Lembremo-nos primeiramente que a ignorância que separa as pessoas de uma realização da verdade, não é pessoal, nem para você nem para mim, nem para ninguém; é uma ignorância universal, um sentido universal de hipnotismo que não tem, nunca tem, presença nem poder.
Há uma ignorância universal, que domina a mente de praticamente todos os indivíduos na terra, fazendo-os antagônicos à verdade.
Por que? Porque a verdade recebida conscientemente, varre da mente tudo o que a humanidade aprendeu a amar... a pompa e a gloria do egoísmo pessoal, o poder pessoal, a força pessoal, a sabedoria pessoal, a glória pessoal, a realização pessoal.
A mente humana está numa rebelião contra tudo que possa destruir isto. Ela se ressente ao ouvir: "Por que me chamas de bom? Há apenas um bom... O Pai no céu".
A mente humana se dedica à auto-glorificação: "Veja a minha força; veja a minha sabedoria; veja a minha beleza; veja o meu poder; veja a minha saúde; veja a minha riqueza; elas são minhas; eu fiz tudo isto".
A ignorância universal que separa as pessoas da apreensão, compreensão e demonstração da Mensagem do Caminho Infinito, não é uma limitação pessoal; não tem nada a ver com a educação de uma pessoa o a sua falta de educação, nem com seu aprendizado religioso ou com a sua falta de aprendizado religioso: tem a ver apenas com a ignorância universal, com o mesmerismo universal o qual é para sempre, sem presença e sem poder.
Você o segue? Você está sempre tratando com este mesmerismo ou hipnotismo universal, a matéria da qual é formado este mundo; você não está tratando das figuras que esta matéria lhe apresenta, senão com a própria matéria ou hipnotismo em si mesmo.
A realização deste fato é a sua graça salvadora.
Em outras palavras, nunca temos um moribundo a salvar ou um enfermo para curar. Nós temos um estado universal de hipnotismo aparecendo como doença, pecado, alguém moribundo ou morto. Nunca temos uma pessoa má. No momento que realizamos isto, a pessoa má desaparece e podemos contemplá-la como ela realmente é.
Ressentir-se contra uma pessoa ou uma condição, é enredar-se com elas, deixar-se prender numa armadilha. Só há uma maneira de escaparmos da ilusão dos sentidos; só há uma maneira de escapar de qualquer forma maligna do mundo, -- pessoas malignas, pensamentos malignos, planos malignos --, e esta é, parando de lutar contra eles e realizando que atrás deles está o tecido de sonhos do qual são constituídas, e que este tecido de sonhos é ilusório e sem principio criativo algum, já que Deus não a criou.
Por tanto, não tem existência ou lei que o sustente, nenhuma substancia, nenhuma continuidade. Esta realização o destrói. Não há uma ilustração mais clara para isto que a de uma pessoa que morre, porque é extrema.
Não temos nenhum moribundo a ser salvo; temos somente um sentido ilusório de morte. Quando tratamos a morte a partir deste ponto de vista, o moribundo se levanta e diz: "Aqui estou, totalmente novo, forte e bom".
Você, assim, nada fez à pessoa que morria, porque para começar, o moribundo não existia. O que você fez foi destruir a estrutura de aparências, o tecido do qual estavam aparecendo. Não há outra maneira de superar "este mundo".
Esta visão, este desdobramento, veio-me quando estava lendo a vida de Buddha Gautama, que se tomou mais tarde Buda. Viu ele um dia um homem doente, um cadáver e um mendigo e horrorizou-se de que tais coisas pudessem existir. Na vida que seu pai lhe proporcionava tais coisas nunca apareceriam e, portanto, ele nunca tinha testemunhado nenhuma destas tragédias da existência humana. Ele perguntou ao seu Conselheiro: São estes os únicos casos no mundo? Quando ele soube que eventualmente todos, nos encaminhamos ao mesmo fim, ficou chocado; era impensável para ele que no belo universo que conhecia, pudesse a doença, a morte e a pobreza manchar sua harmonia.
E foi esta pergunta, que ele fez a sua própria mente, que lhe deu a pista sobre todo o problema: "Devo encontrar como remover o pecado, a doença e a morte do mundo". E isso foi tudo. Ele nunca pensou em sair e curar, reformar ou enriquecer as pessoas. O seu único pensamento foi; como erradicar o pecado, as doenças e a morte do mundo.
A mensagem do Caminho Infinito é uma revelação de como erradicar o pecado, a doença e a morte do mundo, como erradicar a ignorância que separa a humanidade da verdade.
No Caminho Infinito, as pessoas são apenas incidentais ao nosso ministério. O verdadeiro ministério em si, é a remoção do pecado, medo, morte e limitação do mundo; e isto é para ser cumprido, não conseguindo o dinheiro para fazer a todos milionários, não tendo um maior número de guerras no mundo para matar uma suficiente quantidade de pessoas, de modo que haja menos para alimentar, senão removendo completamente o hipnotismo da limitação, ignorância, pecado, medo, doença e morte.
Você já me ouviu declarar que quando sou solicitado para uma cura, nunca tomo em consideração, em minha consciência, nem a pessoa, nem a sua condição. E a razão é esta: a pessoa ou a sua condição é um engodo, o laço da armadilha para prender o praticante.
Se você quer ajudar a alguém, pare de pensar na pessoa ou em sua condição e entenda que elas são apenas um retrato, uma imagem ou uma aparência do tecido da crença universal, deste sonho universal chamado sonho mortal, chamado de ilusão universal, chamado por muitos outros nomes.
Não faz diferença o nome pelo qual você o chame, desde que você compreenda que este é um sentido universal que em si e por si, não tem nenhuma lei que o sustente, nenhuma causa, nenhum efeito e nenhuma pessoa através da qual operar.
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