Quando nos defrontarmos com um problema humano, em vez de nos esforçarmos para melhorar as humanas condições, afastemos essa imagem e concentremo-nos na presença do Espírito divino em nós.
Esse Espírito dissolve as aparências humanas e revela a harmonia espiritual, ainda que essa harmonia se nos apresente como uma melhora de saúde ou de riqueza.
Quando Jesus alimentou as multidões, o que apareceu como pão e peixe foi a sua consciência espiritual de abundância.
Quando curou os doente, foi o seu sentimento da Presença Divina que se manifestou como saúde, força e harmonia.
Vivemos em um universo espiritual, mas a finitude de nossos sentidos desenhou para nós uma imagem de limitações.
Enquanto tivermos nossos pensamentos voltados para o cenário à nossa frente - "este mundo" -, estaremos nos esforçando para melhorá-lo ou mudá-lo.
Mas, assim que elevarmos nosso olhar e não mais nos preocuparmos com o que comer, beber ou vestir, começaremos a perceber a realidade espiritual; e embora nos pareça apenas uma crença mais perfeita, é de fato a manifestação mais intensa da realidade.
Esta manifestação traz consigo uma alegria inimaginável, aqui e agora, uma satisfação com a qual nem sonhamos e o amor de todos com quem fazemos contato, mesmo daqueles que desconhecem a fonte da nova vida que descobrimos.
A verdade não é um processo de raciocínio, e por isso só pode ser entendida espiritualmente. ... Jesus caminhou sobre as águas, alimentou multidões com poucos pães e peixes, curou os doente e ressuscitou os mortos - parece aceitável para o seu intelecto?
Se o princípio subjacente a essas experiências pudesse ser entendido com a inteligência, todas as igrejas o ensinariam como um meio viável e recomendariam seu uso.
Este princípio, porém, só é apanhado pelo sentido espiritual, e esta consciência espiritual elevada pode fazer as coisas que o Cristo fez.
Aquilo que foi possível à Cristo-consciência no tempo de Jesus, é possível à mesma Consciência agora.
Compreendemos que nem a visão, nem o ouvido, o tato, o olfato ou o paladar podem nos revelar a verdade espiritual ou sua harmonia; por isso tal revelação só pode nos acontecer através de outra faculdade, a intuição, que atua pelo sentimento.
Até o momento, ao orar ou meditar, vinha-nos de imediato uma enxurrada de palavras e pensamentos.
Talvez estivéssemos começando a reafirmar a verdade e a rejeitar o erro. É, porém, evidente que isso ocorria completamente no domínio da mente humana.
Ao cultivarmos o sentido espiritual tornamo-nos receptivos aos pensamentos que emanam das profundezas do nosso ser. Mais do que falar a Palavra, tornamo-nos seus ouvintes.
Nesse estado, a sintonia com o Espírito é tal que sentimos a harmonia do Ser; sentimos a presença real de Deus.
Transcendidos os cinco sentidos materiais, nossa faculdade intuitiva fica desperta, receptiva e sensível às coisas do Espírito; e após este renascimento espiritual, começamos uma nova existência.
... Nessa consciência não há julgamentos ou crítica, ódio ou medo, e sim um sentimento contínuo de amor e de perdão.
O egoísmo e o amor-próprio se vão de nós quando temos a percepção da divindade do nosso ser.
Esta percepção nos ensina a ser pacientes e indulgentes com aqueles que ainda lutam com a consciência material, mortal. E isto é estar no mundo, e não ser do mundo.
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