Como temos apontado, um dos princípios básicos da vida espiritual é que, para a consciência transcendental, o poder temporal não é poder, tanto de natureza mental como física.
Somente a Graça de Deus é poder, somente a consciência realizada da Unidade, do poder uno e do não-poder de tudo mais além de Deus.
As preces falham porque tem sido uma tentativa de vencer um poder temporário que na realidade não é poder.
Tais preces são o mesmo que tentar vencer uma miragem no deserto ou tentar vencer um fato em que duas vezes dois sejam cinco.
O mundo humano está repleto de poderes temporais: doença, dinheiro, política, guerra e preparativos para a guerra.
Como seria possível usar um poder sobre uma não-existência?
Como seria possível usar um poder sobre uma não-existência?
Persistir na velha prece de “Ó, Deus, vença nossos inimigos!” será perda de precioso tempo e energia, pois, tais preces jamais tiveram nem terão sucesso algum.
O esforço físico e mental, e finalmente a intenção de usar Deus para dominar os males deste mundo, deve falhar, porque eles não são poder e não precisam ser vencidos.
Unicamente a nossa aceitação da crença universal de que o mal é poder é que pode provocar nossa permanência prolongada nas condições malignas.
No instante em que aceitamos a Deus como Onipotência, nosso problema começa a desaparecer.
Quando percebermos que o Cristo-reino não é deste mundo e ainda que aquele Reino é o único poder no mundo, então, quando formos apresentados a uma aparência do mal, não importando o que ou quem possa ser ela, nós pararemos e nos perguntaremos: “Isto é poder espiritual?
Esse mal é poder de Deus? Pode haver um poder do mal vindo de Deus? Tal pretensão de poder não é, portanto, apenas poder temporal?
O ensinamento integral do Mestre foi a revelação do não-poder do que aparecia como poder.
Ao homem cego, ele disse: “Abre teus olhos”; sabia que não havia poder para mantê-los fechados.
Ao homem de mão mirrada, ele foi capaz de dizer: “Estende tua mão”; sabia que não existia um poder que tolhesse a mão dele.
O ministério inteiro de Jesus foi a revelação de que o chamado “este mundo”, enquanto existir, – e lhe foi dada a missão de dissolvê-lo – não existe como poder, existindo tão somente como uma aparência.
Esta realização nos possibilita ficarmos sentados em quietude e em secreto, discernindo:
Deus, somente, é poder. Isso que me tem confundido, e com que venho lutando, é uma aparência que retenho em meu pensamento como uma imagem mental; não é realmente uma coisa.
Eu não posso vencer uma batalha contra o nada, mas posso relaxar-me em quietude e em secreto, e perceber que esse quadro com que estou me deparando nada mais é que um quadro – não uma pessoa ou uma condição, mesmo que ele possa aparecer como pessoa ou como condição.
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