Isso nos leva à Ressurreição quando, depois de ter morrido para o senso pessoal e sepultado aquele falso senso de si mesmo, nosso verdadeiro Ser (Eu) se ergue daquele túmulo do pequeno “eu” e anda por esta terra livre: livre e infinito, imortal e eterno, pleno do Ser de Deus.
Essa é nossa Páscoa, nosso dia de Ascensão, e descobrimos que, em nossa auto renúncia, assim como em nossa humildade, saímos de um túmulo.
Estamos caminhando na terra agora, não cheios de posses pessoais ou virtudes pessoais, mas cheios do Espírito Santo, do Espírito do Senhor Deus Todo-Poderoso que está sobre nós e, então, somos ordenados.
Agora que o sentido material foi completamente extinto, nossa Natureza Real, nosso Ser Real, pode vir à luz.
Paulo percebeu isso, quando nos revelou os dois homens que somos, cada um de nós um ser dual. Nós nascemos o homem da terra, e é isso que nós permanecemos até a crucificação.
É assim que permanecemos enquanto estivermos no ímpeto de glorificar e edificar a nós mesmos. Mas Paulo nos fala daquele outro Eu que somos, aquele homem que tem seu Ser em Cristo, aquele Homem Espiritual, ou o Ser Divino. Esse é o Homem que você e eu somos, quando podemos dizer: *"Tudo posso fazer através de Cristo"*. Essas são as palavras mágicas: "Eu posso fazer todas as coisas através do Cristo, através do Espírito de Deus em mim, através da Presença do Pai dentro de mim"*.
Tal pessoa não é mais o homem da terra. Ele não é mais o homem que afirma ser sábio, santo ou espiritual. Não, esse homem foi completamente crucificado, e agora vemos um homem que reconhece: "pela Graça de Deus, posso fazer qualquer coisa - tudo posso por meio do Cristo".
Saulo de Tarso foi completamente crucificado. Ele não apenas ficou cego na estrada para Damasco, ele morreu. "E daquele sepulcro saiu Paulo, não mais Saulo de Tarso, mas Paulo”:
Paulo, um homem que tinha seu ser em Cristo e que agora vivia pela Graça de Deus, um homem que viajou não apenas pela Terra Santa, mas também Roma e Grécia, onde quer que ele estivesse pela Graça de Deus, um homem que estabeleceu sete igrejas e descobriu que aquelas sete igrejas não podiam apoiá-lo, e nem a sua obra missionária, mas elas, buscando por ele, descobriram que ele poderia apoiar todas as sete igrejas.
Em virtude de quê? Ele não tinha minas de ouro ou poços de petróleo, mas ele tinha a Graça de Deus. Ele tinha seu ser em Cristo. Ele sabia que *"vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim"*.
Portanto, ele poderia relaxar e deixar esse Espírito de Filiação Divina ser seu pão, sua carne, vinho, água, sua Ressurreição e Vida Eterna.
Quando a transição é feita daquele homem da terra para aquele homem que tem o seu Ser em Cristo, então nós achamos a prontidão para a Ascensão, a Ascensão que é elevar-se acima de todos os laços materiais.
Há uma indicação disso na passagem que está no começo de todo livro e livreto do Caminho Infinito: "A iluminação dissolve todos os laços materiais e une os homens com os laços de ouro da compreensão espiritual".
Nós não temos que ser irmãos e irmãs de sangue; não precisamos nem ser irmãos ou irmãs através da nacionalidade, ou irmãos e irmãs religiosos, pois temos um laço mais sagrado do que qualquer relacionamento humano que já tenha sido concebido.
Há um laço espiritual que nos une, porque nos elevamos acima da crença de que temos que ser membros de uma família humana particular, racial, religiosa ou nacional, a fim de nos unirmos em uma Comunhão de amor e compreensão.
Por muitos anos, no Caminho Infinito, demonstramos que espiritualmente somos realmente uma só família. Todos vocês que fizeram parte deste trabalho desde os primeiros dias, e nos anos que se seguiram, viram na prática o relacionamento mais bonito que pode ser manifestado nesta Terra, sem um único laço de relacionamento humano.
Com isto em mente, você não vê que, na Ascensão, nós rompemos com toda lei material e descobrimos que o homem tem o seu Ser em Cristo? O Filho Espiritual é alimentado a partir dessa mesma Fonte Espiritual da qual nosso relacionamento foi alimentado, e que nos manteve nesse relacionamento através desses anos.
Não há limite para a Demonstração Espiritual que podemos fazer, exceto a limitação que trazemos sobre nós mesmos, se não crucificamos completamente esse senso pessoal de si mesmo.
*Joel Goldsmith*
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