A Nova Jerusalém
“As primeiras coisas passaram” adiante e “todas as coisas se tornaram novas…
E embora eu fosse cego, agora eu vejo”, e não “através de um vidro embaçado”, mas “face a face”.
Sim, mesmo em meu corpo de carne, eu vi Deus.
As montanhas se afastaram, e já não há horizonte, pois a luz do céu torna claras todas as coisas.
Por longo tempo te procurei, ó Jerusalém, mas só agora meus pés de peregrino tocaram o chão do paraíso. Não há mais lugares desertos.
Diante de mim estão terras férteis como jamais eu sonhei.
Oh! Na verdade “lá nunca haverá noite”.
Sua glória brilha como o sol do meio-dia, e lá não precisa de luz, pois o próprio Deus é a luz.
Sento para descansar.
À sombra das árvores eu descanso, e encontro a minha paz em Ti.
Na Tua graça está a paz, ó Senhor! Eu andava exausto pelo mundo — em Ti encontrei o repouso.
Eu estava perdido na densa floresta das palavras; na letra da verdade havia cansaço e medo, e só no Teu Espírito há sombra, água e repouso.
Quão longe estive vagando do Teu Espírito, ó Terno e Real, quão longe, quão longe!
Como estive profundamente perdido no emaranhado de palavras, palavras, palavras!
Mas agora voltei, e em Teu Espírito encontrarei minha vida, minha paz, meu vigor.
Teu Espírito é o pão da vida, e encontrando-o, nunca mais terei fome.
Teu Espírito é uma nascente de água, e dela bebendo, nunca mais terei sede.
Como um viajor cansado procurei por Ti, e agora meu cansaço se foi.
Teu Espírito montou uma tenda para mim, e em sua fresca sombra me deixo ficar; a paz enche minha Alma.
Tua presença me encheu de paz.
Teu amor colocou diante de mim um banquete de Espírito.
Sim, Teu Espírito é meu repouso, um oásis no deserto das palavras da verdade.
Em Ti quero me refugiar do ruído do mundo dos argumentos; em Tua consciência encontrar sossego da língua maligna dos homens. Eles repartem a Tua vestimenta, ó Senhor da Paz, eles se engalfinham por Tua Palavra — sim, até que se tornem apenas palavras, e não mais a Palavra.
Como mendigo, busquei o novo céu e a nova terra, e Tu me fizeste herdeiro de tudo.
Como poderia eu estar diante de Ti, senão em silêncio?
Como poderia eu Te honrar, senão na meditação do meu coração?
Graças e elogios não Te aprazem, mas recebes um coração compreensivo.
Quero ficar em silêncio diante de Ti.
Minha Alma, meu Espírito e meu silêncio serão a Tua morada.
Teu Espírito preenche minha meditação, me edifica e me preserva por inteiro.
Ó Tu, Terno e Verdadeiro, meu lar está em Ti.
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