É surpreendente como ocorrem milagres quando abandonamos todas as tentativas de transmutar pessoas más em boas ou enfermas em sadias, e começamos a viver nesta conscientização:
Senhor, revela-me Tua Individualidade espiritual; revela-me Teu Filho espiritual; mostra-me o filho de Deus em cada individuo.
Com essa visão, começamos a perceber e sentir a filiação espiritual de todos aqueles com quem convivemos,
e eles passam a agir diferentemente com relação a nós, e o mesmo
acontece conosco com relação a eles, porque já não os tratamos como
julgávamos que merecessem ser tratados.
A ninguém condenamos, porque então sabemos que o mal que alguém faça será por ignorância quanto à sua divina filiação.
Os crimes contra a sociedade e o individuo, tais como a mentira, o
roubo, o embuste, a fraude, só podem ser cometidos enquanto pensamos que
tu és tu e eu sou eu. Tudo isto cessa no momento em que descobrimos que somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai, que pertencemos à mesma casa.
De imediato isso torna o mundo menos real aos nossos olhos, e mais real o "Meu reino", revelando o Universo como um reino espiritual, onde nada precisa ser conseguido pela força.
De imediato isso torna o mundo menos real aos nossos olhos, e mais real o "Meu reino", revelando o Universo como um reino espiritual, onde nada precisa ser conseguido pela força.
Eis a vida mística: não nos rejubilemos com
a boa aparência humana, mas olhamos para além do bem, e do mal, para
além das aparências humanas, e contemplamos a natureza do Cristo.
Podemos fazer isto. Todos podemos fazê-lo.
É verdade que isto requer alguma disciplina, algum treino, porque o que estamos procurando fazer é superar os efeitos de centenas de gerações daqueles que nos deixaram como herança a crença em dois poderes.
É verdade que isto requer alguma disciplina, algum treino, porque o que estamos procurando fazer é superar os efeitos de centenas de gerações daqueles que nos deixaram como herança a crença em dois poderes.
Estamos pondo de lado tanto o bem como o mal, para contemplar o que é o Espírito; estamos pondo de lado a saúde e a doença, a fim de nos identificarmos com o Cristo – nossa individualidade permanente em Deus.
Somente nossa individualidade espiritual de filhos de Deus nos permite comer do manjar que o mundo não conhece.
Não é por sermos boas criaturas humanas que qualquer de nós pode proclamar-se co-herdeiro com Cristo, porque as boas qualidades humanas estão tão longe do céu tanto quanto as más.
Os escribas e fariseus eram o que
havia de melhor entre os hebreus, eram os mais religiosos, os maiores
adoradores do Deus único, os maiores protetores do templo. Ser
bons, era a sua obsessão. Não obstante, Jesus disse aos seus
seguidores que a bondade deles precisava transcender a dos escribas e
fariseus. Isso, humanamente, teria sido quase impossível, porque estes, praticamente, já haviam atingido a perfeição.
Verdadeira bondade, depende de nossa capacidade de compreender que o Reino de Deus nos pertence em virtude de nossa identidade espiritual, e não de nossa bondade humana.
Isso implica em sermos bastante corajosos para lançar fora os pensamentos relacionados com todas as nossas maldades do passado e do presente e, ao mesmo tempo, todos os pensamentos referentes à nossa bondade – e não em condenarmos o mal que tenhamos feito e tomarmos a nosso crédito o bem que tenhamos praticado -, e afirmar somente a nossa identidade espiritual em Deus.
Nesta ligação com Deus, descobriremos que somos um com Ele, que somos co-herdeiros com Cristo de todas as riquezas celestes. Mas enquanto pensarmos que os nossos maus caminhos estejam nos mantendo afastados dessas riquezas, ou que o bem que pratiquemos esteja nos aproximando delas, estaremos em caminho errado.
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