Ninguém pode se libertar da crença em dois poderes e fazer seu retorno ao Éden, enquanto não quiser abandonar seus julgamentos humanos e olhar para o mundo por meio de uma mente não condicionada.
A prática de não ver nem bem nem mal pode começar no exato momento em que um objeto cair sob o seu olhar ou você se defrontar com qualquer pessoa.
Contudo, em muitos casos, é mais simples começar a prática com objetos ou pessoas com os quais não esteja envolvido emocionalmente.
A prática pode começar com um buquê de flores com que você tenha sido presenteado. Se você não tiver nenhuma ideia preconcebida sobre ele, não saberá se vai lhe trazer alegria com sua beleza, ou um acesso de febre alérgica.
Contemple-o, olhe para ele; e se vir que ele tem poder, quer benigno, quer maléfico, terá que pensar sobre isso por longo tempo, para chegar a uma conclusão.
Mude tudo, e reconheça que tais flores, nelas e por si mesmas, não têm qualquer poder, não são nem boas, nem más. Nesse ponto você talvez queira admitir que não são más, mas ficará maravilhado em ter de admitir que não são boas tampouco.
A resposta é que elas não são boas no sentido de o bem não ser incorporado nelas; o bem está incorporado na consciência do indivíduo que lhe mandou as flores, uma vez que o bem é o amor.
O amor é o bem, o amor e invisível e espiritual.
O amor é a substância que enviou tais flores para você, talvez de grande distância; o amor é essa coisa invisível de que as flores são a expressão visível.
Se chamar as flores de boas, e então, após três ou quatro dias, já murchas, elas forem jogadas fora, você terá perdido o seu bem. E visto que o seu valor, além do prazer momentâneo, residia na lembrança do seu doador, o amor que as enviou, da devoção, da amizade e gratidão, não faz realmente diferença alguma o que a elas acontece.
Quando as flores tiverem fenecido, há tempo jogadas fora e esquecidas, embora como um bem, o amor e o apreço de que elas eram a expressão permanecerão, criando no plano invisível um liame eterno e imortal entre o doador e o receptor.
Por essa razão nunca devemos ficar desgastados pela perda de qualquer coisa a que tenhamos emprestado valor, independentemente do quanto o dinheiro possa ter custado. O valor do objeto jaz no invisível e naquilo que representa na sua experiência pessoal.
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