domingo, 10 de dezembro de 2017

O HOMEM NÃO NASCEU PARA CHORAR -3 -FINAL




Eu gostaria de escrever um livro com a título: “DEUS PAPAI NOEL”, porque é esta a ideia de muita gente a respeito de Deus. Esteja seguro de que ninguém pode entrar no Reino da Alma com tais ideias. 

Você deve abandonar tudo o que até hoje esperava no sentido humano de companheirismo. 

Você gostaria de contar a seus chegados tudo o que você pensa e faz; você gostaria de partilhar com eles todas às suas alegrias e êxitos. 

Mas no caminho espiritual você não pode fazer isto porque, aqueles que não trilham este caminho não estão em condições de avaliar e de partilhar de tais experiências. Só mesmo em raras oportunidades você poderá encontrar alguém com quem partilhar estas coisas. Porém, mesmo em tal hipótese, você descobrirá que algumas coisas devem permanecer ocultas com você para sempre.

Isto explica a solidão de Jesus em Seu ministério de três anos. Quando Ele quis revelar alguns segredos da vida Espiritual, só pôde levar com Ele três de seus mais íntimos discípulos. Os demais discípulos não tinham condições de assistir à transfiguração e defrontar Moises e Elias, que tinham vivido muitos séculos antes. Não poderiam compreender como eles viviam ainda e permaneciam exatamente lá onde eles estavam, comunicando-lhes Sua sabedoria. 

O Mestre não falou desta experiência aos demais nove discípulos. E mesmo aos três escolhidos, estou certo de que havia segredo que ele não podia comunicar. Esta é a “solidão” ou “silêncio” que guardamos, ao compreender que não podemos falar das experiências espirituais, senão com raríssimas pessoas.

No momento em que você toma contato com a Consciência mais elevada, sua visão se expande, abrangendo fatos presentes, do passado e do futuro. É como você ficar de pé, no terraço de um alto arranha-céu, de onde você pode descortinar, num ângulo de 360 graus, milhares de quilômetro em todas as direções enquanto que, no mesmo instante, um homem, na rua lá embaixo, só pode tomar consciência do que lhe esta próximo. 

Nos planos mais elevados de consciência, o passado, o presente e o futuro ganham imensas amplitudes (não relacionem com quiromancia ou cartomancia). 

Então podemos compreender como os profetas da Bíblia previam o que ia acontecer e podiam prevenir em tempo, os males que se anunciavam se continuassem agindo de modo errado. Mas eles foram muitas vezes castigados pelos teimosos reis. 

Da mesma forma, se você começasse a falar de certas experiências, além de você profanar e arriscar-se a perder essa percepção encontrará descrença e escárnio, porque não podem compreender o que não vivenciaram por eles mesmos. Eles não podem compreender. E você perderá muitos companheiros na senda espiritual.

Há uma razão prática para empreender a aventura espiritual: com aquilo que conhecemos até agora, é possível trabalhar, por trás dos bastidores, para mudar o curso de eventos futuros. Isto é conhecido dos místicos que se acham no outro lado do véu. 

Na medida em que eles acham homens e mulheres receptivos às necessidades espirituais, são capazes de lhes comunicar sua sabedoria. Assim, aqueles que estão agora na terra, podem exercer uma influência auxiliadora no ajustamento das condições humanas.

Porém, mesmo sem isto, a aventura valeria a pena, porque ela liberta nossa alma das limitações. Liberta-o da repetição monótona cristalizante de levantar-se, trabalhar, comer três vezes ao dia e depois ir para a cama à noite, para repetir tudo no dia-seguinte. Uma prisão!

O ser humano não foi criado para ser um escravo – física, mental e economicamente. 

O propósito essencial do homem é manifestar a sua natureza divina. Ele foi criado para ser um instrumento consciente de Deus na Terra – como rezou São Francisco. Tal é o sentido da suposta encarnação: Deus feito homem individual. 

O Filho pródigo simboliza “o caminho perdido” e mostra que o ser humano pode e deve encontrar a via de regresso ou retorno à “Casa do Pai” – à percepção de SER consciência divina, lá vivendo como herdeiro de Deus, revestido do manto de uma mais alta consciência, do anel de herança e união, no usufruto da glória de Deus.

O homem não nasceu para chorar. 

Todos as suas lágrimas são derramadas tão somente porque ele sente a sua limitação. 


Cada lágrima que você derrama é sinal de alguma restrição que você está experimentando em sua vida. 

O homem não nasceu para chorar! Quanto mais você procurar, dentro e em torno de seu corpo e de sua mente, tanto mais limitado e preso ficará. Não tenha a ilusão de que você é livre de seu corpo e de sua mente. 

Quanto mais você estudar a Verdade e observar os movimentos internos e seus impulsos, mais verá a necessidade de libertar a sua alma dos grilhões dos hábitos e crenças deste mundo. 

E quanto mais você o conseguir, elevando-se ao reino de Alma, até a aproximação dela, seu corpo e sua mente se tornarão mais receptivos ao governo divino interno e sua vida requererá menos atenção humana.

Eventualmente você também poderá ser livre destas limitações por um ato da Graça. Alguma coisa lhe acontecera – não por você sentar-se e simplesmente esperar por ela. 

Acontecer-lhe-á se você mantiver seus pensamentos focados em direção do Alto, como foi dito por Isaías (26:3): 


“Tu, Senhor conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firmada em Ti”. 


“Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele te orientará” (Prov.3:6). 


“Na quietude e na confiança está a tua força” (Isaías 30:15). 

Neste sincero esforço, de sintonia é que você pode receber a Graça, que eventualmente o libertará. 

Agora você pode compreender porque os anjos são imaginados e representados com asas: porque os pensamentos voam, pairam. Estas experiências sublimes se dão no topo da montanha: nas sublimes alturas da consciência. 

Quando a Alma é liberada, ela voa para a alto, não no tempo e no espaço, mas em consciência. Não fica mais ancorada no chão. Não permanece mais enterrada no corpo e na mente carnal. Torna-se uma consciência ascendente, uma faculdade das alturas.

Quando uma pessoa passa pela experiência da morte física, supomos erroneamente que sua alma deixa o corpo e voa para o alto. Não é pela morte do corpo que isto acontece: é quando aprendemos a morrer diariamente para corpo e a mente. 

Então sim a Alma é liberada gradualmente para um estado mais elevado de consciência. Isto devemos alcançar enquanto estamos bem vivos, “por causa da morte para o sentido humano do ser”. Este é o dia em que você se liberta do túmulo do corpo e da mente e libera a sua Alma. 

Embora isto seja ensinado simbolicamente – como em todos os ensinamentos místicos, há quem o interprete literalmente, assim como fazem na história de Jonas na barriga da baleia, que simboliza o aprisionamento do homem nas crenças humanas.

Você sabe que tem um corpo e que tem uma mente, mas ainda não chegou a conhecer o verdadeiro Ser que você é e que tem esse corpo e essa mente. 

Conhecer essa real identidade é a aventura de sua vida: o seu despertar pare o real Ser que você é: essa Alma que vive. 

Você precisa primeiramente conhecer esse você que é essa Alma. 

Em seguida poderá começar a exploração, a busca, até encontrar-se! 

Esta é a razão de sua vida na terra. Esse Ser espiritual que jamais nasceu e jamais morre e que momentaneamente está sepultado num “parêntesis”, buscando saída, para dar um pleno propósito ao seu viver! 

Se você procurar em seu corpo, dos dedos do pés ao topo da cabeça, tentando localizar onde está esse Eu espiritual, descobrirá que Ele não se encontra em nenhuma parte de seu corpo. 7

Então lhe virá a primeira sugestão: “Se não estou neste corpo, onde estou? O que eu Sou?” 

Aí começa a busca do homem criado por Deus. E a grande aventura se inicia!

É melhor que você guarde todas estas descobertas para você mesmo. 


Jamais acredite que poderá encontrar alguém que tenha exatamente as suas experiências. 

Então, um dia, quando você se encontrar conscientemente fora de seu corpo e compreender que EU SOU EU – será capaz de ver que Deus implantou a plenitude dEle em você, de modo que nada lhe pode ser acrescentado e nada lhe pode ser tirado. Verá que você se encontra na plenitude do Ser, em Deus. 

A partir desta experiência, você não procurará nada mais lá fora, mas estará livre para partilhar doze cestas cheias a cada hora do dia, sem qualquer pensamento de que esteja esgotando seu interno suprimento. Você passará a desfrutar a vida com alegria; a viver o céu na terra. 

Mas isto, só depois de você ver o EU SOU que você é, não limitado no corpo e em crenças materiais – senão um Ser incorpóreo, espiritual, onipresente, livre!

A partir deste instante você compreenderá o que foi dito: 

“As armas não atingem a vida; as chamas não a queimam; 

as águas não a podem afogar – pois você é o Eu, conscientemente realizado à semelhança de Deus, indestrutível, indivisível, inseparável de Deus. 

Nem a vida e nem a morte poderá separá-lo da Vida-Deus-Amor-Plenitude!”




                                     FIM











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