Trevas e luz são uma coisa só. Aos olhos de Deus não há diferença entre elas: há somente Espírito, uma Luz que não tem semelhança alguma com o que conhecemos como luz.
Luz, em sentido espiritual, é consciência iluminada, não por uma luz, mas pela Sabedoria.
A expressão Eu era cego, e agora vejo não se refere à cegueira ou falta de visão física. É um modo figurado de declarar que estávamos na ignorância mas agora alcançamos a Sabedoria. Frequentemente se representa a ignorância por trevas e a sabedoria por luz, mas, na realidade, não há trevas nem luz para aqueles que vivem acima dos opostos.
Requerem-se meses, e às vezes anos de experiência espiritual para se compreender que no Meu reino trevas e luz são a mesma coisa, e que neste reino não procuramos mudar as trevas em luz, ou livrar-nos das trevas para obtermos a luz. Trevas e luz são uma coisa só.
Alcançar esta concepção representa grande salto para qualquer pesquisador, mas para o ignorante da sabedoria espiritual e não treinado em metafísica e misticismo, é salto, ainda maior, - um salto quase impossível – conceber ou aceitar a ideia que doença e saúde são a mesma coisa. Na realidade, não passam dos extremos opostos da mesma vara.
Quando individualmente podemos afirmar com convicção que pelo que me toca, trevas, ou luz, dá tudo no mesmo. Não estou tentado livrar-me de uma para obter a outra: estou procurando compreender somente a sabedoria espiritual, a verdade espiritual, a divina Presença – então é que começamos a compreender a natureza espiritual deste Universo.
É quando tentamos livrar-nos de algo ou procuramos conseguir algo, que abandonamos o mundo espiritual em troca do mundo das concepções humanas.
Nem doença nem saúde exercem qualquer papel na vida espiritual: tudo o que existe na vida espiritual é Deus, o Espírito, infinita e eternamente manifesto como ser individual incorpóreo.
O ser incorpóreo não pode ser conhecido por meio dos sentidos da vista, da audição, do gosto, do tato ou do olfato. Pode ser experimentado somente em nossa consciência interna, mas quando compreendemos e percebemos diretamente que trevas e luz são a mesma coisa. E o que é essa coisa? Tudo o que percebemos através dos sentidos – doença e pobreza hoje, ou saúde e riqueza amanhã -, é ilusão. Não veremos a Realidade enquanto não contemplarmos o ser espiritual, incorpóreo, através de nosso sentido espiritual.
Olhemos para este mundo e perguntemos a nós mesmos: O que lhe tem aproveitado todas as guerras? Se a resposta for: Nada – será porque estarmos começando a alcançar a meta espiritual. Em correlação com esta pergunta, deverá ocorrer-nos uma outra: O que tem aproveitado ao mundo todos os dias em que não tem havido guerra? – E a resposta deverá ser: Nada.
Espiritualmente, o que estamos buscando não é a guerra nem a paz. É o governo de Deus, o governo espiritual, o governo divino. E onde atuará esse governo? – Em nossa consciência. É onde ele tem que ser conscientizado.
Não importa quantas soluções se oferecem aos problemas do mundo de hoje, porque amanhã eles aparecerão sob novas formas ainda mais graves. Este vaivém só acabará quando percebermos a natureza do poder espiritual e compreendermos que este nada tem a ver com as boas condições em que nos sintamos hoje e nem com as más condições em que estejamos amanhã.
A manifestação desse poder, em nós, está relacionada com a compreensão que tenhamos de que não devemos mudar as condições da matéria, mas compreender que o Espírito é onipresente; que não devemos tentar converter doença em saúde ou guerra em paz: o que devemos fazer é buscar o governo de Deus, a revelação e compreensão íntima de Deus como nossa consciência.
Isto muda completamente nossa maneira de viver. Sob a velha maneira de viver, o melhor que podíamos esperar era substituir alguma coisa má por outra boa, ou tornar positiva alguma condição negativa; e mesmo assim estava sempre presente o medo de que a coisa boa ou a condição positiva alcançada não fosse permanente: estávamos sempre lutando por aqueles momentos de saúde, paz e harmonia.
Isto muda completamente nossa maneira de viver. Sob a velha maneira de viver, o melhor que podíamos esperar era substituir alguma coisa má por outra boa, ou tornar positiva alguma condição negativa; e mesmo assim estava sempre presente o medo de que a coisa boa ou a condição positiva alcançada não fosse permanente: estávamos sempre lutando por aqueles momentos de saúde, paz e harmonia.
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