quarta-feira, 14 de outubro de 2020

*ELIMINANDO O PARÊNTESE*

 



Na medida em que nos tornamos cada vez mais conscientes de que o Espírito é o Único Poder, que nós não temos uma vida separada ou uma consciência de nossa autoria, mas que Deus constitui nosso ser, isso faz o parêntese tornar-se mais diáfano - até desvanecer-se. 

A cada percepção espiritual que temos e a cada meditação que resulta em um contato consciente com Deus, o parêntese fica mais fraco, até que finalmente, na união consciente final com a nossa Fonte, vem a eliminação completa do parêntese.

A função de um ensinamento religioso é levar o homem à consciência de sua verdadeira identidade e revelar os segredos da vida que permaneceram ocultos, devido à estupidez humana que tornou o homem incapaz de compreender os princípios basilares da existência.

Em seu estado não iluminado, o homem não percebe que, para prosperar e ser frutífero, ele deve viver de acordo com as leis espirituais, e não de acordo com sua própria vontade ou desejos pessoais. Ele não pode agir como se não houvesse tais leis, esperando assim viver em harmonia; nem pode ele escapar da operação da lei espiritual, tentando fazer suas próprias leis enquanto segue adiante.

Os grandes mestres que trouxeram os ensinamentos originais que fundamentam as religiões modernas sabiam que há leis invisíveis governando este mundo, e eles ensinaram o homem a trazer harmonia para si através da compreensão dessas leis, prometendo, como o Mestre fez para que aqueles que seguem neste Caminho, que ele colheria frutos abundantemente. Em outras palavras, ele trabalharia alinhado com as leis da vida, em vez de trabalhar em antagonismo a elas.


Em sua grosseira ignorância humana, a maioria das pessoas aceita a aparência de que vieram a este mundo sem nada. Trabalhando a partir dessa base, quase desde o começo eles tentam adquirir coisas para si. Se é um bebê tentando tirar o chocalho de outro bebê, ou se é uma nação tentando tomar alguma terra ou indústria de outro país, a maioria das pessoas vive suas vidas na suposição de que elas não têm nada e, portanto, devem obter algo, trabalhar para isso, planejar e tramar para isso.

E então há aqueles que alcançam um estágio em que eles percebem a futilidade desse esforço constante de lutar pelas coisas que perecem, coisas que, depois que são obtidas, provam ser apenas sombras. Esse é o estágio em que algumas pessoas se afastam dessa busca por coisas no reino exterior e passam a buscá-las em Deus. Aquilo que elas até agora não conseguiram reunir por meios materiais, elas agora esperam obter de Deus. Mesmo que isso seja apenas um leve vislumbre do Caminho, já é ao menos a abertura de uma brecha, porque isso tira algumas pessoas da expectativa do que podem obter do mundo material aquilo que lhes satisfaz, dirigindo-as para a crença em alguma Fonte invisível de, ou através da qual, seu bem possa vir. 

Aqueles que falham em encontrar em Deus uma porta aberta para a saúde, riqueza e sucesso são naturalmente levados a procurar mais fundo pelo Caminho, ou buscar o significado do Caminho.

Não é dado a um ser humano decidir por si quando ou se ele vai entrar no Caminho e, até que o Espírito de Deus toque uma pessoa, ela não tem interesse em encontrá-lo, e certamente não tem nenhuma inclinação para segui-lo. 

No entanto, na vida de cada pessoa - e não necessariamente nesta vida em particular - em algum momento ou outro ela será tocada pelo Espírito. Ela nunca pode saber quando será isso: tudo o que ela sabe é que nela se desenvolveu uma curiosidade, uma fome ou sede de algo - que ela não sabe o quê - que a leva para frente. É nesse momento que ela entra no Caminho, e desse ponto em diante, não está dentro de seu poder decidir até que ponto vai abraçá-lo, até onde ela irá.









*Joel Goldsmith*

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