terça-feira, 31 de janeiro de 2017

SEGUNDO CAPÍTULO DO GÊNESIS - CRIAÇAO MENTAL: PROJEÇOES DE BEM E DE MAL





O segundo capítulo do Gênesis afasta-se radicalmente do primeiro, pois é um relato de uma criação mental, uma mente produzindo imagens mentais, não uma realidade exteriorizada, mas formas mentais em pensamentos; mentes aparecendo como pensamento, mutável como o tempo, pensamentos que nunca saem do reino da mente para adentrar no reino do Ser.


A verdade concernente a essa questão é que, quer achemos que dois vezes dois são quatro, quer não achemos, não podemos mudar o fato. 

Dois vezes dois SÃO quatro. Não há nada que se possa fazer a respeito. 

Seria assim mesmo que nós não o achássemos, porque o fato É. 

O nosso achar - pensar não pode tornar algo verdadeiro; mas, no silêncio interior, que é uma atitude de escuta, de aprendizado de Deus, na qual Ele faz soar a Sua voz, o coração derrete – desaparecem o pecado, a doença, as faltas – e Deus nos faz saber o que realmente É.


Apenas no reino do Ser estamos fora do pensamento, onde a realidade é. 


Haverá quem não tenha tido bons pensamentos, ou que não os tenha tido maus? 

Qual de nós não terá tido pensamentos agradáveis ou desagradáveis, saudáveis ou doentios, puros ou pecaminosos? Assim acontece porque os pensamentos gerados unicamente pela mente são sempre bons ou maus.


Essa criação mental não é obra do Espírito ou da Consciência, mas uma criação da mente carnal, dualista, feita da dicotomia, que pensa correta ou incorretamente, sem a Consciência de Deus como guia.


Todo o mundo sensorial, feito daquilo que podemos ver, ouvir, tocar, cheirar e saborear, não tem existência a não ser como criação da nossa mente carnal, que por sua própria natureza e princípio é irreal, é inconstante, sem substância de suporte, com seus pensamentos que se alteram do bem para o mal e vice-versa.


A partir do momento em que compreendemos que o segundo capítulo do Gênesis descreve a ação da mente,temos a chave para a sua superação, para nos elevarmos para além da mente e do pensamento. 


Os pensamentos de Deus são os nossos pensamentos. 

Nós não temos a capacidade de pensar como Deus, mas quando a mente é transcendida para além do pensamento, e em nós se faz o Silêncio, Deus pode fazer soar Sua palavra através de nós.

Quando nos tornamos capazes de ir além do reino do pensamento, para a elevada esfera onde não se tem opiniões sobre qualquer coisa ou pessoa ser boa ou má, e temos o desejo de ser perfeitamente transparentes às instruções de Deus, Ele fala a nossos ouvidos; Ele nos mostra a realidade espiritual que existe ali onde há aparência humana, do “homem de carne” que “não pode agradar a Deus”.


Mas, nesse momento em que Deus fala, o “homem de carne” é transformado no Filho de Deus e volta de imediato para o Éden, onde, como filho de Deus, vive sob sua direção.


A crença em dois poderes é o que nos prende às alternâncias dos pares de opostos – harmonia e discórdia, pobreza e abundância, vida e morte, doença e saúde.


Na medida de nossa habilidade em permanecer centrados em nosso ser interior, descobrimos que só há um poder – que não é bem ou mal sob qualquer aspecto – e isso nos torna livres e nos traz a paz da compreensão.


O único demônio é o reconhecimento do bem e do mal, QUE PROJETA APARÊNCIAS DE BEM E MAL - AMBAS SEM SUBSTANCIA 


Decidimos que algo é bom, e o é para nós, ou que algo é um mal, e também assim o será embora a verdade seja: “Não há nada que seja bom ou mau, é o nosso pensar que assim o faz”.


Livrando-nos dos pares de opostos, podemos parar a gangorra da mente humana, o que não é de fato tão difícil ou impraticável como parece.


Perguntaram-me muitas vezes: “Como posso parar de pensar?” 


E eu encontrei um modo. No momento em que posso olhar para uma pessoa ou condição, sabendo que não é boa e nem má, meu pensamento para e minha mente se aquieta. E isso é o seu fim, pois agora não emite pensamentos em que possa se fixar; não penso o bem e não penso o mal. Tudo o que sei é que É, e estou de volta ao centro do meu ser, onde está todo o poder.

Nossa mente não tem descanso quando pensamos a respeito das coisas ou pessoas, tanto em termos de bem como de mal, mas ela descansa quando abandonamos todos esses conceitos.











segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O PRIMEIRO CAPÍTULO DO GÊNESIS - A PRIMEIRA CRIAÇÃO - A CRIAÇÃO PERFEITA






O mundo nunca poderá ir além da ideia de usar um poder para superar outro e penetrar no reino do não-poder enquanto não for solucionado o mistério do Gênesis.


Neste primeiro livro da Bíblia encontramos dois depoimentos sobre a Criação que são completamente conflitantes e contraditórios: o primeiro capítulo é obviamente o trabalho de um místico que atingiu a completa união com Deus e percebeu que o Universo inteiro é tão-somente pura consciência que se manifesta como forma, ao passo que o capitulo seguinte nos relata uma criação da mente.

O Primeiro relato da Criação é a revelação da atividade da consciência em toda a sua pureza e eternidade. 

Mostra-nos o desenvolvimento de um Universo espiritual, onde há luz antes que existam Sol e Lua, onde as colheitas estão no solo antes de as sementes serem plantadas e onde está o homem antes da mulher. 

O que é formado da consciência nunca nasceu: é apenas uma emanação da consciência, que nunca teve início e nunca terá fim, pois, enquanto houver Consciência, haverá causa para a forma. 

Quando a Consciência se mostra como forma, pode parecer como semente ou como árvores adulta, sem nunca ter passado pelo processo de crescimento.

A Consciência, ou Alma a quem chamamos Deus, revela e expressa a si mesma como um Universo espiritual,sem concepção nem nascimento. 

Em outras palavras, a Criação é a Imaculada Concepção de Deus, revelando a si própria como identidade, expressa em forma humana, animal, vegetal ou mineral;assim, de fato Deus ou Consciência é a única essência e substância da Terra, mesmo do que se mostra como pedra ou areia, assim como é a substância da nossa verdadeira individualidade.

No Gênesis aprendemos que Deus criou Adão e Eva e os colocou no Jardim do Éden, em meio a perfeição e harmonia, rodeados apenas de bondade, amor e beleza.

Felicidade e harmonia reinaram até que sobreveio algo que as destruiu, e expulsou Adão do Jardim. Esse algo sempre ficou mais ou menos enigmático, para se desfazer o mistério por completo no segundo e terceiro capítulos do Gênesis.

No Jardim do Éden, Adão e Eva estavam nus, mas não tinham ciência da nudez; tinham corpos, mas, por terem mente pura, não havia neles o pudor – os corpos eram apenas coisas normais e naturais, e por que pois ter vergonha deles?

O que lemos a seguir é que Adão e Eva ficaram envergonhados por terem percebido sua nudez. 

De repente, a crença no mal invadiu suas mentes, e eles começaram a se cobrir e esconder. O que eles estavam encobrindo, e do que estavam se escondendo a não ser da crença no mal nas suas mentes?

E Deus disse a Adão: “Quem te disse que estavas nu?”Nessa pergunta está resumida toda a essência da vida humana.

Se nós acreditarmos que somos seres carnais estamos na mesma condição em que se encontrou Adão.

Enquanto conservarmos a crença do bem e do mal,seremos o Adão a se esconder, o Adão que está fora do Éden, e por essa razão estaremos todos a encobrir nossa nudez.

Todos nós nos escondemos, de alguém ou de nós mesmos, ou estamos escondendo algo de nós próprios, pelo medo que isso venha à luz. Por quê? 
Porque enquanto identificados como seres carnais habitamos o reino dualista do bem e do mal. 

Quem nos disse que isto é bom e aquilo é mau?

Quem nos disse que é mais moral cobrir o corpo do que expô-lo? 

Quem disse que há pecado? 

Quem criou tal condição? 

Para todas essas perguntas, Deus, na essência, quer dizer que Ele não o fez.

Ele nunca disse que houvesse algo de errado quanto a um corpo nu, ou que houvesse algo errado sobre a face da Terra.

O pecado que se arrastou para dentro do Éden não foi uma maçã nem o sexo, embora as religiões tradicionais assim o identifiquem. 

O pecado foi a aceitação de dois poderes; e, quando o homem começou a comer da árvore do reconhecimento do bem e do mal, tomou sobre si o dualismo universal, e assim não pôde mais se dizer tão puro que não visse a iniquidade, pois agora já vira e conhecera o bem e o mal.






domingo, 29 de janeiro de 2017

O TESTEMUNHO DA VERDADE DE QUE UNICAMENTE DEUS É REALIDADE TRANSCENDE AS LEIS MENTAIS





Nunca pensemos em alguém como um humano que precisasse de cura, de emprego ou de riquezas, porque se assim fizermos, seremos seu inimigo em vez de amigo.


Se acreditamos que existe homem, mulher ou criança doente, pecador, ou morto, não oremos até que tenhamos nos reconciliado com esse irmão, pedindo perdão por temos cometido o erro de julgar, porque todos são DEUS em expressão.

DEUS É TUDO. Tudo é Deus manifestado. 

Só Deus constitui este universo, bem como a vida, a mente e a Alma de cada individuo.

"Não darás falso testemunho contra teu próximo" tem uma conotação muito mais ampla do que, meramente, não espalhar boatos ou fofocas sobre ele.

Não devemos manter o nosso próximo em humanidade.

Se dissermos: "Meu próximo é bom", estaremos dando falso testemunho contra ele, tanto quanto se disséssemos: "Meu próximo é mau", porque isso demonstra que reconhecemos sua condição humana às vezes bom e às vezes mau - e não a espiritual.


Dar falso testemunho contra o próximo é declarar que ele é humano, que é finito, que tem falhas, que é menos do que o próprio Filho de Deus. 

Toda vez que reconhecemos o nosso próximo como pecador, pobre, doente ou morto, como outro que não o filho de Deus, daremos falso testemunho contra ele.

Violando a Lei cósmica atraímos nossa própria punição.

Deus não nos pune, nós nos punimos porque dizemos: "Você é pobre", praticamente estamos dizendo que "eu sou pobre", uma vez que há somente um Eu e Um Ser.

Assim, a Verdade que diz respeito a você, diz respeito a mim.

Se eu aceitar a crença de pobreza no mundo, ela reage sobre mim.

Se eu disser que você está no mundo, ela reage sobre mim.

Se eu disser que você está doente ou que você não é gentil, estarei aceitando uma característica separada de Deus, uma atividade à parte de Deus e, dessa forma, estarei condenando a mim mesmo, porque só existe UM SER.

Finalmente, quando dou falso testemunho contra alguém, me condeno e sou o único a sofrer as consequências.

A única maneira de evitar falso testemunho contra o próximo é perceber que o Cristo é nosso próximo, que nosso próximo é um ser espiritual - o filho de Deus, exatamente como nós. Ele pode não saber, nós podemos não saber, mas a verdade é: Eu Sou o Espírito, Eu Sou a Alma, Eu Sou a Consciência, Eu Sou Deus Expresso - assim como o nosso próximo.

AO DARMOS O TESTEMUNHO DA VERDADE DE QUE DEUS - ESPÍRITO - É TUDO, INCLUSIVE O SER QUE SOMOS, PERCEBEMOS QUE ESTAMOS ETERNAMENTE SOB A LEI DA GRAÇA DIVINA, TRANSCENDENDO ASSIM AS LEI DA MENTE E AS LEIS DA MATÉRIA.








sábado, 28 de janeiro de 2017

A PERCEPÇÃO DE NOSSA IDENTIDADE ESPIRITUAL TRANSCENDE AS LEIS DA MENTE E DA MATÉRIA PELA LEI DA GRAÇA






O modo de parar a lei cármica é o arrependimento e o viver constantemente numa atmosfera de amor .


Só uma coisa livra-nos da lei do “o que semeares colherás”, que é parar de semear. 


E a única maneira de parar de semear é reconhecer nossa identidade espiritual, aí não mais precisaremos alcançar, arquitetar, tramar, planejar, agarrar ou mesmo desejar qualquer coisa que outros tenham, mas poderemos ser espectadores atentos de quão maravilhosos caminhos o Pai dispõe para nos prover, sem privar outrem.

No “Caminho Infinito”, reconhecemos que há uma lei da mente ou cármica ou da matéria, mas também há algo chamado Graça. 

Se ainda não tivermos aprendido a metafísica moderna, estaremos sujeitos às leis da matéria que nos subjugam neste plano humano, como as do clima, das infecções, da hereditariedade, do meio ambiente, do tempo e do espaço.

Todo ser humano está sujeito ao tempo. De fato, se olharmos para o calendário o tempo suficiente, nos sentiremos envelhecidos, fracos e exauridos. 

Aqueles que já tiveram alguma experiência com curas metafísicas ou espirituais já perceberam que essas leis da matéria não têm poder na presença da percepção espiritual. 

Há teorias e crenças, mas a Graça deixa-as todas de lado. O que não significa que no plano humanos não existam leis materiais,  e nem significa que não existam leis mentais; apenas quer dizer que o estado de Graça põe de lado a ambas, as leis da matéria a as da mente. 

Sob a Graça não há lei. No reino do Espírito, que é o estado de Graça, não há dois poderes atuando, se superpondo ou deslocando mutuamente, há apenas um. 

Não há oposição e nem contenda no reino do Espírito: há apenas o estado de Graça, que por si só é a lei que elimina qualquer fase da materialidade.

Quando entramos no estado de Graça, não temos mais boa ou má saúde, suprimento farto ou pobre; vivemos num estado de espiritualidade no qual não há nem bem nem mal, graus ou comparações: há apenas o Ser, o Ser divino, o Ser espiritual, o Ser único.

É só quando paramos de pensar como humanos de um modo dualístico em doença-saúde, riqueza-pobreza, é que transcendemos não só o que há de ruim na humanidade, mas também o que há de bom; transcendemos os Dez Mandamentos e nos elevamos àquela consciência que Jesus Cristo revelou nos dois grandes Mandamentos, que nos confirmam haver um só poder – um só Deus, um só Espírito, uma Alma, e que cada um e todos nós somos apenas UM.

Essa confirmação é apenas o primeiro passo. Os Mandamentos devem ser vividos. Eles devem ser aceitos pela consciência de modo que prendamos de fato a perdoar nossos inimigos. Aprendamos a não criticar, julgar ou condenar aquele que cometeu um erro, não o perdoando, mas, na medida em que este se esforça para se compreender, ajudando-o a perceber que a natureza de Deus é de fato a alma de cada pessoa.

Qualquer ser humano bom pode olhar com benevolência as faltas alheias e perdoar os pecados dos outros. 

Qualquer ser humano bom pode fazê-lo, mas necessita da visão espiritual que o capacite a dizer: “Eu não vejo ninguém. Só a face do Senhor é que brilha. A Alma de Deus transparece através de todos os olhos”. 

Uma tal compreensão não cura doentes ou pecadores: torna-os “mortos” mais facilmente, de modo que seu ser espiritual possa ser revelado.

O quanto antes o homem “morrer” para sua humanidade, mais cedo sua alma se mostrará e ser revelará.

Certa vez, um conhecido perguntou-me por que eu gastava tanto tempo em trabalho de cura. Quis saber, por exemplo, por que seria bom curar uma senhora muito idosa, já que em um ano ou dois ela morreria de qualquer jeito, e o que ela faria nesse meio-tempo com um pouco de saúde: Será que com saúde ela tricotaria mais meias para seu neto? 

Compreendi esse ponto de vista, mas não o compartilho. Não me interessa que avós façam meias de tricô para os netos. Apenas me interessa que a alma de cada pessoa aqui na terra seja manifestada, a alma que permanecerá pela eternidade. Não me interessa rezar para os pecadores para torná-los bons, e nem mesmo tratar doentes para que fiquem saudáveis. 

Reconheço o lugar de cada coisa na escala ascendente, mas essa não é a finalidade do nosso destino. Não é o intuito do nosso trabalho. 

Agora é chegado o tempo de não mais pensar em ser saudável ou rico, e sim o momento de pensar em ser espiritual. 

Tempo chegou de pensar no SER, de perceber que o Espírito de Deus reside em nós, a fim de que possamos reivindicar nossa herança de Filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo de todas as riquezas do Céu. 

É tempo de pensarmos assim: “Se fôssemos crucificados, poderíamos ressurgir do túmulo? 

Se fôssemos crucificados, quer na cruz ou por um calendário, poderíamos nos erguer e caminhar sobre a terra novamente em corpo físico, falar, comer, beber?”

A cada um de nós já deve ter ocorrido que deve haver algo mais na vida que ser saudável e ter fartura. 

Há algo mais para se viver do que vagarmos pelo mundo para nosso regozijo. 

Há algo mais na 
Vida, e isso é a VIDA. 


A Vida é eterna, a Vida não conhece túmulo, desconhece enfermidades, pecado, pobreza, guerra ou carência. Podemos nós alcançar essa Vida?

Qualquer um que tenha alcançado um pouquinho de visão espiritual pode ajudar na obtenção dessa Vida curando as doenças físicas, mentais, morais e financeiras de seu próximo. 

Podemos nos ajudar mutuamente a ter um senso mais amplo de abundância, podemos revelar e ensinar a verdade espiritual, ajudando com isso nossos irmãos ao longo do caminho. Mas é tudo o que podemos fazer.

Depois disso, cada um de nós, dentro de si, deverá “morrer” para o homem velho - humano para que possa nascer o homem novo. 

Cada um por si mesmo deverá reconhecer que isso pode ser feito, e que há aqueles que têm estado na Terra e nunca morreram e, se pudermos nos elevar o bastante em termos de consciência, poderemos a eles nos reunir.

Há aqueles que, agora mesmo, estão em comunhão com Jesus, o Cristo, com Moisés, Abraão, Lao-Tsé, Buda, João. E por que não? 

Podemos comungar com os irmãos que estão junto de nós. “Mas”, você dirá, “meus amigos estão vivos”. E o estão também essas grandes almas. Ninguém morre jamais após ter tido a iluminação espiritual. Um pouco só da compreensão de que a vida é mais que a matéria, de que a vida é mais do que os nossos olhos vêem, mesmo isso é iluminação bastante para evitar que alguém morra. 

É necessário um pouco da compreensão de Deus. O que não significa necessariamente que todos nós perambularemos para sempre sobre a Terra. Isso não faz parte do plano. Também não significa que nossas crianças permaneçam como tais para sempre.

O filho de Deus está dentro de cada um de nós. 

Cristo não é um homem que passou pela Terra dois mil anos atrás. Esse homem foi Jesus, mas o Cristo é o Espírito de Deus no homem. Era esse Espírito a consciência transcendental de Jesus, e é essa consciência que é o Filho de Deus em nós. Sua função é nos curar, alimentar, vestir e abrigar, ser uma proteção e segurança para nós, assim como o foi na Galiléia.

Para nos valermos dele, temos de nos livrar desse Deus de prêmio e castigo e aceitar o Deus de Amor, no qual não há escuridão nem qualidades humanas, nem sombra de mortalidade. 

Quando conhecermos Deus desse modo e não mais O temeremos, nem sua cólera e punições, e O compreendermos como um Deus de Amor e Vida eterna, saberemos que não estamos sob qualquer ameaça de doença, morte ou velhice, pois um Deus não há tais coisas.

A função do Espírito de Deus em nós, isto é, o Cristo em nós, é anular a idade, pensamentos pecaminosos e desejos, doenças, perdas, limitações e finalmente o último inimigo, a própria morte. 

Se semearmos no Espírito, moraremos na Verdade espiritual de que “eu e o Pai somos um”, inseparável e indivisível; mesmo que façamos nossa cama no inferno e temporariamente caminhemos pelo vale das sombras da morte, eu e meu Pai somos ainda assim inseparáveis e indivisíveis. Somos um, e tudo que o Pai tem é nosso, não por tê-lo ganho ou merecido, mas pela Graça de Deus.

O que Deus faz, o faz sem qualquer razão para fazê-lo. Será o amor de Deus menor que o amor de uma mãe? O que uma mãe faz pela sua criança, o faz sem qualquer razão: e ela nada cobra, em troca, da criança. A mãe sobe que se desdobra pela criança por causa do amor que a move. A mãe nunca pune sua criança – corrige, disciplina, isto sim, mas uma mãe normal não pune. A mãe humana ama menos uma criança que errou do que outra boazinha? Pelo contrário, às vezes até um pouco mais. 

E terá uma mãe mais amor que Deus? E será Deus menos que uma mãe humana? Deus não é super-humano, não é uma pessoa com emoções humanas. Deus não tem piedade e nem condena. 

Deus É, e está disponível para todos aqueles que podem reconhecer que Deus É.

Todas as nossas orações absurdas suplicando que Deus seja diferente do que é cessarão no momento em que descobrimos que Ele não é influenciado pelo homem e nem recebe suas ordens. 

Deus não aceita nossa ideia de justiça, de amor e piedade, mas nos concede Sua ideia de amor, de justiça e mercê se escutarmos a “pequena Voz silenciosa”.

Honremos a Deus pela compreensão da Sua onipotência, Sua onipresença, Sua onisciência. 

Deus é a infinita Inteligência e o infinito Amor que mantêm a Lei universal.


Em vez de verbalizarmos orações a Deus, fiquemos recolhidos no Silêncio dentro de nós mesmos, para podermos ouvir a “pequena Voz silenciosa”.









sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A LEI DA SEMEADURA É LEI DA MENTE HUMANA: NÃO É DEUS- 2










A parte que a Bíblia fala acerca de Deus - relacionado à ira e a vingança, não é Deus; é a lei, é o Deus-lei, a lei cármica, a lei de causa e efeito, a lei da mente : “O que semeares, colherás.”

Isto não é Deus: o que “tu” semeares, “tu” colherás.Não se faz menção a Deus. Apenas nos avisa que, quando fizermos o certo ou errado ao semear, teremos o certo ou errado ao colher, mas certamente está claro que Deus nada tem a ver com a semeadura ou com a colheita. E, pois, nada disso guarda referência com Deus. Refere-se, sim, à lei cármica, à lei de causa e efeito encontrada ao longo da Bíblia. 


Mas, como acreditou-se que isso fosse Deus, essa ideia foi perpetuada pelas pessoas que ousaram ler a Bíblia com objetividade. 


Tentemos agora ver o que seja realmente Deus, se é que o podemos, já que desse ponto depende toda a nossa experiência.



É justo e correto ser um bom hebreu, isto é, obedecer aos Dez Mandamentos. 



É justo e correto ser um homem de negócios honesto ao invés de desonesto, e um ser humano saudável ao invés de doente.



Tudo isso porém não tem relação alguma com o caminho espiritual nem com nosso destino final, que é retornar à casa do Pai, para a Teo-consciência, ou seja para a Consciência Divina que somos. Para alcançarmos nosso intuito final, devemos compreender a natureza divina; e assim certamente surgirá uma pergunta em nossa mente: que é Deus?


Antes de mais nada, temos de saber que nossas orações e meditações não influenciam Deus para que faça ou não o bem para nós – e que nós não podemos trazer a Glória de Deus para nós mesmos e nem para qualquer outro. 


Tudo o que podemos fazer é reconhecer que Deus, que está em nós, é poderoso, e não por nossa causa, mas exatamente porque nos foi dada a Graça de reconhecer que É aquele que sempre É. 


Eis por que Jesus disse aos discípulos para não se glorificarem por terem subjugado os demônios, mas por terem os seus nomes escritos nos Céus. 


Eis por que ninguém deve ousar se glorificar por causa de uma cura – nenhum ser humano jamais efetuou uma cura -, ela é trazida por um estado divino do ser espiritual que atua, e só pode atuar, por meio e como a consciência de alguém que conheça a natureza de Deus,e possa assim trazer a cura para a esfera da manifestação visível. Esse é o nosso papel nesse glorioso trabalho espiritual. Apenas esse é nosso papel – conhecer Deus e conhecê-lo corretamente, como Vida Eterna.


Quando conhecermos a natureza de Deus como Amor e Vida Eterna, nunca mais nos ocuparemos com a morte, a velhice ou a doença, como se houvesse uma realidade que pudéssemos mudar, trazendo Deus para ela.


Compreendamos que não há nada a fazer quanto a Deus: há o que fazer quanto ao “o que semeares colherás”. 

Se acreditamos numa lei de pecado, de matéria, de doença ou numa lei punitiva, será essa a marca que iremos imprimir à nossa vida e à vida dos que esperam de nós uma orientação espiritual.


Quando compreendemos que a natureza de Deus é amor, compreendemos também a palavra Graça. Compreendemos que o nosso bem nos vem pela Graça, e não por sermos merecedores ou dignos dela. Qual ser humano pode ser bom o bastante para merecer Deus?


Em relação a isso, quanto mais qualidades humanas tivermos, mais teremos o que varrer de nós antes de podermos perceber Deus. 

Não podemos chegar ao ponto de merecer Deus: só podemos galgar o ponto em que a parte de nós que quer ser meritória, ou parece não sê-lo, seja removida do caminho e o nosso verdadeiro Eu seja revelado.

Nosso bem – físico, mental, moral ou financeiro – é nosso pela Graça divina, como um presente de Deus.Não podemos ganhá-lo ou merecê-lo; não podemos influenciar Deus para que nô-lo dê, e nenhum ato, fato ou pensamento nosso é poderoso o bastante para impedir Deus de agir e de continuar operando.

Ainda que acreditemos que nossos pecados sejam escarlates, no momento exato em que percebemos nossa verdadeira identidade tornamo-nos brancos como a neve.

De fato, enquanto aceitarmos o Carma, isto é, enquanto aceitarmos a nós mesmos como apenas seres humanos,teremos a lei de Carma agindo em nossa vida, mas a lei pára de atuar tão logo assim meditemos: “Eu estou saindo, me separo, e agora vou viver sob a Graça”. E, no momento em que realmente estivermos vivendo sob a Graça, cairá em desuso a palavra “eu”.


Paramos de nos vangloriar de que o “eu” é bom e meritório, e paramos de nos condenar por ser o “eu” mau e indigno. Esquecemos mesmo o passado e reconhecemos que não vivíamos, uma hora atrás, e que não podemos viver daqui a uma hora. 

O único momento em que podemos viver é AGORA, e agora estamos vivendo na Graça. 

Agora não há pecado, doença, morte ou iniquidade –nada age em nossa consciência a não ser o Amor, o Amor de Deus, não o seu ou o meu amor, não um amor humano, mas o amor divino que é pura luz e nele não há trevas alguma.














  

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A LEI DA SEMEADURA É LEI DA MENTE HUMANA - NÃO É DEUS- 1










Todos os sofrimentos que o mundo vivencia vêm da ideia de separação de Deus, por não aceitar um Deus que está “tão perto quanto o fôlego, mais próximo que as mãos e os pés”, um Deus que deseja que frutifiquemos com abundância.


No tempo do paganismo, afora talvez um sentido de gratidão, as pessoas adoravam tudo aquilo que parecesse poder aniquilá-las, e começaram a atribuir a tais coisas o poder da Divindade. 

À medida que a consciência humana evoluiu, apareceu a ideia de um Deus único, mas, aparentemente, o homem não estava preparado para perceber Deus como realmente é, e assim encontramos um tipo estranho de Deus na Escritura hebraica. 

Assim como sabemos que o sol, a lua e as estrelas não são Deus, sabemos hoje que Jeová, o Deus da ira e da vingança, não é Deus. 

O Deus do Velho Testamento - que se refere a ira e à vingança - não é Deus: é a lei de Carma ou da mente humana/pensamento humanos. É a lei que diz que “o que você semear, colherá”. E a lei que diz que, se fizermos o bem, o bem virá até nós; por outro lado, se fizermos o mal, este recairá sobre nós. “Como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. 

Essa definição não corresponde ao que é Deus: é a lei cármica que foi reconhecida como Deus. 

A lei nunca foi Deus, como João nos esclareceu ao revelar que “a lei foi-nos dada por Moisés, mas a Graça e a Verdade nos vêm de Jesus Cristo”. Ai está a grande diferença entre a Graça e Verdade de Jesus Cristo e a lei de Moisés. 

Há um mundo de diferenças entre lei cármica - e Deus, e, embora seja necessário que todos conheçam e compreendam a lei cármica/mental, é também necessidade vital que ultrapassemos essa velha lei, rumo ao Reino da Graça. 

Nunca conseguiremos esse objetivo violando a lei do Carma - da mente humana, mas compreendendo seu lugar e significado em nossa vida.

Os dez mandamentos com que estamos familiarizados são parte dessa lei. 

Por exemplo, vejamos a ordem “honrar o pai e a mãe”. Alguém chamaria e essa ordem de ensinamento espiritual? Qualquer um que tenha sido tocado pelo Espírito de Deus, mesmo no mais leve grau, seria incapaz de fazer outra coisa senão honrar o pai e a mãe, e amar seu próximo como a si mesmo. 

Teria existido alguém que tivesse pretensão, mesmo em sonho, de dizer a Jesus Cristo, ou a João de Patmos, ou Buda ou Lao-Tsé para honrar o pai e a mãe e amar os inimigos como a si próprio? Poderá alguém que tenha sido tocado pelo Espírito de Deus ter manifestado intolerância, parcialidade ou preconceito contra raças ou religiões? 

Essas leis são para os que se reconhecem como seres humanos que ainda não tem a Percepção Espiritual de sua Real identidade, que ainda precisam ser lembrados de que não podem cobiçar a propriedade do vizinho, sua mulher, sua terra. 

Houve, de fato, nos primórdios da humanidade, a necessidade da lei, quando era necessário que nos dissessem como agir uns com os outros; se porém continuarmos nesse reconhecimento de sermos carnais, nosso caminhar rumo à liberdade espiritual será muito lento.

Todos os que estão na terra um dia estarão no Céu; todo o mundo poderá um dia se elevar acima da doença e do pecado mortal, e aceitar a herança de sua filiação divina; mas ninguém poderá fazê-lo vivendo sob a lei, e nem aprendendo a seu um bom ser humano.


Essa tarefa não poderá ser levada a cabo apenas por alguma forma humana de adoração, nem pelo fato de alguém se tornar honesto e ético. Essas são apenas as primeiras etapas.

Deixando nossos desejos carnais, mortais, egoísticos, apenas provamos que estamos progredindo rumo a um estágio mais alto de humanidade. 

Por fim, virá o dia em que de fato atingiremos a realização do Espírito de Deus que habita em nós, quando estaremos face a face com Ele, quando Ele tocará nosso ombro, nossa cabeça ou nosso coração; quando, de um modo ou de outro, Ele anunciará a sua Presença. 

Até alcançarmos a Percepção Espiritual de nossa identidade Real, não seremos mais que bons homens ou mulheres; até lá, não estaremos muito isentos da lei do prêmio e do castigo e, desse momento até o fim de nossos dias na Terra e pela eternidade afora, estaremos sob a Graça. 

Então já podemos ter os primeiros vislumbres dessa grande verdade, que estivemos vivendo tantos dias de esforço sob a lei de Carma - da mente humana, violando-a ou obedecendo-a, acreditando que, se fôssemos bons hoje, as coisas boas do mundo fluiriam amanhã até nós, e que poderíamos trapacear amanhã, burlando a lei.

Foi-nos dito que se pecássemos Deus nos puniria, mas essa é a versão de Deus do Velho Testamento; nenhum desses ensinamentos, que tenha sido consignado por Jesus Cristo, aparece no Novo Testamento. 

Ao contrário, ficou claro que Deus alegra-se mais com um pecador que alcança a percepção do Pai do que com noventa e nove que passem pela Terra como justos. Não seria pois o caso de imaginar que todos os noventa e nove justos não agradam tanto a Deus quanto um só pecador que “acorde”?

O Deus de muitas pessoas na terra é aquele que pune o mal e recompensa o bem. Essa representação não é de Deus, nem tentar influenciá-lo ou fazer sacrifícios a Ele. Deus é o mesmo, para o santo e para o pecador. Deus é bom; é amor; Deus é eterno, imortal, espiritual, princípio criativo do Universo, princípio que mantém e sustenta a criação. 

E poderá alguém acreditar que Deus seja assim hoje, e amanhã, por termos cometido um erro, seja diferente?

Não é de estranhar que o mundo hebraico tenha reagido com violência ao ouvir de Jesus, o Cristo, que os sacrifícios animais e monetários não agradavam a Deus. Naqueles tempos, as pessoas acreditavam que Deus deveria ser agradado, aplacado, abrandado; acreditavam que de algum modo Deus seria influenciado pela conduta humana. E o mesmo ocorre ainda hoje, quando algum devoto adorador acende uma vela para Deus, paga o dízimo pensando em subornar Deus, ou observa jejuns e dias santos com a ideia subconsciente de que tal conduta possa influenciar favoravelmente Deus em seu próprio benefício.

Deus nunca premia a virtude – e nem pune o pecado. Na verdade o pecado é punido pelo próprio pecado. Noutras palavras, se alguém fizer uma ligação elétrica errada, será queimado, mas não poderá censurar a eletricidade por isso. A eletricidade não quis puni-lo: ele trouxe para si a própria punição, agindo erradamente. A pessoa que entrar na água ficará assustada, se debaterá e quase se afogará, sem poder repreender a água, mas sim a própria ignorância de como se portar dentro d’água.

Ninguém pode violar a lei e não ser punido pela violação, mas ninguém poderá censurar Deus pela conseqüente punição. A culpa disso não está em Deus, mas na conduta individual e na não-compreensão individual da natureza da lei.

Uma vez que tenhamos compreendido que há uma lei cármica, e que quando acreditamos que somos seres humanos estamos a ela sujeitos, nossa primeira tarefa será nos colocarmos em harmonia com a mencionada lei.

Noutras palavras, se há uma punição para o roubo devemos em primeiro lugar aprender a parar de roubar. 

Se há punição para a mentira, devemos nos treinar a não mentir, mesmo que, no momento, pareça haver alguma vantagem no deslize da falsidade. 

De fato, podemos mentir e enganar em nosso negócios, e talvez ganhar algum proveito provisório; mas, se compreendermos que toda mentira, engano ou trapaça nos fará por fim naufragar, mais que provavelmente começaremos a nos treinar a não indulgir em relação a métodos inescrupulosos de agir na vida, quer pessoal, quer social e comercial.

O primeiro esforço, pois, quando entendemos que há uma lei cármica- lei da mente, é nos livrar dos males que trariam más conseqüências para nós.

É indubitavelmente melhor viver nesse estado de consciência que num estado inferior, mas devemos atentar para o fato de que tal estágio de vida é o estágio hebraico vivido sob a imposição “tu não podes de Moisés: tu não podes fazer isso, e assim não trarás o castigo sobre ti. Tu não podes cobiçar a casa do teu vizinho, e assim não atrairás problemas para ti. 
Tu não podes roubar, tu não podes cometer homicídio: deves honrar teu pai e tua mãe, o que significa que não deves esquecê-los, ignorá-los ou maltratá-los.

Não se discute o fato de que, quando obedecemos aos Dez Mandamentos, nos colocamos em harmonia com a lei cármica, ou seja, com a lei mental e nos beneficiamos com isso. 

Não podemos porém esquecer que estamos ainda sob a lei, e que uma próxima violação pode trazer problemas; pelo tempo que vivermos apenas sob os Dez Mandamentos, estaremos todavia vivendo humanamente e sob as leis humanas.

Essa é a maior parte de Deus que a Bíblia revela, mas não é Deus; essa é a lei, é o Deus-Senhor, é o Deus-lei, a lei cármica, a lei de causa e efeito. “O que semeares, colherás.”
















quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

DA ESCURIDÃO PARA A LUZ






“Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos; um do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, essa Agar é Sinai, um monte da Arábia que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós” (Gálatas 4:22,23,24,25,26)


Se acreditamos que somos humanos, somos filhos da escrava, da mente humana - pensamento humano, subjugados pela carne e suas imposições, presos às coisas, aos pensamentos e às atividades da carne, quer se trate da carne do corpo, quer seja a carne chamada dinheiro ou outras formas do humano viver.

Vivendo na e pela carne, como descendentes da escrava, estamos sob as leis da matéria, as leis da economia, da raça, da religião e da nacionalidade – sob o contrato “que foi gerado pela escravidão”. 

A PERCEPÇÃO ESPIRITUAL acontece pela atividade consciente dentro do nosso próprio ser e no momento em que estivermos prontos para a transição, já que a transição de humanidade para a filiação espiritual se dá exclusivamente para Graça.

Quando alguém diz que gostaria de ser um filho de Deus e de ser livre das mazelas da carne, geralmente não quer dizer exatamente isso. Quer dizer que gostaria de ser livre das mazelas da carne, mas sem abrir mão de seus proveitos e prazeres. É por essa razão que, como seres humanos, não podemos escolher ser filhos de Deus.

Mas virá um dia, na consciência da cada um de nós – quando pela Graça interior seremos capazes e desejosos não só de nos livrar dos desgostos da carne, mas também de seus proveitos e prazeres; desejaremos nos familiarizar com nossa identidade espiritual, ou seidade, com essa nova criatura, outra que não a antiga, saudável e honrada, uma criatura nova nascida do Espírito. Essa é a experiência da transição- o RENASCIMENTO ESPIRITUAL.

Ser nascido pelo Espírito significa renascer por uma transformação da consciência, e esse renascimento pode ocorrer AGORA.

No reino de Deus não existe o tempo. Ali é sempre o agora, e o agora sempre se nos apresenta com novas oportunidades. Esse momento é agora. 


Esse momento, esse agora, nos dá a oportunidade de abdicar de nossa humanidade para aceitar a divindade do nosso ser. Se porém isso estiver além de nossa capacidade imediata de fazê-lo neste momento, mais tarde descobriremos que também é agora, e nesse novo agora estaremos de novo diante da oportunidade de aceitar ou não a divindade do nosso ser.


Se não estivermos preparados para um tal recebimento, haverá o amanhã, o ano que vem ou o seguinte; e, a cada vez que se apresentar a oportunidade de descobrir nossa filiação divina, será o agora. Daqui a cem anos, será agora para nós, porque o tempo não existe.

Agora é sempre o momento de aceitar nossa divindade,embora para alguns possa ter ocorrido anos atrás e para outros possa acontecer daqui a anos. Quer ocorra neste exato momento, quer a qualquer outra hora, quando acontecer será agora.

Cada um de nós terá de o defrontar, a qualquer momento de qualquer dia da eternidade, e aqueles de nós que, por uma razão ou outra, forem incapazes de aceitar o “convite” de nossa liberdade nesse momento particular – liberdade com que estaremos revestidos quando da aceitação do Cristo – tranquilamente terão uma nova oportunidade ao longo do tempo. 

O que significa aceitar a revelação espiritual em nossa experiência? Sem a compreensão do que seja a revelação espiritual não podemos estar preparados para aceitá-la.

Apesar de a maioria das pessoas afirmar acreditar em Deus, na verdade muitas delas não acreditam. De fato, podem acreditar que há um Deus, ou ter uma crença acerca de Deus, mas não têm fé, nem percepção e nem convicção; isso porque a natureza do escravo - de acreditar que é carnal é estar ligado aos efeitos – ao amor, à adoração, e ao temor de qualquer coisa que tenha forma, que tenha efeitos visíveis. Podem ser fisicamente saudáveis, de coração, fígado ou pulmões; podem ter montanhas de dinheiro, investimentos ou imóveis, porém o amor, a devoção ou o medo de muitos seres humanos está sempre voltado para algo ou para alguém do reino do visual. O filho da escrava - da mente carnal - da mente que vê tudo como material está ligado a algum pensamento, coisa ou pessoa, e é o que constitui a humanidade em sua quase totalidade.

O novo “contrato”, da nova criatura, ou seja, o renascimento espiritual, começa a valer quando descobrimos que “eu e o Pai somos um” e “tudo o que o Pai tem é meu. Eu olho para uma única direção, a do Infinito Invisível. Então, o que vem de dentro eu reparto gloriosamente, com liberdade e júbilo.

A transição para a filiação divina implica mudar a fé no que é visível para a fé no Invisível, no que jamais poderá ser visto, ouvido, saboreado, tocado, cheirado, ou mesmo pensado e argumentado. Tem de ser uma fé em si mesma, que não pede razões. Deve haver uma convicção avassaladora, condizente com essa fé, mesmo antes de ser saber o que é – ou seja, um instinto profundo, uma intuição, uma graça interior.


“Não haverá sinais a seguir”: os sinais seguem aquele que crê. 


Quando a fé se instala, os sinais vêm. Se nos dedicarmos a qualquer sinal, qualquer coisa ou pensamento em que podemos nos apegar, então tal coisa ou pensamento será algo sobre o qual repousa nossa fé, em vez de estar no Invisível, que é Deus. 


É possível pensar e repensar na verdade – e até certo ponto isso é natural e certo -, porém virá o momento em que o pensamento pára, se faz um branco, quase um vazio, e então nesse vazio jorra a própria Presença e Força de Deus.

Podemos atingir essa Presença apenas estando despidos, num momento de completo silêncio, quando todo processo de pensamento estiver parado, quando nada tivermos para nos apoiar, nada em que fixarmos nossa felicidade, e tivermos nos tornando estéreis e vazios.

Esse é o momento em que perceberemos que, mesmo sem poder conhecê-lo, senti-lo, aí está uma Presença Invisível, um Algo inatingível que todavia é atuante, e que de dentro da própria invisibilidade manifestará tudo o que for necessário ao nosso desenvolvimento.

Se acharmos que somos alguma coisa, erraremos gravemente. Apenas quando atingirmos a renúncia a nós mesmo é que a divina Seidade de nosso próprio Ser revelar-se-á. E o caminho é o Silêncio. 


O silêncio não é ausência de som, mas uma PERCEPÇÃO que nos torna capazes de refrear qualquer reação da mente - do pensamento- ao que é visto ou ouvido. 


Por exemplo, podemos ver e reconhecer uma sombra na parede, uma figura assustadora, e não ter uma reação de medo, sabendo que é uma sombra. 


Quando tivermos a percepção de uma força, de uma lei, uma substância, uma causa – a unidade -, não mais responderemos com medo, dúvida ou horror a qualquer coisa vista ou ouvida pelos sentidos humanos.