sexta-feira, 30 de março de 2018

O SENTIDO DA CRUCIFICAÇÃO: ELEVAR-SE ACIMA DO SENTIDO DA PERSONALIDADE OU SEJA ACIMA DO EU PESSOAL




Tomar uma atitude dessas, é eliminar o sentido pessoal do eu, morrendo diariamente ao sentido personal do ser, você não mais reage, aos medos, crenças, condenações e irritações do mundo; e por conseguinte, você se situa muito acima deles, e eles não se projetam sobre você. 

Qualquer exigência que lhe for feita, não é feita sobre você, mas sobre o Cristo do seu ser - A SUA REAL IDENTIDADE, portanto, o você - carnal- ILUSÓRIO não tem direito de reagir.

Lembre-se sempre que as provações e as tribulações do mundo nunca chegam perto da morada da pessoal que mora no lugar secreto do Altíssimo, que vive, e se move e tem o seu ser na consciência-de-Deus (na percepção consciente da Presença de Deus). 

Estar fixado, estabelecido na consciência-de-Deus, significa compreender, em primeiro lugar, que Deus é a sua Consciência, e por conseguinte, você nada aceita, nunca, como sendo pessoal, para você, mas deixa que a consciência-de-Deus tome conta; e, em segundo lugar, significa que Deus é a consciência do que existe e, assim, se qualquer discórdia ou desarmonia parece vir em sua experiência, você compreenderá que não parte de qualquer pessoa, mas de um sentido ilusório daquele a quem chamamos o homem, cujo alento está nas narinas.

Atingir um nível, um sentido, mais elevado da vida, significa superar o sentido personalista da vida. 

Em outras palavras, significa elevar-se a um lugar, na consciência, na percepção, onde os dardos inflamados do maligno (Efésio 6:16) já não atingem a você. 

Ainda assim, não há garantia de que o mundo deixe de sua maledicência, ou de espalhar falsos rumores a seu respeito, ou que se abstenha de fazer de você o alvo de suas armas de fogo. 

Poderão acontecer todas essas coisas, mas a resposta é sempre a mesma: Que diferença faz, desde que o EU de mim é Deus, e esse EU jamais poderá ser atingido e ferido? Enquanto você vive no sentido de que somente as qualidades e atividades de Deus podem fluir para fora de você, que importa que o mundo faça a você, ou a mim?

Toda a experiência da Crucificação serviu de prova de que nem mesmo os pregos, a cruz, e a espada tinham poder. Além disso, provou que nem a oposição, nem o ódio da igreja organizada, nem a pompa temporal e a glória de Roma eram poder. 

A ressurreição celebrada na páscoa simboliza que o ódio humano contra a verdade não é poder, que as armas deste mundo – seus pregos e suas espadas – não são poder, e que a lei humana não é poder. 

Essa é a grande lição a ser tirada da Crucificação e da Ressurreição. 

A Ressurreição provou que qualquer que seja a forma maléfica que é lançada contra nós, em três dias, podemos superá-la. 

Num curto espaço de tempo, podemos sobrepor-nos acima de toda e qualquer forma de discórdia e desarmonia, se, não só nos recusamos a aceitá-la como um poder real, mas, ainda, não a aceitarmos como se fosse dirigida a nós, como pessoa, mas realmente dirigida ao Cristo do nosso ser, e estivermos, então, dispostos a contemplar o Cristo aniquilá-la.

Seja onde for, ou quando for, que haja alguém nutrindo ressentimentos contra nós, manifestando inveja, ciúmes, ou malícia, empenhado em nos fazer uma competição sem trégua, ou onde quer que haja ameaça do poder temporal, ou falta de apreciação, ingratidão, diz-que, diz-ques, maledicência, ou rumores, a resposta deve ser sempre a mesma: Nada importa. 

O homem, cujo alento está nas suas narinas, não tem poder algum para fazer algo, ou ser algo! 

Visto que Deus é a mente do homem, e todo o poder está centralizado, e emana em Deus e de Deus, nenhum dos pilatos deste mundo tem poder sobre mim, a não ser que provenha do Pai que está nos céus.

Não seria estranho, ter o poder de Deus, e não obstante, ter medo do que o homem lhe possa fazer? 

Foi-nos dito que não devemos temer o que o homem mortal possa fazer: O Senhor está ao lado, não terei medo: que poderá o homem fazer contra mim? (Salmos 118:6) 

Isso não deverá ser interpretado como significando que estamos sentado aqui com Deus, mas que o inimigo não tem Deus; não significa que nós temos um Deus aqui para nos defender de algum poder maléfico, ou alguém, lá fora. 

Não. Significa que Deus é o único poder; e com a compreensão de Deus como o único poder, Deus torna-se, então, a única voz que pode ser ouvida.

Não existe do mundo nenhuma maneira pela qual possamos ser convencidos de que o mal não é poder, a não ser que possamos ver que existe um Deus, que Deus é, e que este Deus que é, é o único poder, e que este Deus é realmente a lei, o princípio, a substância do ser individual.

Só depois de você reconhecer Deus como ser individual, só depois que você possa ver Deus não só como bem universal, mas o bem universal individualmente manifestado, não só Deus como poder infinito universal, mas o poder infinito universal individualmente manifestado, só então poderá você olhar para toda e qualquer pessoa, e saber: o único poder que você tem é o de expressar a Deus, ou deixar que Deus se manifeste através de você.





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