A PRÁTICA
Há muitas formas de meditação. Métodos que conduzem à meta, isto é, ao despertamento do Cristo interno. Cada um deve seguir o próprio caminho.
A mesma trilha não serve para todos. Assim, cada um deve buscar o meio que lhe pareça mais adequado para sintonização de sua consciência. Esse estado de consciência profundo não tem fronteiras, ele nos transmite a certeza de uma realidade que jaz além de nosso limitado conhecimento imediato meramente humano. É ilimitado e nos confere sabedoria infinita. Sagrada moradia dentro de nosso ser onde não penetra o tumulto incessante do mundo exterior.
Se tivermos fidelidade e constância na prática da meditação contemplativa, ela nos conduzirá a formas mais elevadas de meditação até atingirmos a experiência de auscultar a voz suave que, do grande além de dentro nos transmitirá a orientação segura, conduzindo-nos em linha reta por entre os atalhos do caminho.
Comecemos por nos sentar em posição confortável; preferem alguns uma cadeira reta, dura, para facilitar a posição correta; os pés estendidos no soalho, corpo ereto, mãos repousando entre tronco e as pernas com as palmas voltadas para cima. Nesta posição natural de relaxamento, mas alerta, inicia-se a meditação, fixando-se o pensamento em alguma passagem do Evangelho ou na leitura antecipada de um curto trecho da Bíblia ou de qualquer livro edificante. A leitura de um parágrafo ou de várias páginas torna-se necessária, até que a nossa atenção seja atraída por algum pensamento particular, então, fecha-se o livro, focaliza-se a atenção nesse pensamento, repetindo-o e perguntando: por que essa citação veio a mim? Terá algum significado particular? Qual é o significado dela? Continuando a meditar, pode ser que surja outro pensamento, então consideremos: há entre eles alguma relação ou ocorrência? Por que o segundo pensamento seguiu o primeiro?
Provavelmente a terceira e quarta idéia podem apresentar-se, todas originadas fora da consciência. Esse curto espaço de tempo, talvez apenas um minuto, seja suficiente para abrir-nos as portas da consciência espiritual, despertando o amor e a inteligência divina. A visão da Verdade surge das profundezas do nosso ser, dando-nos uma sensação de segurança e bem-estar.
Então, a quietude e a paz descem sobre nós. Praticando fielmente essa forma de meditação, verificamos o despertar da nossa consciência, permitimos a atividade de Deus através de nós e o Cristo passa a viver a nossa vida. É necessário, porém, que tornemos sempre à meditação, pela manhã, ao meio dia e à noite. Esses períodos de silêncio, reflexão, introspecção, meditação e finalmente de comunhão, preparam-se para receber a Graça interior.
Mesmo que nos pareça não estarmos progredindo nesse curto espaço de tempo, durante o dia ou durante a noite, mesmo que não observemos resposta, não desanimemos, continuemos a meditar sempre, pois não dispomos de meios para julgar os resultados de nosso esforço em termos de simples períodos de meditação, depois de uma semana de prática ou depois de um mês. Aguardar resultados imediatos é o mesmo que esperar executar Bach ou Beethoven depois da primeira lição de música.
De fato não seria absurdo, desesperar depois de praticar escalas durante as seis primeiras horas, em uma arte que exige elevado apuro técnico? Se formos sinceros no desejo de dominar essa arte, reconheceremos que ao iniciarmos a prática das escalas, algo se processava tanto na mente como nos dedos e o aproveitamento final não pode ser medido em termos de prática-hora diária ou mensal. Assim acontece com a meditação; iniciemo-la, fechemos os olhos e compreendamos: Estou procurando a Graça de Deus; estou buscando a palavra que sai de Sua boca. Não sei como orar para isso, assim não rezarei por algo deste mundo. Espero ouvir Sua voz, espero escutar Sua palavra. Essa forma de meditação repetida uma dúzia de vezes por dia, muda inteiramente nossa vida e essa mudança pode tornar-se evidente em curto prazo.
Toda vez que nos recolhemos àquele Centro interior, estamos reconhecendo que “de nós mesmos nada podemos”, estamos em busca do Reino dentro de nós. Essa atitude significa verdadeira humildade, verdadeira oração, reconhecimento da nulidade da sabedoria humano, do poder, a sabedoria e a força vem do Infinito Invisível.
Os períodos de silêncio favorecem a creação de uma atmosfera divina na qual se desenvolve a atividade do Espírito que, através de nós, é capaz de fertilizar desertos. Aqui está um exemplo de uma forma simples de meditação, iniciamos com uma idéia central, um tema, uma citação e refletimos nela até que surja seu profundo significado: “De mim mesmo eu nada posso; é o Pai dentro de mim que excuta os trabalhos”.
Os períodos de silêncio favorecem a creação de uma atmosfera divina na qual se desenvolve a atividade do Espírito que, através de nós, é capaz de fertilizar desertos. Aqui está um exemplo de uma forma simples de meditação, iniciamos com uma idéia central, um tema, uma citação e refletimos nela até que surja seu profundo significado: “De mim mesmo eu nada posso; é o Pai dentro de mim que excuta os trabalhos”.
O significado da primeira parte é patente; mas, que quer dizer a sentença – O Pai dentro de mim executa os trabalhos? Sabemos que ao fazer aquela afirmação Jesus se referia a Deus. Significa então que Deus dentro de mim executa os trabalhos? O mesmo Pai que estava em Jesus está também em mim; Ele é maior do que os problemas do mundo, a vida, a inteligência, a sabedoria que está dentro de mim é maior do que meus inimigos, maior do que minha ignorância, do que meus temores, do que minhas dúvidas, do que meus pecados. “Posso fazer todas as coisas através do Cristo que me dá forças”.
Esse Cristo é o Pai dentro de mim, o Poder Divino do qual Jesus disse: “Eu nunca te deixarei, nunca te abandonarei”. Antes que Abraão fosse, esse Pai já estava dentro de mim e comigo permanecerá até o fim do mundo. É uma Presença, um Poder que tem estado comigo desde o início dos tempos mesmo quando eu desconhecia que ele aí está e estará comigo para sempre, independente do lugar onde eu esteja. Se estender meu leito no inferno... se vagar pela sombra da morte... esse Pai estará comigo. É uma Presença que jamais me deixa, um Poder que me fortalecerá sempre, indo à minha frente para endireitar os caminhos tortuosos e tornar planos os trechos íngremes. Sinto sua mão em minha mão; eu sei que há um Poder que tudo pode; sei que há uma presença que pode viver a minha vida por mim; jamais me deixará, jamais me abandonará. Não posso duvidar de Sua Presença, de tudo que me foi revelado a mim, um infante da Verdade, um iniciante da Senda espiritual. Essa prática de analisar a Escritura não é tão difícil para um principiante nem tão simples para um estudante avançado. Como no exemplo, um pensamento ou citação é empregado na tentativa de compreender seu secreto significado e iluminá-lo de modo que nunca mais passará a ser empregado como simples citação. Essas formas primárias de citações devem ser compreendidas e praticadas antes de podermos atingir estágios verdadeiramente esotéricos. Observamos que o nosso propósito é desenvolver um estado de receptividade capaz de auscultar aquela silente Voz.
Na meditação não devemos cuidar de problemas pessoais, apenas nos dirigimos rumo ao Centro Divino dentro de nós e esperamos, esperamos, esperamos. Se ao cabo de alguns minutos não houver resposta interior, levantemo-nos para tratar de outras obrigações. Uma ou duas horas depois devemos retornar à meditação, aguardando silenciosamente até que a Voz se manifeste dentro de nós, não permitindo que pensamentos interfiram, atravessando nossa mente. Caso não sintamos o toque da presença do Cristo dentro de poucos minutos, devemos retornar aos afazeres habituais e horas mais tarde voltar à prática da meditação.
Se persistirmos na disciplina ininterrupta desses exercícios durante anos incansáveis, dia virá em que obteremos uma resposta interior real e ela nos transmitirá a certeza daquilo que Jesus chamou o Pai em mim e que Paulo revelou como o Cristo interno. O principiante deve meditar, no mínimo, duas vezes por dia, pela manhã e à noite. A ninguém será difícil a execução dessa relevante tarefa, pois, geralmente, nos deitamos à noite e nos levantamos pela manhã; assim, todos podem reservar alguns minutos nesses períodos, caso não seja possível reservar mais outros períodos durante as 24 horas. Para os estudantes mais avançados vão se dilatando esses períodos de meditação, de modo que eles passam a integrar a própria existência. Estes meditam a qualquer hora do dia ou da noite, às vezes durante minutos apenas, outras vezes mesmo guiando um automóvel ou executando os trabalhos caseiros. Aprendendo a abrir a consciência pelo exercício constante, ainda que seja por curto espaço de tempo, aos poucos nos colocamos em estado de receptividade. Muitas pessoas de elevada estatura espiritual são consideradas “luz do mundo”. Dirijamo-nos ao Pai e peçamos que nos ilumine para que compreendamos o sentido da palavra Luz (Jesus, Elias, Paulo, João). Desenvolvendo o “ouvido de ouvir”, alcançaremos o significado espiritual do termo e não apenas sua interpretação literal existente nos dicionários. Às vezes não nos parece claro o sentido da palavra Alma.
De fato, poucos conhecem seu real significado, um dos mais profundos mistérios da sabedoria espiritual. Sintonizemos com o Pai e se mantivermos esse estado de receptividade, cedo ou tarde, através da intuição conheceremos a natureza da Alma. Assim, aprenderemos a submeter à apreciação da consciência qualquer termo ou assunto do qual buscamos compreensão, esperando pacientemente que a luz brilhe e nos revele seu real significado. Muitos se familiarizam com a passagem: “Minha Graça é suficiente para ti”. Conhecemos as palavras, mas se conhecemos só as palavras, elas serão de pouca valia em nossas vidas, a menos que o seu sentido mais profundo nos seja revelado pela meditação...
A partir de então, essas palavras passam a ser vitais para nós, tornando-se o Verbo. Ao despertarmos pela manhã, logo cedo, devemos focalizar a idéia de que a Graça de Deus é a nossa suficiência em tudo. Devemos conscientizar repetidamente essa afirmação até que ela se torne integrante em nosso ser, que seja a atmosfera e habitação natural em nosso viver cotidiano. “Tua Graça é minha suficiência - Tua Graça, a Graça do Pai dentro de mim basta para todas as coisas. Que devemos entender por Graça? Como será que ela é? Pode durar algum tempo para percebermos que a Graça não está fora, mas dentro de nós; conscientizando essa idéia, insistindo no sentido da palavra Graça, um dia compreenderemos que a Graça é uma dádiva de Deus, que vem de Deus sem nosso esforço, sem nosso mérito e sem que por ela tenhamos lutado. Contudo, essa Graça que é nossa suficiência em todas as coisas, é uma atividade de Deus dentro de nós”.
Na meditação o significado da Graça pode ser revelado de um modo a uns e de outro modo a outros, porém chegará a todos com intensidade bastante quando as janelas do céu forem abertas e as bênçãos transbordarem sendo pequenos os recipientes daqueles que estão destinados a recebê-las. Para cada um desses plenificados pela Graça, dar-se-á um desdobramento da plenitude. Se mantivermos essa atitude, meditando freqüentemente, a luz da verdade há de brilhar sempre, pois estaremos pondo em prática o mais importante ensinamento transmitido à raça humana: “Se tu habitares em Mim e minha palavra habitar em ti, pedirás o que quiseres e isso te será dado”.
Se o Verbo permanecer vivo em nossa consciência, se conscientizarmos a presença divina quatro, cinco, ou dez vezes durante o dia e também quando despertarmos no meio da noite estaremos permitindo que a Verdade habite em nosso ser e que o Cristo se torne a atividade de nossa consciência. O que é o Cristo? Se quiseres realmente saber o que é o Cristo, faz humildemente esta confissão: “Pai, conheço tão pouco sobre o Cristo; ajudame a entendê-lo”. Então, cerra os olhos e fixa a atenção na idéia – Cristo. Um dia intuirás seu real significado, significado que não poderás transmitir a outrem, mas, que tu mesmo compreenderás. O Cristo se tornará uma presença consciente em ti; será um Poder, uma Influência, o Ser. Será algo indefinível, pois diga o que disser, jamais alguém poderá definir o Cristo.
Um dia, no entanto, persistindo nessa conscientização do Cristo vivo em teu coração, poderás ouvir: Nunca te abandonarei; assim como estava em Moisés, estarei contigo. Irei para onde quer que vás. Não procures sinal, não procures nada fora, busca-me e espera-me. Se assim fizeres, um dia, ao te achares necessitado de água, ela brotará de um rochedo; se é de alimento que precisas, ele cairá do céu. Mas não o procures nunca, esse é o pecado. Busca somente a Mim; Eu caminho ao teu lado e repouso em teu coração. Tu me sentes? Estou contigo, ando à tua frente para endireitar os caminhos tortuosos. Jamais te deixarei, procura-Me e serás salvo. Busca-Me e todas as coisas te serão dadas de acréscimo. Certificando-nos disso, compreenderemos o conceito de Paulo: “Não sou eu que vivo. É o Cristo que vive em mim”. Então a atmosfera do Cristo passará a ser a nossa atmosfera e a nossa presença física tornar-se-á uma bênção para aqueles que se puserem em contato conosco, sendo a luz do nosso ser. O método seguro é orar incessantemente, abrindo a consciência à realização do Cristo até que sobrevenha o tempo em que não necessitamos mais de esforço para fazê-lo, é que não haverá mais um tu ou um eu, seremos UM. “Confia em Mim e salva-te”.
Se o Verbo permanecer vivo em nossa consciência, se conscientizarmos a presença divina quatro, cinco, ou dez vezes durante o dia e também quando despertarmos no meio da noite estaremos permitindo que a Verdade habite em nosso ser e que o Cristo se torne a atividade de nossa consciência. O que é o Cristo? Se quiseres realmente saber o que é o Cristo, faz humildemente esta confissão: “Pai, conheço tão pouco sobre o Cristo; ajudame a entendê-lo”. Então, cerra os olhos e fixa a atenção na idéia – Cristo. Um dia intuirás seu real significado, significado que não poderás transmitir a outrem, mas, que tu mesmo compreenderás. O Cristo se tornará uma presença consciente em ti; será um Poder, uma Influência, o Ser. Será algo indefinível, pois diga o que disser, jamais alguém poderá definir o Cristo.
Um dia, no entanto, persistindo nessa conscientização do Cristo vivo em teu coração, poderás ouvir: Nunca te abandonarei; assim como estava em Moisés, estarei contigo. Irei para onde quer que vás. Não procures sinal, não procures nada fora, busca-me e espera-me. Se assim fizeres, um dia, ao te achares necessitado de água, ela brotará de um rochedo; se é de alimento que precisas, ele cairá do céu. Mas não o procures nunca, esse é o pecado. Busca somente a Mim; Eu caminho ao teu lado e repouso em teu coração. Tu me sentes? Estou contigo, ando à tua frente para endireitar os caminhos tortuosos. Jamais te deixarei, procura-Me e serás salvo. Busca-Me e todas as coisas te serão dadas de acréscimo. Certificando-nos disso, compreenderemos o conceito de Paulo: “Não sou eu que vivo. É o Cristo que vive em mim”. Então a atmosfera do Cristo passará a ser a nossa atmosfera e a nossa presença física tornar-se-á uma bênção para aqueles que se puserem em contato conosco, sendo a luz do nosso ser. O método seguro é orar incessantemente, abrindo a consciência à realização do Cristo até que sobrevenha o tempo em que não necessitamos mais de esforço para fazê-lo, é que não haverá mais um tu ou um eu, seremos UM. “Confia em Mim e salva-te”.
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