Paulo de Tarso experimentou a paz como a "descida do Espírito", isto é, como a descida do Espírito de Deus no homem.
Essa expressão é usada para descrever que quando estamos em silêncio, Deus preenche nossa consciência muito mais do que quando nossa mente está em atividade.
É-nos difícil imaginar esse estado de ser, porque estamos habituados com a ideia de que precisamos estar sempre pensando, ou que necessitamos reter algum pensamento. Isto não é verdade. Se pudermos ficar em silêncio por meia hora, mas em verdadeiro silêncio, estaremos no céu.
Silêncio é Deus em ação. Portanto, quando se nos depare algum problema, nosso ou de outrem, deveremos ficar em silêncio, deixando que a solução apareça.
Suponhamos que hoje alguém nos venha com um problema qualquer, como de desemprego, algum vício, alguma doença. Ao invés de refutar a ideia da existência do problema, procuremos ver através dele, olhando para além de sua aparência, visto que ele existe somente como aparência.
Ora assim, em atitude de escuta interna: Pai, projeta luz sobre este problema, para que eu possa vê-lo como é. E observa o que este tratamento fará por ti.
Em outras palavras, quando vires os dois trilhos de uma estrada de ferro se juntarem num ponto, não te perguntarás o que devas fazer para separá-los, mas pedirás ao Pai que te mostre esses trilhos como eles estão. E não precisarás mais pensar nisso.
Não tentes melhorar ninguém, nem a sua saúde. Não aceites em tua consciência o pensamento de que possa existir alguém com saúde precária.
Senta-te e fica em estado de receptividade, relaxado, em silêncio, em paz; deixa que a paz penetre todo o teu ser e, em chegando a este ponto, continua ainda em atitude de escuta interna, observando como a luz dissipa as trevas, como a inteligência dissipa a ignorância. E então perceberás que, na verdade não és o curador, mas sim uma testemunha que observa como esse estado de paz efetua a cura.
Deves ser um observador da atividade de Cristo, ou seja, de Deus. Observa como Ele trabalha em nós, através de nós e como nós.
Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, uma não tivesse caridade, seria como bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
O que importa é o amor, ou seja, a Percepção de que só existe Um Espírito sendo Tudo, e não as palavras, por mais eloquentes que pareçam, e não as afirmações acerca da verdade, por mais enfáticas e vibrantes que sejam.
Se os sermões e as afirmações acerca da verdade não forem repassados na percepção de Unidade com Deus - o Infinito Invisível, de nada servirão ao ministério de cura.
O importante não são as palavras em si, ou a letra da verdade.
O que importa é até que ponto o praticante de cura espiritual está cônscio de que Deus é amor e vida, até que ponto o curador se tornou incapaz de temer, detestar ou amar o erro, sob qualquer aspecto que este se apresente.
Lemos no Evangelho segundo João: Não que alguém tenha visto ao Pai; somente quem é de Deus viu ao Pai. Isto é o mais importante.
Nenhum mortal, nenhum ser humano pode ver ou conhecer a Deus. Somente o Filho de Deus, a Consciência Crística de cada um pode ver ou contemplar a presença de Deus.
Em outras palavras, não é a nossa mentalidade humana que conhecerá a Deus. Com a mente humana, jamais veremos, jamais conheceremos a Deus, a vida espiritual. Mas o Filho de Deus, a Consciência Crística, nosso sentido espiritual, pode PERCEBER Deus.
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