domingo, 17 de abril de 2016

A ILUSÃO COMO NADA - JOEL GOLDSMITH







Tivemos, sobre a face da terra, pessoas espiritualmente iluminadas que perceberam que a morte não existe; e algumas, inclusive que não há nascimento. 


Há aquelas que discerniram a inexistência da doença sobre a terra, e que não há realidade alguma em quaisquer destas aparências negativas. 

No início, Buda fundamentou toda a sua revelação não sobre aquilo que Deus é, mas sobre aquilo que o erro não é. 

A revelação que lhe veio, enquanto meditava, foi que a totalidade destas aparências era ilusão, e não realidade; que elas não estavam se dando no tempo ou espaço, mas ocorrendo somente num conceito mortal universal.

Jesus teve a mesma percepção, pois, olhando para Pilatos, disse: “Não terias poder algum”, embora todas as aparências testificassem o fato de ser ele o legislador e, portanto, alguém dotado de todo poder na região. 

Jesus foi capaz de olhar toda doença e dizer: “Qual é o teu impedimento? Levanta-te, toma teu leito e anda”. E foi capaz de olhar para o pecador e dizer: “Nem eu te condeno”. 

Eu não penso que Jesus tivesse condenado o pecado. Ele reconhecia que o pecado, como pecado, não existia.

Muito pouco deste princípio veio à luz nos anos seguintes, embora alguns místicos maravilhosos tivessem estado na terra, atingindo a consciente realização de Deus, a unicidade consciente com Deus, a união consciente com Deus. Porém, em suas revelações, não perceberam que acusar a Deus por causa daqueles erros era tornar Deus responsável por eles, era fazer deles realidade. 

Assim, tivemos muito pouco sobre o assunto, até surgir a obra Ciência e Saúde original. Nela, tornou-se claro outra vez, e pela primeira vez em séculos, que Deus é o único Poder e que estas aparências de discórdia não têm realidade.

A Sra. Eddy reuniu todas as discórdias que, juntas, recebeu o nome de “mente mortal”; depois, explicou que “mente mortal” não era alguma coisa, mas tão somente um termo para designar o “nada”. Alguns de seus primeiros alunos, e eu pude conhecer dois deles em Boston, foram maravilhosos sanadores, sem mesmo possuir profundo conhecimento de religião ou da Ciência Cristã. Foram, porém, sanadores grandiosos pelo fato de terem captado este ponto único: fossem quais fossem os problemas a eles trazidos, apenas sorriam e reconheciam: “Mente mortal”, significando, para eles, o “nada”. Conseguiam se esquivar daquilo sem reagir, sem temer, sem se proteger, apenas devido à percepção de que tudo que se lhes apresentasse como pessoa ou condição malignas poderia ser englobado naquela terminologia: ”mente mortal”. 

E a expressão “mente mortal” era apenas um nome, não uma condição, uma pessoa, ou uma coisa, mas meramente um nome, utilizado para designar o “nada”.

Assim como este ensinamento ficou perdido, após a geração de Buda, também se perdeu provavelmente pela metade, na Ciência Cristã. 

Alguns ainda há, que captaram este ponto; porém, não muitos. Nos dias de Buda, o erro foi este, que aqueles não próximos ao mestre original tomaram a palavra ilusão e a externaram. 

Diziam que pecado, doença e morte eram ilusão; porém, que deveriam “se livrar da ilusão”. 

No sentido original, revelava-se que tudo era : uma imagem mental do nada. Tudo era uma ilusão no pensamento, uma imagem mental, sem substância, sem realidade. Não passava de uma crença infundada sobre algo; um simples boato. 

Porém, os hindus passaram a chamar este mundo de maya, de ilusão, e o descartaram; ora tentando escapar dele pela morte, ora ignorando-o. Bem, a Índia não é um bom exemplo de uma fé verdadeira, de uma fé em continuidade. Contudo, os Cientistas Cristãos, muitos deles, cometeram o mesmo erro. Deixaram o hábito de dizer, “estou com resfriado, estou com gripe”, para dizer, “Eu tenho uma ilusão; você ajuda-me a ficar livre dela?” Ou, ainda, “Você me protegerá ou me fará um trabalho de proteção da ilusão?” 

Ora, um praticista poderia estar tão ocupado em Boston, às quartas e domingos, que ele não teria nada a fazer, senão sentar-se dia e noite e fazer trabalho de proteção do inimigo.

Tudo isso retorna à natureza inata, humana, que realmente acredita em dois poderes, o poder do bem e o poder do mal, chamado o poder de Deus e o poder de Satanás, ou, em filosofia, bem e mal, ou, na metafísica, imortal e mortal: sempre um par de opostos, em vez de se encarar um deles como “tudo”, e o outro como” nada”, uma ilusão, maya, um falso conceito de algo, uma ignorância de algo.





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