doença e carência; porém, aquilo se restringe ao que captam nossos limitados sentidos. Ela, realmente, não faz mais do que realizar a luz, quando faz dissipar a escuridão. 

O todo da experiência humana é uma experiência imaginária, uma experiência de sonho, realizando-se na mente universal, que não tem o seu suporte em Deus. 

Aquele homem do pecado, da doença, e da morte estará tão ausente quanto esteve a escuridão, ao ser tocada pela luz. 

Dizemos que “o velho homem” "morreu" e “o novo homem” "renasceu"; porém, para onde teria ido “o velho homem”? 

A lugar nenhum! Ele já era ausente, desde o começo. [...]






quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

É DEUS O NOSSO SERVO? É DEUS O NOSSO PAPAI NOEL? -JOEL GOLDSMITH






O homem, sendo a coroa da criação, deve testificar Deus no grau mais elevado. 


O homem individual, tu e eu, deve ser o arauto máximo da imortalidade, da eternidade, do infinito, de todo o bem, de saúde, de harmonia, de integridade, da abundância criadora – não dele mesmo, mas de Deus. 


A graça de Deus deve transparecer dos teus olhos. 


A harmonia de Deus deve revelar-se através da saúde do corpo humano, teu e meu. 


A inesgotável riqueza de Deus deve expressar-se na prosperidade do teu suprimento econômico, não em virtude de alguma das tuas capacidades – por seres bom e virtuoso – mas porque Deus é amor, e porque a natureza do amor se revela no fato de que tu tens abundância de tudo.


É do agrado de Deus dar-te o reino; que tenha o reino não no suor do teu rosto, com teus trabalhos e tuas canseiras, ou pelo fato de conquistares e mereceres – não! 


O reino virá a ti pela graça de Deus, que opera em ti, e cujo advento tu só impedes quando tentas reduzir Deus a teu servo.

Papai Noel Deus! O motivo de todo desejo ser pecado é que o desejo se fundamenta no conceito de um Deus que dá ou que retém. 

O desejo também se baseia na aceitação da ideia de que algo, alguém ou algum lugar não possa ser Deus.


Pouco a pouco se modificará em ti a ideia que tens de Deus; a partir daí, não mais fará orações a Deus como se ele fosse algum Papai Noel. 


Não deixarás de orar, mas a tua oração terá outro caráter e outro sentido. Compreenderás que Deus nada pode dar e nada pode negar, porque Deus é a TOTALIDADE... 


Pode o homem, sim, excluir-se da graça de Deus, mas pode também incluir-se novamente e reatar o seu contato com a Fonte divina, e é este o sentido da oração. 


Então, a oração deixará de ser um ato de pedir e de procurar algo; começará a ser uma atitude de pedir, de bater, de procurar, em demanda de mais Luz, de maior Sabedoria, de uma compreensão mais profunda da Verdade.


Jubilosamente abrirás mão de todas as coisas, contanto que isto te aproxime, por um passo sequer, da tua experiência de Deus, que é a tua auto-realização – tu, que és o filho de Deus e herdeiro do seu reino, expressão da eterna essência divina. 


A essência divina será realizada em tua existência humana. A sabedoria de Deus se tornará a tua própria sabedoria. A vida divina passará a ser a tua própria vida imortal. E o teu corpo será o templo do Deus vivo. A força, a juventude, a vitalidade de Deus fluirá através de cada um de nós.

Deus é a infinita plenitude do Bem, revelando sem cessar o seu próprio Ser na forma do Universo. 

Deus nada pode acrescentar a isto – nem jamais deduziu alguma coisa disto. Deus não pode aumentar nem diminuir. 


Deus simplesmente é. Isto vale de todos os milênios passados – e isto vale de todos os milênios futuros – DEUS É. E após milhões e milhões de anos e de séculos – DEUS É. 


Quando dizemos que Deus é eterno ou infinito, que Deus é bom, que Deus é vida, ou amor, nada mais afirmamos do que isto – DEUS É. 


É este o limite de todo o nosso conhecimento divino – DEUS É.


Se Deus é, então eu sou. Não posso dizer “Eu sou ontem”, não posso dizer “Eu sou amanhã” – tudo o que posso dizer é isto: “Se Deus é, então eu sou”. 


Não procuro nada, porque tudo que é do Pai é meu; tudo que Deus é isto eu sou. Ele me criou segundo sua imagem e semelhança, e me deu pleno poder e domínio sobre tudo que há no céu, no ar, na terra, na água e debaixo da terra. 


Se Deus me deu pleno poder sobre tudo isto, que poder me poderia ainda fazer mal? Se eu possuo um poder divino, que outro poder me poderia penetrar, fazendo-me doente ou mau?


Quando se sabe que Deus é, torna-se supérfluo querer descobrir um poder divino que algo faça a nosso favor. Deus É; a sua natureza é isto: “ELE É”. Deus nunca “foi” ou “era”. Deus é o eterno “EU SOU”. E isto é a nossa salvação, porque ele é força, amor, vida, sabedoria. Procuremos enxergar a Deus nesta luz – nesse eterno “ELE É”; não como alguém que “era” há 2 mil anos, ou alguém que “será”, quando nós o merecermos.

Leitor, vai a um parque, onde brota capim novo, onde nascem folhas nas árvores; ou, mais tarde, quando aparecem as flores. Contempla aí como “DEUS É”, a cada momento, em folhas, flores e frutos. 


E – coisa maravilhosa! – ninguém pede para que assim seja; ninguém diz a Deus quanto ele necessita destas coisas – das frutas, do verde capim, do gado sobre as colinas. E, no entanto, Deus faz aparecer tudo isto.

Sim, Deus providencia tudo quanto necessitamos sem o nosso concurso, sem a nossa intervenção.

Cerca de meio século atrás correu pelos Estados Unidos a notícia alarmante que, dentro em breve, não haveria mais bastantes cavalos para transportes e montaria de pessoas e mercadorias – mas apareceram os veículos motorizados, e tudo continua normalmente.

Como se o homem fosse responsável pela continuação do mundo!


A graça de Deus é suficiente para hoje, para amanhã e para sempre. A mais alta forma de oração é esta: “Deus É – amém”. O Deus onipresente é o Deus onipotente, onissapiente e onibenevolente – nada mais é necessário.


Quando compreenderes que Deus é o princípio criador do Universo, que sustenta toda a vida e o cosmo, que esse princípio criador é a Inteligencia do Universo, Amor, Vida, o Coração do cosmos, então não mais rezarás a Deus – terás alegria nele, e esta alegria será a tua oração. Terás comunhão com ele, e nada procurarás só para ti; nem pedirás algo para outros, nem jamais atribuirás a Deus o papel de servo que deva cumprir a tua vontade e satisfazer os teus desejos.

Deus manifesta a sua natureza infinita criando, sustentando e governando este esplêndido e grandioso Universo; e nós, que vivemos neste mundo, somos servos do Altíssimo. Nunca espere de Deus que Ele sirva aos homens. 


Compreende que a tarefa do homem consiste em servir e glorificar a Deus – que testifique na terra aquilo que Deus é. 


Modifica a tua oração no sentido de não mais pretenderes desse Deus poderoso e grande que faça favores a um pequenino “ego”.


Muitos agem como se, de fato, pensassem assim, como se se julgassem capazes de induzir Deus a lhes satisfazer os desejos. Importam que compreendam que estão aqui na terra para que Deus se manifeste através deles. Em vez de permitirem a Deus que fale por meio deles, falam a Deus eles mesmos, contam-lhe coisas, fazem-lhe pedidos, determinam o que ele deve fazer, dão-lhe ordens – e esta é a razão por que não são atendidos. 


A resposta só virá quando forem capazes de assumir a atitude de Moisés, que escutou a voz de Deus, e esta voz lhe mostrou o que ele devia fazer e como devia fazer.


Os hebreus, como escravos do faraó do Egito, tinham de sofrer muito. Julgavam adorar o Deus único, e por causa dessa sua crença era escarnecidos pelos soldados do faraó: “Quem é esse Deus? Que faz esse Deus por vós? Continuais a ser os nossos escravos, dos egípcios; continuais a sofrer sob as ordens do nosso faraó. Onde está o vosso Deus? Que poder tem ele?”.

Durante muitos anos, devem os hebreus terem respondido apenas isto: “Este Deus único nada faz por nós; deixa-nos viver e morrer na escravidão”.

E assim continuou – até que um dentre eles se abriu a Deus, em humildade e em verdade. Moisés esperou muito tempo que Deus lhe falasse – e o mesmo nos pode acontecer a nós. Mas, depois de ouvirmos pela primeira vez a “voz suave e silenciosa”, ela se manifesta mais vezes e, por fim, ela vem quando dela necessitamos; basta fecharmos os olhos, assumirmos uma atitude receptiva, por alguns momentos – e eis que entra no campo da nossa experiência aquilo de que temos mister! 


A partir do momento em que Moisés se fez servo de Deus, era ele guiado por Deus, era ele mantido e alimentado por Deus. E, desde então, podia Deus agir através de Moisés para libertar o povo hebreu.

Os povos de todas as nações, de todas as raças, de todas as classes poderiam ser salvos se tivessem aprendido a orar e a abrir-se a Deus, de maneira que a voz divina pudesse falar dentro deles, guiando-os, alimentando-os e suprindo todas as suas necessidades.


“Aqui estou, Pai, escutando a tua voz! Aberto está o meu ouvido interno. Estou sem nenhuma preocupação, sem nenhum pedido, sem expectativa, sem ambição alguma. Não te peço que faças algo que não estejas fazendo já. Aguardo a palavra da tua graça. Eu sou servo do Altíssimo.”

Sai do domínio da lei! Entra no regime da graça!


A lei te mantém na zona das doenças – a graça te liberta de todo o mal. 


O regime da graça é saúde, harmonia, paz, prosperidade, abundância de todos os dons de Deus.







terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A PERCEPÇÃO DO ESPÍRITO DE DEUS EM NÓS É O NASCIMENTO DO CRISTO









No momento em que nos identificarmos conscientemente com a presença de Deus, ou seja, a percepção de que Deus - Espírito Perfeito - O Cristo Eterno - é o ser que somos, estaremos mortos para o nosso materialismo. 

O nascimento de Cristo é um fato que pode ocorrer muitas vezes por dia em nossa meditação, e cada vez que isso aconteça, será varrida de nossa consciência alguma parte do passado humano que se tenha introduzido nela. 

Precisamos dispor de períodos em que possamos viver conscientemente como se estivéssemos olhando uma longa linha reta como que formada pelo alongamento deste agora, deste momento atemporal, sem nada vermos do passado e sem nos interessarmos pelo futuro, mas em união consciente com o Pai.

Quando sentimos a confirmação desta união em nosso silêncio, é porque o Pai está trabalhando conosco, e então poderemos seguir avante em Sua obra e fazer, se necessário, planos para a próxima semana ou para o próximo ano, ou ainda para daqui a dez anos, se após a meditação nos for dado fazê-los. Esse planejar, porém, não cria preocupações com o futuro: é uma ação do presente que se estende naturalmente ao porvir.

Em certo sentido, é verdade que nós não fazemos planos, mas em outros, não. Quando me vem, por exemplo, a intuição de que devo dar aulas ou preferir palestras em várias partes do mundo, esta ideia está se apresentando à minha consciência em dado momento presente, e sua realização pode ser considerada numa continuação desse presente, embora envolva o futuro. Neste caso, poderei elaborar planos que incluam as providências necessárias. 

Em tal sentido é que fazemos planos para o futuro, mas tais planos resultam do trabalho de Deus em nós, no agora, ao revelar-nos o que devemos fazer aqui ou ali em determinada época.

Logo que os vem essa convicção interna, fazemos todos os planos, mas isto não é planejamento humano: são meras providências humanas tomadas em obediência ao plano divino que nos foi revelado.

Preocupar-se com o passado, afligir-se ou condenar-se pelo que se tenha feito, é desperdício de tempo, porque Deus não está no passado. E se Deus não está no passado, nós também podemos afastar-nos do passado. Além disso, não precisamos interessar-nos pelo futuro, salvo no que respeita aos planos que resultem naturalmente das idéias que os tenham sido espiritualmente inspiradas sobre o que deverá ser feito.

Quando dominamos e vivemos o princípio do viver sempre no eterno agora, todo momento de nossa vida se reveste de vital importância para nós. Depois que aprendermos esta lição, jamais ligaremos importância aos dias que passaram. 

Mesmo que já tenhamos realizado alguma coisa muito importante, não ficaremos descansados e satisfeitos com isso porque o futuro nada nos trará senão em conseqüência do que fizermos hoje. 

No presente é que se constrói o futuro. O passado é passado, e nada se pode fazer com ele. Mas se pode fazer muito no presente imediato, que governa tudo o que chamamos futuro.















segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O NASCIMENTO DO CRISTO NA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL







Através da meditação nós abrimos a nossa consciência ao fluxo da Verdade e nos tornamos uma transparência para o surgimento do bem infinito no mundo. 

Perdemos aquele senso de que nós, como pessoas, podemos realizar algo e passamos à compreensão de que o Cristo, o Espírito de Deus, vive em nós e realiza todas as obras. 

Quem produz, causa, anima e permeia toda forma e criação é o Espírito. O Espírito é a lei sobre todo efeito.

Nós precisamos conscientizar a presença e poder de Deus agindo e aparecendo como nossa consciência individual, e saber que esta consciência é a lei, substância e realidade de nosso universo, seja na forma de nosso corpo, nosso negócio ou nosso lar. 

Nossa falha tem sido em não reconhecer esta verdade e nossa falta de reconhecimento vem da mente humana, que se rebela por tal verdade aniquilar o suposto poder que ela tem assumido.

Considerando que o Cristo é a revelação da unidade de Deus e Sua criação, vamos ponderar sobre o sentido espiritual do nascimento de Jesus registrado na Escritura. 

Jesus nasceu numa manjedoura, provavelmente o mais baixo nível daquela época. Esta manjedoura pode ser interpretada como símbolo da mente humana, o nível mais baixo em que pode o Cristo nascer. 

Quando o pensamento humano é desperto para ir em busca de luz o alcance torna-se maior e, provavelmente,é então que o Cristo cresce nesse “estábulo” da mente humana.


O bebê, Jesus, foi envolto em panos, e assim também é feito conosco quando o Cristo - A VERDADE começa a nascer na mente humana. Ele é envolto nas mais suaves verdades; é vestido com os mais simples pensamentos que pudermos alimentar para o nosso crescimento e desenvolvimento, até passar o perigo de “Herodes” que ameaça destruí-lo – até que tenhamos crescido a uma compreensão tal que as perguntas e dúvidas do mundo não venham mais a nos oprimir. 

O pensamento humano irá sempre se esforçar para destruir o Cristo.

José e Maria conduziram seu pequeno filho ao Egito, onde o mantiveram escondido até passar a fase de perigo da destruição. Esta é uma grande lição de sabedoria para nós. Devemos esconder esta doce verdade, não a mostrando em palavras, mas somente em efeitos. 

Não devemos sair pronunciando-a, mas deixar que ela apareça da mesma forma com que apareceu a Jesus aos doze anos de idade, quando maravilhou os rabis do templo com sua sabedoria. Doze anos após o nascimento de Jesus é que Cristo tornou-Se manifesto.

Assim, também, após nove anos de sua iluminação é que Paulo saiu a pregar e ensinar. 

O Cristo recém-nascido não deve ser exposto nas avenidas e ruas, mas deve crescer e ser fortalecido em nossa consciência, e então veremos que não serão necessários os proselitismos. 

O mundo irá sempre opor resistência ao ensinamento da unidade, onipresença e onipotência, mas quando a presença do Cristo tiver sido sentida, nós poderemos falar d’Ele sem risco de perdê-Lo.

O melhor é manter essa verdade dentro de nosso próprio ser e deixar que ela se torne visível ao mundo através dos resultados, em vez de sair a pregá-la. 

É surpreendente como o mundo percebe o que está-se passando sem que tenhamos dito algo a respeito. 

O próprio Cristo, o próprio Espírito de Deus, manifesta-Se como a paz de nosso ser, como a prosperidade de nosso bolso e como a alegria de nossas faces. E é então que o mundo reconhece que nós possuímos algo e é quando o trabalho de cura se processa sem que façamos uso de pensamentos – “não pela força, nem pelo poder, mas por meu Espírito” (Zacarias 4: 6), que age através da mente serena por nós encontrada.


É através da meditação que desenvolvemos a conscientização da presença e poder de Deus e passamos a sentir aquela Presença conosco, dia e noite, a nos guiar e a nos proteger. 


O nosso trabalho visa a conscientização de que “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30), e que onde eu estou, Deus está presente. Quando esta conscientização é atingida, nenhuma diferença fará para nós que tipo de quadro nos estará sendo apresentado:

Há uma Presença e um Poder instantaneamente acessíveis a mim. Onde eu estou, Deus está, portanto, o lugar onde eu estou é solo sagrado.

“Para onde irei a fim de me subtrair ao teu Espírito? E para onde fugirei da tua Presença? Se subo ao céu, tu lá estás; se desço ao inferno, nele te encontras” (Salmos 139: 7-8) Mesmo que eu desça ao inferno, esta Presença estará lá. Podem vir problemas, pecado, doença, falta ou limitação. 

A natureza do quadro não me interessa, pois sempre me recordo: “Tu lá estás”, e consequentemente este é solo sagrado. Como poderia eu sair de Tua presença, se este EU é Deus?









domingo, 25 de dezembro de 2016

PRÍNCIPE DA PAZ - 3 -JOEL GOLDSMITH










A DIGNIDADE E SACRALIDADE DO INDIVÍDUO



O significado acerca do Cristo nos escapará, se não compreendermos que o Cristo sanador jamais foi crucificado, ou encerrado num túmulo. O Cristo sanador é o “Príncipe da Paz”, que mora em nosso íntimo: o Filho de Deus que foi entronizado em nós qual uma semente, desde o princípio.

Através de nossas meditações, da contemplação e comunhão interna com essa divina Centelha, fazemos ressurgir esse Filho de Deus, em nós. Esta comunhão faz manifestar tudo o que o Filho de Deus é em nosso universo.

É um milagre da graça que, “onde dois ou mais estejam reunidos, em nome dEle, lá Se manifeste o reino de Deus, neles e entre eles”.

É um milagre da graça que, um com Deus, seja a maioria. Cada vida singular é um milagre da graça de Deus; cada indivíduo é um descendente do Altíssimo. 


Se fôssemos simplesmente essa forma que vemos no espelho refletida, qual seria a razão de nossa existência na Terra?

Se observamos o modo de proceder de certas pessoas, meramente como seres humanos, perguntaríamos porque elas são toleradas neste mundo. 

Só quando começamos a compreender a natureza d'Aquele que está latente em cada indivíduo, à espera de ser conscientizado e soerguido, para nossa redenção e missão, como Filhos de Deus na Terra – só então entendemos que viemos a este mundo para demonstrar toda a glória de Deus.

Este é o verdadeiro Natal, isto é, o Cristo corporificado, o Verbo feito carne.

“Pois eu desci dos céus, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade d'Aquele que me enviou”.

Esclarece Jesus que, em virtude da natureza universal de Deus, é tarefa, minha e sua, viver de tal modo que a vontade de Deus se faça em e através de nós — e não a vontade pessoal, minha e sua. Nossas vidas devem ser consagradas a Deus, em obediência a esse princípio.
Qualquer indivíduo que seja capaz de não se identificar com suas solicitações humanas e tome consciência de que “estou aqui para que a vontade de Deus Se cumpra”, para dar saída ao “Fulgor aprisionado” em mim; estou aqui para ser um canal consciente, amoroso e desinteressado ao Cristo interno, em benefício de todos os que ainda se encontram em escuridão”, em tal indivíduo o Cristo vive e age.

Napoleão disse que todo soldado leva na mochila um bastão de marechal, uma outra forma de reconhecer as imensas e imprevisíveis possibilidades de cada indivíduo.

É uma expressão paralela ao ensinamento cristão, segundo o qual, todo indivíduo, mercê da divina Semente nele plantada, pode exprimir a autoridade e dignidade de um Ser espiritual autêntico.

A humanidade teve a fortuna de contar com grandes instrutores, que alcançaram a realização do Espírito interno e a visão de Sua vontade: Moisés, Elias, Eliseu, Jesus, João, Paulo, Buda. Todos esses homens ensinaram essencialmente a mesma coisa. Mas foram simples cicerones, revelando o que haviam alcançado e o que o homem pode alcançar. Foram suficientemente humildes para reconhecer que se eles não se fossem, o Consolador não nos poderia vir, pelo emergir da Consciência espiritual interna.


Percebamos, também, que a revelação dos Mestres espirituais, em todos os tempos, foi a de um princípio universal, que devemos internamente demonstrar como revelação crística.

Caso contrário, como poderia o reino de Deus implantar-Se na Terra, se não fosse plantado e desabrochado em Cristicidade, em cada indivíduo?

A não ser por esse potencial divino que reclama expansão, poderiam os povos deste mundo melhorar? poderiam as pessoas transformar-se, de boas em más? de ignorantes em sábias?


Haveria algum poder para tirar a raça humana do que sempre foi: de um estado selvagem, brutal, de servidão e carência, de ignorância em massa?

Poderia o mundo transformar-se, a não ser pela vontade divina que vagamente apreendemos como vontade nossa, de buscar a realização do Natal, a natureza da verdade?

Isto se deve à Semente de Deus, plantada na consciência humana, em mim e em você, e que deve germinar e frutificar, definindo nossa identidade individual.

Haveria outro meio de se fazer isso? A educação é, naturalmente, uma valiosa ajuda para a sociedade civilizada, mas, o mero treinamento acadêmico, o simples cultivo intelectual, não podem fundamentar uma consciência moral e integral.

Só a realização de nossa natureza espiritual pode fazê-lo. Só o florescimento da natureza Crística pode nos elevar acima das limitações humanas, formando uma sociedade de pessoas inspiradas, com elevado sentido moral e espiritual.


Dizer às pessoas que devem ser boas, que deve haver paz na terra, que deve haver retidão nas relações humanas, não basta. Nem os sermões o conseguem. A paz na Terra será realizada apenas por um meio:encontrando-a em nosso próprio íntimo e abrindo caminho para que ela desborde à nossa experiência, abençoando e fazendo de nós mesmos uma bênção.


De fato, ao encontrar e experimentar a paz de Deus, atrairemos pequenos grupos afins que acharão, por sua vez, essa paz. Desse modo, ela se irá espalhando, “ad infinitum”.




LIBERTANDO O “FULGOR APRISIONADO”

A paz está encerrada em você e em mim. É preciso libertar o “Príncipe da Paz” de nosso íntimo e deixá-Lo sintonizar-se como todos aqueles que, neste momento, se acham maduros e receptivos para a “experiência do despertar”.

Repitamos: não se consegue isto pela tentativa de moralização das pessoas ou de pedir aos outros que sejam melhores do que têm sido. Nada disso. Isto é feito individualmente, pelo mergulho em si e libertação do Príncipe da Paz, que está encerrado dentro de nós. Isto é feito ao comungarmos com o Espírito interno, ao conscientizá-Lo em nós.

Desse modo vamos formando uma abertura pela qual Ele emerge e Se liberta, caminhando diante de nós para realizar nossas obras, segundo a perfeita vontade do Pai. 

Notem bem: não nos cabe ir ao encontro do mundo para salvá-lo, senão ir ao encontro de nós mesmos, de nossa real identidade, para nos fundirmos em nova consciência e deixarmos que Ela se expanda de nós, em realização e ajuda. 


Não há mérito espiritual em milhares de palavras que possamos enunciar; não há valor moral ou espiritual nas centenas de lições que possamos dar. A graça de Deus não pode alcançar as consciências humanas pela moralização. Só a consciência pode atingir a consciência.

Retiremo-nos, em nossos lares, em nossos templos, em vales e colinas, para encontrar a paz escondida em nosso interior.

Convertamo-nos em faróis através dos quais a graça de Deus possa ser irradiada. Então essa Presença invisível poderá preceder-nos no caminho, aplainando o solo e “preparando mansões” para nós.

Os períodos de silêncio e de conscientização da Presença constituem o que de mais precioso podemos oferecer ao mundo. 


Cada vez que vemos uma pessoa e realizamos que esta graça divina está dentro dela, somos-lhe uma bênção silenciosa. Assim, entoamos, sem vozes nem escrito, a paz ao mundo.

Olhemos um indivíduo e tomemos consciência de que a graça de Deus está nele também; que ele é um Filho de Deus. Esta é, simplesmente, a prática de libertar o “Fulgor aprisionado”: o reconhecimento do Cristo, no íntimo de nossos amigos; além da mera aparência de um ser humano, andando sobre a Terra. É ver e regar, com esta verdade, a semente divina plantada em seu íntimo.

Esta semente continua enterrada dentro de nós e permanecerá como simples semente ou possibilidade, enquanto não a nutrirmos com o alimento espiritual adequado: o reconhecimento constante, repetido, de nossa identidade espiritual. 

Dentro do ser individual está o Filho de Deus, este Eu, que ele é; dentro dele está a divina Presença e o divino Poder – a Graça de Deus. O EU, dentro dele, é o alimento, o brilho do Sol e a chuva fecundante, para esta semente.

Depois esta semente começa a brotar. 

A natureza de nossos amigos, parentes, sócios, companheiros de trabalho, começa a mudar aos nossos próprios olhos, sem que eles mesmos saibam o porquê. É possível que algo se desenvolva neles e encetem uma busca de Deus, de verdade, até que uma mensagem ou um mensageiro lhes revele que não há necessidade de buscar longe, porque o que estão buscando está dentro deles mesmos e o desejo que sentem é o próprio apelo do “Fulgor Aprisionado” para despertar e libertar-se. O que buscam é a divina Realidade neles: o Filho de Deus, o Santo Graal dentro de suas próprias consciências.

Toda sacralidade do Filho de Deus está estabelecida no centro de nosso ser – a eternidade, a imortalidade, a natureza infinita da seidade de Deus – porque somos UM com o Pai, e tudo que o Pai tem, já é nosso: a Sua sabedoria,a Sua Mente, a Sua Graça, a Sua Presença, a Sua Substância, o Seu Ser. 

O próprio alento de nossa vida, pois somos UM e, nesta unidade, encontramos a plenitude e nossa união com toda a humanidade.

Somente na unidade com Deus é que nos sintonizamos com a Luz individual em cada ser e nos identificamos com tudo que haja percorrido o globo no passado, no presente e no futuro.



O Natal revela-nos que Deus plantou o Seu Filho em nós!



F I M








sábado, 24 de dezembro de 2016

PRÍNCIPE DA PAZ - 2 - JOEL GOLDSMITH





Até mesmo Jesus nada deu ao mundo, até o momento em que o Cristo Se revelou dentro dele: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar o evangelho aos pobres; para curar os quebrantados de coração, para pregar a libertação aos cativos e devolver a visão aos cegos”.
Antes desta ordenação, ele não fora ungido para curar os doentes. Assim, para que alguém possa partilhar o espírito de paz, de alegria, de amor e abundância, deve, antes, ter sido ordenado pelo Espírito de Deus, deve ter a Percepção que o Espírito de Deus é o Seu Espírito. 
A PAZ DEVE COMEÇAR CONOSCO
 
O Natal não teria valor e significado algum para nós, se acreditássemos que o “Príncipe da Paz” viveu há dois milênios e hoje não está mais na terra.
Em verdade, o “Príncipe da Paz” viveu há dois mil anos e também em tempos anteriores, como ainda hoje está presente, no coração e na Alma de cada indivíduo, esperando ser libertado neste mundo. Não disse o Cristo: “Antes que Abraão fosse, eu Sou”? 

Esta paz (do Cristo = Essência Única) não pode ser realizada com pedidos, em oração para que Ele transforme nosso povo ou as pessoas de outro país.
Esta transformação deve começar em nós mesmos. Por que não reconhecemos nossas carências, antes de exigi-las dos outros?
Deixemos tranquilo o nosso próximo e voltemo-nos ao próprio íntimo, em discrição e sacralidade, comungando silenciosamente com o Príncipe da paz, o Príncipe da alegria, da saúde, da plenitude e da perfeição espiritual.
Quando atingirmos, em alguma medida, a cristicidade, preencheremos nossas carências e teremos compreensão para não mais pretender a transformação de nosso próximo e nem orar pedindo paz, já que ela fluirá de nosso coração a toda a humanidade.
 
“A paz que ultrapassa todo o humano entendimento” já está dentro de nós.
Em nossas meditações diárias tomamos contato com ela, para que seja liberada em nós, qual uma pomba, e comece a estender as asas sobre o universo inteiro.
Buscar paz em outra pessoa ou dela exigir, é escapismo, é fugir da meta, é adiar a própria experiência da paz. Esperar justiça, misericórdia ou gratidão dos outros, é um equívoco. Essa é uma tarefa pessoal, intransferível. Cabe-nos encontrar tudo isso e mais, no reino de Deus, que se acha no centro de nosso ser. 

Quando Jesus ensinava o povo, às margens do Mar da Galileia, nas montanhas ou na aridez do deserto (onde dois ou três pudessem reunir-se), sempre apontava o indivíduo e lhe atribuía a responsabilidade: “TU deves perdoar setenta vezes sete: TU deves orar pelos que te perseguem: TU deves procurar em primeiro lugar o reino de Deus, que está dentro de ti”.
Ele sempre se dirigia a quem desejava ouvi-lo. Nada disse a Herodes e apenas se limitou a responder a caifás e a Pilatos e nem lhes exigiu a paz, porque se a tivessem dentro deles, teriam, com ela, envolvido a humanidade.

Quando começamos a assumir a responsabilidade pessoal de manter a saúde e a harmonia, descobrimos que a realização interna que encontramos, nos momentos de meditação, transborda de nós e abençoa a nossa família.
Posteriormente, quando assumimos o dever de ajudar nossos amigos, parentes e os semelhantes, em geral, que nos pedem ajuda, já não lhes exigimos nada e nem dizemos que sejam saudáveis, úteis, justos ou misericordiosos. Apenas nos retiramos ao lugar secreto, dentro de nós, e comungamos com o Filho de Deus, até ficarmos plenificados de paz.
Ao realizar essa paz, desbordamo-la àqueles que nos solicitaram ajuda. Não é que transferimos essa paz por alguma espécie de magia, de sugestão, “abracadabra” mental ou hipnotismo.
Não. Simplesmente procuramos o reino de Deus em nós e lá encontramos a paz, o sentido de unidade, a comunhão espiritual em Cristo. Como corolário, essa influência emana de nós e vem a ser uma lei de vida, de paz e amor, para todos os que nos pediram ajuda. 

Uma das mais recentes revelações que recebi é esta:não me é necessário orar em favor de alguém ou ter a intenção de tratar espiritualmente alguém. Só é necessário encontrar minha própria paz interna e quando a realizo em mim como conscientização da harmonia e plenitude da bênção – imediatamente afeto as pessoas que se ligaram a mim, em busca de auxílio.
É uma sintonia de Consciência, como a da mulher hemorrágica dos evangelhos, que tocou a orla do manto de Jesus (afinou-se à consciência crística em Jesus) e no mesmo instante em que a paz do Mestre a envolveu, ela foi curada!