quarta-feira, 12 de julho de 2017

A ARTE DA MEDITAÇÃO - CAPÍTULO 9


                                                        
          



                           Capítulo IX 


                        A PRATA É MINHA 




“Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos”. 

“A glória desta última casa será maior do que a primeira, diz o Senhor dos Exércitos”. Ageu 2:8, 9 

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. Salmos, 127:1. 

“A menos que o Senhor construa a casa”, a menos que Deus seja considerado a Fonte que nos abastece, não haverá abastecimento permanente. Essa é nossa consciência individual que permanece infecunda enquanto subsistir como consciência humana, obscurecida. Falta-lhe, então, a substância espiritual, da qual o abastecimento flui. “Muito semeastes, porém, pouco colhestes; comeis, mas, não vos saciais; bebeis, mas, continuais a ter sede; vós vos vestistes e não vos aquecestes, e o que ganha o salário ganha-o para pô-lo em uma bolsa furada. “Isso tudo é verdadeiro para vós, de consciência sem luz”. 

Como seres humanos, todos nós semeamos muito e colhemos pouco; trabalhamos arduamente e nada cumprimos, ganhamos muito e, comumente pouco guardamos, porque tudo proveio de uma consciência empobrecida, estéril, infecunda. 

Ao que parece depende da consciência humana apenas, tudo que for construído, os resultados não serão duradouros. Comemos e de novo temos fome, bebemos e outra vez temos sede; imiscuímo-nos em todas as atividades da vida humana, porém nada perdura. 

Em vão, levantamo-nos cedo, deitamo-nos tarde, para amontoar provisões... Assim disse o Senhor dos Exércitos: “Contemplai vossos caminhos”, a água da vida, o pão da vida, substância e sustento material, estamos construindo para cada um uma ciência espiritual, uma consciência da verdade. 

Reconheçamos agora que a prata, o ouro, a terra e toda a sua abundância são do Senhor, o EU dentro de nós se abastece dos recursos invisíveis do Espírito, não tirando algo de outrem, não repartindo o que já existe no mundo, nem drenando recursos visíveis da terra. 

Agora o fornecimento é extraído de dentro de nós, do depósito invisível em nosso ser. Nossa consciência individual é a mina do desdobramento espiritual infinito; no momento em que começamos a drenar esse depósito inexaurível, que jamais considera o que ocorreu no mundo visível, cessamos de nos preocupar com o muito ou com o pouco que temos ou se é de prosperidade ou depressão a corrente econômica do mundo. Concedemos Deus infinita liberdade, ilimitada em sua manifestação, quando nos compenetramos de que a terra, a prata, o ouro são do Senhor. 

É somente, quando procuramos participar dos bens do mundo acreditando que a terra, a prata, o ouro são posses pessoais, pertencentes aos seres humanos, que nós nos limitamos. Insinua-se um senso de finitude e, não obstante, o número, a quantidade de bens adquiridos, comumente, deles nada sobra. Compreendendo que “a prata e o ouro não são nossos”, abastecemo-nos em uma Fonte Inesgotável em que tanto mais sobra quanto mais nela nos absorvemos, estando em Deus estaremos com infinitude do abastecimento. 

Sentimos carência ou somos supridos, segundo o estado de nossa consciência, o que quer que surja em nossa vida, deve surgir “em conseqüência da força da Verdade em nossa consciência”. 

Se mantivermos “amanhã” o mesmo estado de consciência que “hoje” temos, não podemos aguardar resultados diferentes. 

Para gozar “amanhã” uma experiência mais satisfatória, é mister que a Verdade expanda “hoje” sua atividade em nossa consciência. 

Começando a compreender que Deus é nossa consciência individual e que Deus é Infinito, percebemos a verdadeira natureza do suprimento como algo invisível; já não julgamos pelas aparências, segundo a quantidade do que possuímos nem jamais estaremos em situação de falta do necessário. 

Durante guerras ou depressões súbitas, ou durante um período de esforço ou tensão, poderá haver ausência temporária das formas de abastecimento, como aconteceu aos hebreus durante sua jornada do Egito à Terra da Promissão. 

Mas, com a noção de que o suprimento vem do Infinito Invisível aparecendo como forma “os anos de escassez”, pronto se restaurarão e Ele aparecerá, onipresente, abundante. 

Podemos drenar tudo de nossa cristificação, de acordo com o grau de compreensão dessa Verdade. Pode uma multidão clamar por alimentos e não haver armazém ou depósito que os forneça uns poucos pães e uns poucos peixes. Como poderão ser supridos? Como seres humanos a alternativa é a inanição; como seres em Cristo, dirigimo-nos ao Pai em nós e extraímos das profundezas da infinitude de nosso próprio Ser o suprimento que seja necessário. 

De nosso messianismo, a natureza infinita de nosso ser, podem brotar milhões de palavras, milhões de idéias e por que não, milhões de dólares? Qual a diferença? A Fonte é a mesma, a Essência é a mesma; no princípio era Deus e Deus era o Espírito, tudo o que surge provém do Pai, do Espírito. 

A plenitude infinita plenifica o espaço. Tudo o que é necessário a meu aperfeiçoamento é exatamente que o significado desse conhecimento se fixe em minha consciência. 

Não mais dependerei de quem quer que seja; não mais estarei à mercê de minha própria capacidade ou de meus próprios recursos. 

Existe ALGO além da minha sabedoria, de meu poder; é um Sustentáculo sobre o qual posso descansar, inteiramente confiante, Dele recebendo todo o necessário à minha realização. 

A presença desse Espírito em mim se manifesta como água quando dela necessito, ou como pão; esse Espírito é a essência, a substância de tudo o que precisa manifestar-se; é uma lei, não escrita, operando fatalmente como lei de atração. 

Em repouso, confiante, seguro, em um pilar do Cristo. A prata é minha, meu é o ouro (do Deus em mim); Deus é o depósito eterno de todos os bens; eu me dirijo internamente àquele Depósito Infinito e observo os bens de Deus que fluem e se manifestam. 

Não se preocupa a forma que eles fluem, nem me cabe dirigir-lhe o fluxo, pois meu Pai Celestial sabe das coisas que eu necessito, antes que lhe peça eu extraio meu fornecimento do depósito invisível, dentro de meu próprio ser; Eu, dentro de mim, exteriorizo os invisíveis recursos do Espírito. 

Deus é o Ser Infinito, a Fonte Inesgotável, expressando-se, fluindo através de mim, através dos canais finitos. O Bem está aqui e agora, onde eu estou; eu não vivo do maná que cai ontem, a falta ou abundância do maná de ontem, não determina a quantidade de meu abastecimento hoje. 

Também, não devo viver preocupado com o maná de amanhã. 

Na consciência da Onipresença de Deus não há amanhã, não há espaço, não há tempo. Há apenas o eterno agora e o solo sagrado da Infinitude de Deus; neste momento e neste lugar, o maná cai, abundantemente. 

Todo bem flui do centro do meu ser, satisfazendo todas as minhas necessidades, purificando-me com “água viva”, o pão da vida e o alimento que não se deteriora. É necessário comer e beber dessa verdade, digeri-la, assimilá-la, torná-la parte de vosso ser, até que um dia, uma semana, um mês, um ano, possais apreciar sua frutificação, no desvanecimento da dúvida, na firmeza interior. 

A vida se torna inteiramente diversa, uma vez aprendida a visão da grande verdade que “a Palavra que procede da Boca de Deus é a essência de nossa vida, nossa água, nosso vinho, nosso pão, nosso alimento” - então passamos a compreender que o aparente, o tangível, nada mais é que efeito do que é invisível. 

Jamais volveremos a avaliar nossa provisão pelos dólares que possuímos, mas “por quanto de Deus realizamos”. “A prata é minha e meu é o ouro...” Em Tua Presença, há plenitude de vida, por isso volvemos para dentro de nós, atentos à consciência daquela Presença...




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