Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça (João, 7:24).
O Mestre ensinou seus discípulos a evitar o julgamento de pessoas e coisas quando disse: “Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus” (Marcos, 10:18).
Se você não deve chamar Jesus de bom, então não chame de boa nenhuma pessoa ou coisa. Não chame a saúde de boa, nem a riqueza, nem a felicidade. Chame apenas Deus de bom. Nunca chame de bom qualquer efeito, porque o bom está na causa.
É também falso olhar para alguma coisa e chamá-la má. Ela não é boa nem má. Não tem poder positivo nem poder negativo, porque todo poder está em Deus.
No momento em que você puder tirar poder positivo e poder negativo de um efeito, você obedeceu ao ensinamento de Jesus em dois pontos. Você não está chamando de boa uma pessoa, mas está chamando bom a Deus. E não está temendo o mal de Pilatos, porque está reconhecendo Deus como o único poder.
Assim, você afastou o bem e o mal do efeito e agora tem todo poder em Deus.
Não há meios de se fazer um julgamento justo pelas aparências.
Não olhe para o que parece ser uma boa condição, julgando-a boa porque não é. Sua única bondade está em Deus.
Não olhe para qualquer mal, chamando-o de mal, porque isso é julgar apenas pelas aparências.
Você não tem conhecimento do que jaz atrás das aparências, de modo que é uma questão de exercitar-se a si mesmo, ser capaz de olhar para as aparências humanas tanto do bem como do mal e dizer: “Nem eu o julgo. Nem declaro que você é bom ou mau. Direi que você deve ser espiritual, porque Deus criou tudo que existe e Deus é Espírito”.
Este último ponto é muito importante, porque a cura do Caminho Infinito é praticada nessa base.
Se quisermos julgar com justiça, eis a verdade: Deus é a vida e a vida é eterna.
Eis a verdade. Mas se hoje eu fosse dizer a você que está bem ou mal de saúde, que tem integridade ou não, eu estaria julgando pelas aparências. Eu não conheço a realidade sobre você; conheço apenas a aparência que você está apresentando.
Recusando o julgamento, nem condenando nem o julgando, percebo que nada conheço sobre você, exceto que você é Deus que aparece como um ser individual.
Eu não sei se você é bom ou mau, se está doente ou com saúde, mas que você é Deus aparecendo, e nisso insisto. Tudo que Deus é, você é. Tudo que Deus possui, você possui. Deus constitui seu ser. Eu não posso ver isso com meus olhos. Com meus olhos, posso apenas julgar pelas aparências.
Fazer um julgamento justo dá a você domínio sobre seus conceitos.
O julgamento justo é a compreensão de que Deus é a realidade do ser individual.
Sabendo disso, você não se tornou um indivíduo. Você mudou seu conceito do indivíduo; você se absteve de julgamento.
Agora você sabe quem é o indivíduo: Cristo, o filho de Deus. Isso é ter domínio sobre seu conceito.
No momento em que qualifico e digo que você é bom, mau, rico, pobre, saudável, doente, jovem ou velho, estou no reino do julgamento, dos conceitos e das aparências e assim não farei progressos.
Deus deu autoridade ao homem no primeiro capítulo do Gênese. Ele foi feito à sua imagem e semelhança. Nunca foi dada autoridade a um ser humano, mas o homem feito à imagem e semelhança de Deus é o homem que você é, quando deixa de aceitar as aparências.
Você é a imagem e semelhança de Deus apenas quando deixa de ter conceitos, quando deixa de ter opiniões ou crenças sobre este universo, em lugar de ouvir a comunicação espiritual.
Então, sua mente fica inteiramente livre de quaisquer opiniões ou julgamentos e você é o filho de Deus. Tudo o que o Pai tem flui através de você.
Quanto mais você estiver vendo uma pessoa ou uma condição, como tendo poder, e estiver julgando o bem e o mal, mais mergulhado estará no sonho.
No momento em que puder afastar seu julgamento e perceber: “você não é bom nem mau; você não está morto nem vivo; você não é rico nem pobre: você é Espírito”, você estará despertando, saindo do sonho, para a consciência mística da identidade.
Quando essa compreensão chega, o sonho já não mais existe. Isso é algo que deve ser feito individualmente e também coletivamente.
Joel S. Goldsmith
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