Os milagres ocorrem quando nenhum "eu" é admitido no processo.
Quando alguém nos solicita ajuda, e somos capazes de conscientizar que tal pessoa não existe, o processo de cura é iniciado.
Porém, se olharmos para alguma pessoa como sendo um "eu", alimentando pensamentos do tipo: "Como poderei curá-la, ou melhorá-la, ou enriquecê-la", teremos destruído nossa capacidade como praticista, pois, um "eu" desse tipo jamais existe!
O único "Eu" em existência é Deus, e Deus jamais está necessitado de cura, melhoria ou enriquecimento.
Se alguém nos disser: "Estou doente", e nossa resposta for: "Bem, vamos ver o que seremos capazes de fazer para torná-lo saudável", seremos o "cego guiando outro cego".
O paciente acredita ser alguém separado de Deus, e, se também nós estivermos nutrindo a mesma idéia de separatividade de Deus, estaremos caindo no mesmo buraco.
O Único modo de experienciarmos um ministério de cura, a partir de elevado nível espiritual, será nos mantendo convictos de que não existe nenhum "eu" apartado de Deus. Se existisse, Deus não existiria. É impossível haver Deus e um ser mortal doente, pecando e morrendo.
Não apenas varremos a crença em doença física, ou em causa mental para ela, mas também a crença de que haja alguma pessoa dela padecendo; assim, chegamos à percepção de sua verdadeira identidade.
Não partimos de alguma pessoa para torná-la mais saudável, mais rica ou mais sábia: nós revelamos Deus como Ser individual, infinito.
Estamos interessados em contemplar o Deus de seu ser vindo em permanente manifestação.
O modo de fazer isto está no ”morrer diário" para a humanidade, renascer em nossa identidade espiritual, e conscientizar que, se alguém nos clama por auxílio, no reino inteiro de Deus não há tal pessoa, nem tampouco tal condição. Nossa permanência nesta atitude faz com que a harmonia passe a surgir visivelmente.
Quando alguém de nossa família ou círculo de amizades, envolvido em algum conceito de discórdia, surge em nosso pensamento, em vez de nos preocuparmos sobre de que modo poderíamos prestar-lhe ajuda, sentamo-nos com a seguinte idéia: "Ah, eu não vou acreditar que exista tal pessoa. Deus é individualidade infinita. Deus é pessoa infinita. Deus é o Um infinito, e, ao lado de Deus não há nenhum outro".
A real maneira de prestarmos ajuda está neste "morrer diário", e a única forma de aprendermos a assim agir, é começarmos com uma disciplina que eu chamo "Sem-eu": Sem "eu"! Não, esta pessoa não me interessa. Ela nada tem a ver comigo. O Eu real e único está tomando conta dela.
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