sábado, 5 de novembro de 2016

BOM PASTOR 4






CAPÍTULO 4



ENTREM NO SILÊNCIO



Silêncio é poder. Silêncio é atividade sanadora na consciência individual. O silêncio é o princípio creativo de toda existência.


Neste silêncio vocês se tornam receptivos à VOZ INTERNA, a Voz do Ser Interior. E quando a Verdade Se expressar ao ouvido que escuta, vocês terão consciência da Influência Sanadora, com todos os sinais de que vai acompanhada.


A receptividade que vocês tenham ao Reino de Deus interno; aquilo que vocês tiverem em consciência de Deus, de percepção d'Ele, de conhecimento d'Ele, constitui a atmosfera sanadora.


Até este momento a tarefa do estudante consistiu em conseguir a harmonia de sua experiência, através de declarações ou afirmações da Verdade; leitura ou citação da Vei dade.


D'ora avante ele terá de elevar sua consciência até o ponto em que, contínua e conscientemente poderá escutar a Verdade em seu íntimo. Terá de aprender a real natureza do Silêncio, do sossego e da quietude.


É fácil compreender porque os sábios da antigüidade ensinaram: "Aquieta-te e sabe que eu sou Deus". Esta quietude proclama a Presença de Deus, "mais perto do que a respiração; mais próxima do que os pés e mãos". Isso mostra que nem o homem, nem as circunstâncias têm poder sobre as coisas que dizem respeito a vocês, pois o que se chama de EU, dentro década pessoa, é Deus, é poder, é Presença.


Agora também sabemos porque nunca poderemos ser Deus: é que Deus está inseparavelmente ligado a nosso próprio ser. Tudo isto, só o silêncio no-lo revelar.


Recordem sempre:não são os seus conceitos da verdade nem o que sobre ela tenham lido, que formam o poder restaurador da Harmonia de suas vidas. Não: só o que lhes for revelado em “Sossego e confiança” porque essa revelação é Deus, que Se expressa como restaurador de harmonia em sua vida. Não são os pensamentos que vocês possam conceber senão as ideias que lhes são reveladas no íntimo de seu ser – que constituem orientação e sabedoria.


Deus reina em seus corpos e em seus assuntos e circunstâncias externas através da consciência da Verdade que vocês cultivam pela receptividade interna – e não os pensamentos acerca da Verdade que vocês declaram intelectualmente.


A atividade da Verdade, na consciência de vocês, é a Luz que dissipa as trevas do sentido humano. Não basta o que vocês pensam acerca da Verdade: é preciso que a própria Verdade lhes ensine. Não é o que vocês afirmam à Mente Divina o que importa. Mas o que Ele revela a vocês. Isto é o que se chama Silêncio. Isto é o que se chama Poder.


Em quietude e confiança, em sossego e Silêncio, o Amor revela a sua Presença consoladora e nos assegura: “Por baixo estão os braços eternos”, sustentando-nos e apoiando-nos, mesmo em tempos de provas e tribulações.


O título do Salmo 22 ou 23 é: “A confiança de Davi na Graça de Deus”. Vocês também podem sentir esta serena confiança, ao ler: “O Senhor é o meu Pastor. Nada me faltará”. Aqui não há petição nem súplica. Sobretudo, não há dúvida ou temor. Já que o Senhor é o Pastor de cada um de nós, que nos poderá faltar?


“Em verdes prados faz-me repousar. Ele me conduz a águas refrescantes (A paz que sobrepassa todo humano entendimento me envolve quando tomo consciência de que não posso escapar ao meu bem, já que Deus não só me proporciona verdes prados como também me faz neles repousar. Deus não apenas me dá águas refrescantes, senão que também a elas me conduz).


"Ele reconforta minh'alma". "Embora minh'alma se tenha tornado vermelha de pecados e inquieta por enfermidades", Ele m'a conforta, guiando-me pelo caminho da retidão, por amor de Seu Nome", (e embora eu seja ainda acossado por desejos, Ele me aparta do pecado e leva-me ao caminho da retidão, liberando-me da enfermidade para o estado de saúde.


"Ainda que eu andasse por um vale tenebroso, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo. Seu bordão e Seu cajado me confortam". A confiança de Davi na graça de Deus é sustentada, mesmo quando ele percorre o tenebroso vale, pois nem ali ele sente temor, posto que o Senhor está com ele. Oh Senhor! Possa também eu repousar em confiança e destemer mesmo ao caminhar pelo vale tenebroso, na segurança de que sempre estás comigo!


Só conhecemos medo quando estamos sob a crença de que Deus nos abandonou em meio às discórdias e desarmonias. Jamais temeríamos, mesmo que nosso pecado fosse vermelho escarlate, ainda que estivéssemos sofrendo grave enfermidade, se chegássemos a experienciar a mesma confiança de Davi. Ele conservou essa confiança, mesmo sob sérias tribulações que chamou de "passar por um vale tenebroso". Por que? Porque sabia que Deus estava com ele. Deixemos, pois, que o Silêncio Bem Amado desça também sobre nós. Essa experiência depende de tomarmos consciência, com todo o nosso ser, de que "Deus está onosco".


"Seu bordão e Seu cajado me confortam". (A graça de Deus se manifesta sempre na forma de um bastão, cajado, alimento ou água, ao nível humano. Esta graça expressa como o meu bem, me conforta. Esta certeza da divina Presença, que sempre me sustenta e protege. . . dá- me consolo.)


"Preparas uma mesa perante mim, à vista de meus adversários. Unges com óleo a minha cabeça; meu cálice transborda". (A graça de Deus prevalece onde a carência e a limitação me ameaçam. Minh'alma se plenifica de inspiração. Meu coração transborda de gozo e reconhecimento. Esta evidência de abundância, através da Graça, me cumula, me satisfaz e meu coração canta de gozo em Sua Presença).


"Certamente que o amor e a graça me seguirão todos os dias de minha vida: e habitarei na casa do Senhor para sempre! (Notem o ânimo positivo e confiante de Davi ao cantar:


"Certamente que o amor e a graça me seguirão". Como ele se sente seguro da eternidade da Graça de Deus, ao declarar que este amor e graça "me seguirão todos os dias de minha vida"!


Que bem-aventurada segurança que ele tem da Onipresença: "todos os dias de minha vida".


E, por decorrência, habitarei nesta consciência de Deus para sempre).


"Porque as primeiras coisas passaram". "Eis que faço novas todas as coisas". "Havendo já sido cego, agora vejo", não "por espelho, obscuramente", senão "face a face". Sim, ainda em minha carne, vi a Deus. As montanhas se foram e não há mais horizonte, senão a luz do céu que faz ver todas as coisas em profundidade e clareza.


De há muito te venho buscando. Oh Jerusalém, somente agora meus peregrinos pés tocaram o terreno do céu. Não há mais lugares baldios. Diante de mim estão as terras férteis, tais como jamais sonhei. Oh! verdadeiramente "ali não haverá noite". Sua glória brilha como o sol de meio-dia. Não há necessidade de luz porque Deus é a luz ali Sento-me, para repousar. À sombra das árvores descanso e encontro minha paz, em Ti.


Em Tua Graça está a paz, oh Senhor' Estava fatigado no mundo mas em Ti encontrei descanso. Encontrava-me perdido no denso emaranhado das palavras; sentia cansaço e temor ante a letra da Verdade, mas só em Teu espírito está a sombra, a água e o descanso.


Quão longe de Teu espírito andei vagando. Oh, Terno e Fiel Amigo, quão longe, quão longe! Quão profundamente havia eu mergulhado no labirinto de palavras: palavras, palavras!


Mas agora regressei e em Teu Espírito encontro vida, paz, fortaleza. Teu Espírito é o Pão da Vida. Tendo-o achado, jamais sentirei fome. Teu Espírito é fonte de água viva. Bebendo-a, jamais sentirei sede!


Como cansado peregrino te vinha buscando. Agora o cansaço se desvaneceu. Teu Espírito me deu refúgio, em cuja refrescante sombra agora me ponho a repousar. Minh'alma se sente inundada de paz. Tua Presença me plenifica de paz. Teu amor me ofereceu um Festim espiritual. Sim: Teu Espírito é lugar de repouso; oásis no deserto da letra da Verdade.


Em Ti me isolarei do vozerio do mundo dos argumentos. Em Tua Consciência, as nauseabundas conversações dos homens calarão. Dividem as Tuas vestiduras, oh Senhor da Paz! Divergem e disputam sobre Tuas palavras, a ponto de elas se tornarem meras palavras e não mais a Tua Palavra.


Como mendigo de espírito,, venho buscando um novo céu e uma nova terra. Tu me fizeste herdeiro de tudo. Como, então, posso aproximar-te de Ti, senão em silêncio? Como posso honrar-Te, senão através da meditação de meu coração?


Não buscas louvores nem ação de graças, mas aceitas o coração compreensivo. Guardarei silêncio diante de Ti. Meu Espírito, minh'alma e meu Silêncio serão tua Morada. Teu Espírito plenificará minha meditação; encher-me-á de graça e assim me conservará. Oh! Terno e Fiel
Amigo: quão doce e afável é o lar que em Ti encontrei!





Nenhum comentário:

Postar um comentário