Uma mensagem de Natal deve ser uma mensagem de paz, em que nossos pensamentos se voltam do conceito de paz que o mundo busca, para a realização da verdadeira paz, “a Minha paz”, que vem assim que os homens se encontram prontos a recebê-la.
O mundo busca uma paz que jamais pode ser encontrada, enquanto o senso de paz estiver baseado na cessação de guerra.
Esta paz, ainda quando esteja realizada, é temporária, pois está baseada somente em conferências e relacionamentos entre homens e nações.
A verdadeira paz é consumada, exclusivamente, quando nos despimos da armadura da carne, no momento em que deixamos de erguer a espada em defesa dos temores e ódios do mundo e cessamos de guerrear com as condições terrenas.
A paz duradoura reina somente quando os relacionamentos entre os homens estão alicerçados na conexão de cada um com Deus.
A paz é realizada quando nos encontramos unidos com nossos companheiros através da experiência da vivência de Deus.
A paz é alcançada quando contemplamos antes o Filho de Deus governando nossa vida e, em seguida, também a de nosso irmão.
O mundo está procurando a paz “lá fora”, mas ela deve ser encontrada dentro do nosso próprio ser individual, na medida em que hospedamos o Príncipe da Paz.
Portanto, deixemos de procurar a paz que “o mundo está buscando” e empenhemo-nos em encontrar _“A paz de Deus que ultrapassa todo entendimento humano”_. _“A Minha Paz vos deixo, a Minha Paz vos dou: não como o mundo vos dá. Que não se turvem vossos corações e nem se receiem”_.
Deus não ungiu especificamente um homem ou um povo: Deus tem ungido o Seu Bem-amado, o Cristo.
O Cristo é uma entidade espiritual, um impulso espiritual – Um espírito que está no homem. É Ele que, em nós, é abençoado, ungido e sustentado pelo Pai.
Ocasionalmente, este divino Impulso Espiritual, o Cristo, se manifesta de uma forma mais pronunciada num indivíduo aqui, noutro acolá; porém, Ele existe na consciência de cada um, na face do globo terrestre. Chega um período específico na vida de cada indivíduo, em que ele recebe a anunciação espiritual e então o Cristo é concebido, nutrido e desenvolvido.
Num dia de Natal, o Cristo nasce; em outras palavras, a presença do Cristo é realizada dentro do nosso ser.
O nascimento de Cristo não ocorre cronologicamente no dia 25 de dezembro nem em lugares de terras santas, mas ocorre, sim, na consciência elevada do indivíduo.
Este estado de consciência elevado é a Cidade Santa – a cidade cuja busca foi esquecida, o lugar de nascimento e o lugar onde habita o Cristo.
Onde quer que o Espírito de Deus apareça na consciência humana, todas as bênçãos e profecias em relação aos ricos frutos do Cristo se evidenciam.
Na luz do Cristo, o cenário humano se revela como algo fantástico. É somente depois da realização do Cristo em consciência, que o sentido profundo da verdadeira humildade é compreendido. Antes desse acontecimento, sempre haverá um sentido pessoal do ego; mas, com o nascimento do Cristo, todo sentido de exibição pessoal, todo desejo de algo ou de alguém, e toda a espécie de ambição humana são perdidos. A partir desse ponto de transição em consciência, onde havia necessidades, desejos pessoais ou uma vida incompleta, passa-se a não mais ter uma vida própria para ser plenificada com seus apegos e suas necessidades de êxitos e sucessos.
Neste estado de consciência não existe nem mais um senso de necessidade de Deus, porque há a realização de se contemplar Deus agindo através de si.
Esta atividade nunca é para benefício pessoal, mas se torna uma bênção para aqueles que ainda não experienciaram a concepção e o nascimento de Cristo dentro do seu próprio ser e, portanto, não realizaram a natureza universal de Cristo.
*- Joel Goldsmith*
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