terça-feira, 29 de abril de 2025

*“Vá e Não Peques Mais”*





O mesmerismo pode ser quebrado, mas isso não significa que a pessoa deshipnotizada não possa em breve, voltar a entrar nele. Se ela não se conformar com a visão elevada, nada vai impedi-la de escorregar de volta ao mesmo pecado, à mesma doença ou uma diferente. 

Jesus disse: "Nem eu te condeno: Vá, e não peques mais". Em outras palavras: "Liberto-te e dou-te a tua liberdade através da minha compreensão da tua natureza espiritual, mas não voltes atrás e te entregues de novo à mortalidade". 

Se uma pessoa que é curada não muda o seu modo de vida, isto é, se voltar atrás e "pecar" de novo, pode descobrir que uma coisa pior virá sobre ela. (3. João 8:11.)

O mundo interpreta mal o significado da palavra "pecado". Significa não apenas ficar bêbado, cometer adultério ou roubar: o pecado é muito mais do que isso. O pecado é realmente a aceitação de um universo material. Voltar à crença de que existem seres humanos é o pecado que lança uma pessoa de volta à doença e ao pecado novamente. 

O que o mundo pode chamar de pecado — roubo, mentira, trapaça e adultério— é da mesma natureza da doença: é apenas mais uma forma de hipnotismo.



*Joel Goldsmith*

sábado, 26 de abril de 2025

*Consciência da Verdade não reconhece Causas Mentais*





O des-hipnotismo é um estado de Consciência que vê o que realmente é: é a capacidade de ver, ouvir, provar, tocar e cheirar a Realidade; é a capacidade de ver o pecado não como pecado, e a doença não como doença, mas sim de ser capaz de separá-los da pessoa e perceber que estamos lidando com uma falsa aparência produzida pela crença em uma individualidade separada de Deus, uma crença universal tão poderosa que opera como lei em nossa consciência até detectá-la e expulsá-la, ou seja, até conhecermos a Verdade que nos torna livres.

A única forma de conseguir isso é através da Consciência Espiritual. 

Em primeiro lugar, devemos saber o seguinte: 

Não podemos curar uma doença, não há nenhuma; 

Não podemos vencer a pobreza, não há nenhuma; 

Não podemos superar a morte, não há nenhuma. 

A única coisa que podemos fazer é reconhecer que não estamos lidando com essas aparências ou sugestões como tais: estamos lidando com o hipnotismo.

Mesmo a chamada causa mental de uma doença é tão ilusória quanto a doença física. 

Se existisse uma causa mental para uma doença física, como se afirma em alguns ensinamentos, a doença não é ilusão, uma vez que tem uma causa real. 

Nós, no Caminho Infinito, acreditamos que mesmo uma causa mental é tão ilusória quanto a doença física, uma vez que tudo o que existe na cena humana é da natureza da ilusão. 

A causa mental é tão ilusória em sua natureza quanto ao efeito físico.

A verdade é que tudo o que existe, é Deus Infinito e Sua criação. Não há mais nada. 

Para compreender a Realidade, devemos compreender que só o Espírito é Real, já que o Espírito é Infinito. 

Tudo o que existe, então, deve existir do ponto de vista do Espírito e está sob a Lei Espiritual. Portanto, não estamos lidando com os efeitos físicos de causas mentais: estamos lidando apenas com Deus se manifestando e expressando Suas infinitas harmonias, e com a aparência, sugestão hipnótica ou reivindicação de uma crença universal em uma individualidade separada de Deus, de um universo à parte de Deus, e de uma individualidade e universo sujeito a leis materiais e mentais.


*- Joel Goldsmith*

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Significado Espiritual Da Páscoa





A época pascal rememora a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus, ocorridas há 2000 anos. 

De acordo com os ensinamentos cristãos, o Mestre se submeteu à crucifixão para provar a veracidade de seus ensinamentos e mostrar que, mesmo tendo destruído o corpo, Ele ressurgiria três dias depois. É ensinado que, submetendo-se à morte do corpo, Ele tomou sobre si os pecados do mundo e, dessa forma, morreu para salvar-nos. 

A páscoa é, pois, a rememoração desses eventos, oportunidade em que se lembra e louva o mais elevado dos homens – Jesus – que se submeteu voluntariamente a esse sacrifício, para que o mundo vivesse.

Nós, estudantes da Verdade, devemos juntar-nos ao mundo cristão inteiro, para entoar hinos de louvor e honrar Aquele que, pela magnitude de seu amor, subida compreensão de Deus e do homem, demonstrou, através da crucifixão, a capacidade de vencer o último inimigo – a morte – ressurgindo do túmulo e sobrepondo-se a toda crença humana. 

O estudante da Verdade compreende que na experiência da crucifixão, o Mestre demonstrou poder sobre as leis materiais da vida – as crenças mortais que dão poder de vida ao corpo, em vez de reconhecer que a Vida mesma, divina, eterna, é que governa o corpo. Portanto, a crucifixão simboliza a destruição dos pecados do mundo.

Quanto mais estudamos o Novo Testamento, a mensagem e missão de Jesus Cristo, que culminaram nos dramáticos eventos comemorados na páscoa, tanto mais se aprofunda e amplia nosso amor pelo Mestre e Sua obra. E esse amor nos suscita um grande desejo de compreender o princípio da vida, a missão, a mensagem e demonstração final de Jesus. Nenhum outro homem teve maior amor do que ele, que deu a vida por seus amigos. Qual a resposta que se levanta dentro de nós ao penetrar a profundeza do amor que essa grande alma exprimiu ao mundo, em sua demonstração no calvário e na revelação posterior, com os apóstolos?

Quando o estudante da Verdade lê, pondera e medita essa gloriosa experiência, vivida pelo Mestre por amor à humanidade, pode receber inspiração e força para dar o próximo passo, de descobrir o princípio subjacente à crucifixão, ressurreição e ascensão. Qual a lição que o Mestre desejou transmitir? Não sugeria, acaso, que nós também, a nosso modo, devêssemos experienciar esses três passos? Não nos convida ele a estudar, compreender e finalmente demonstrá-los? Não nos indica que todos devemos demonstrar o princípio da imortalidade? Senão, como nos afirmou que faríamos as obras que Ele fez e ainda maiores?

Todos nascemos para as demonstrações que o Mestre exemplificou, em benefício daqueles que ainda não as podem suportar. 

Ninguém pode chegar a ser um instrutor espiritual se não atingir, em alguma medida, a vivência dos passos de Jesus, porque eles são vividos no dia-a-dia, em pequenas demonstrações, até chegarmos às maiores expressões.

Nossa crucifixão começa pela compreensão desta Verdade cristã: “Eu, de mim mesmo, nada posso. O Pai, em mim, é quem faz as obras”. 

Exatamente nesse ponto começa a renúncia aos supostos méritos, aos apegos, à ambição desmedida, reconhecendo que o homem não vive apenas de pão (fama, poder, riquezas, sabedoria humana), senão pela Vida que se expressa por toda palavra que procede da boca de Deus. Aqui aprendemos a primeira lição de cura espiritual: que a vida não depende da ação do coração e de outros órgãos e funções do corpo, mas, sim, da consciência que temos da Verdade espiritual (Deus como Vida onipresente).

O essencial é que não precipitemos esse desabrochar. Entendamos firmemente que nossa saúde, suprimento, harmonia de relacionamento, etc., não dependem apenas de esforços humanos e estudos ou poderes físicos, como acreditávamos antes, por causa de nossos condicionamentos sociais. É a palavra de Deus, mantida em nossa consciência, que eventualmente se exprime como harmonia e outras bênçãos em nossa vida cotidiana. Assim podemos compreender o real sentido das palavras de Jesus: “Tenho um alimento que não conheceis”. Compreendendo a palavra de Deus, habitando nela e deixando que ela habite em nós, conseguimos a substância que é a Fonte interna de bens, o Sanador e Salvador interno – o alimento que o mundo não conhece.

Crucificamos os medos humanos e dúvidas quando, em vez de correr loucamente, entre ansiedades e cuidados, realizamos tarefas diárias com esta compreensão: “Graças a Ele, tenho o pão, o vinho, e a água. Tudo o que o mundo anseia e busca com muito esforço, já é meu”. Relaxemo-nos à evidência desta promessa: “Filho, tu estás comigo sempre. Tudo o que é meu é teu”. Desse modo crucificamos as preocupações e insegurança.

Ponderando as reiteradas mensagens do Mestre acerca do perdão, conseguimos perdoar “70 vezes 7” aqueles que abusam de nós e chegaremos até a orar pelos que nos perseguem e nos tratam injustamente. Com esta demonstração crucificaremos nossos ressentimentos, intolerância, ódios, medos e outros obstáculos a um saudável relacionamento.

Meditando profundamente a mensagem do Mestre e Sua missão de curar os enfermos, ressuscitar os mortos, abrir os olhos aos cegos e os ouvidos aos surdos, concluímos que o que diz: “nunca vos deixarei nem vos abandonarei, mas estarei convosco sempre, até o fim do mundo”, é o Cristo, dentro de nós, buscando desempenhar Sua missão, agora como antigamente, de curar nossas mentes e corpos, de dar-nos um sentido mais alto de vida, de purificar nossas almas, de perdoar nossos pecados, de alimentar-nos com o pão da vida e sustentar-nos com a água da vida eterna. Com esta compreensão crucificamos muitos outros óbices à nossa realização e despertar.

A culminância da crucifixão chega à sua vida e à minha , pouco-a-pouco, com a ajuda de estudo, meditação e prática da mensagem espiritual, até que, num glorioso dia, desponta em nossa consciência esta Verdade: “Não sabeis que sois filhos do Deus vivo?” 

Nesse momento, todo sentido pessoal, toda identificação humana, é crucificada e morta. O período para esta conquista é o dos simbólicos três dias, para nascermos outra vez, isto é, para sermos renascidos no Espírito. Então saímos do túmulo da personalidade humana e seus suportes materiais. Mas nos estágios iniciais deste renascimento interno, na consciência da filiação divina e sustidos pela divina substância, trazemos as marcas da crucifixão, como o Mestre o demonstrou. É a alegoria das lembranças das falhas, fracassos e dores que transcendemos, como a árvore que sobe e deixa as marcas dos galhos que soltou. São aparências externas que levamos por certo tempo ainda, se bem que tenhamos ressurgido internamente.
Agora andamos na Terra, com aparência de homens comuns, mas como filhos espirituais de Deus e ocasionalmente cometendo pequenos deslizes, pelo simbólico período de 40 dias. 

Mas somos uma evidência viva aos nossos discípulos, amigos e parentes, do fruto que amadurecemos. Eles percebem que já não dependemos dos valores humanos e nem tememos os Pilatos deste mundo, pois realizamos a graça da comunhão interna com o Pai, dizendo, em humilde confiança, por tudo que fazemos: “Eu, de mim mesmo, nada sou; o Pai, em mim, é Quem faz as obras”.

Dentro de nossa dimensão, todos podemos aprender a orar corretamente e sintonizar-nos com a Fonte divina interna, para receber a graça de levar a cura e solução de problemas aos demais. Mas isto depende muito de nossa compreensão da mensagem e missão de Jesus Cristo. Desse modo atingiremos níveis mais altos de consciência, pela crucifixão, em escalas diminutas, de nossos condicionamentos, das crenças materiais e dependência a poderes e sabedoria humanos. Ao mesmo tempo chegamos ao ponto de compreender e demonstrar o poder do Pai, em nós, pela conscientização de que não vivemos meramente do pão, mas “de toda palavra - vibração que procede da boca de Deus”.


JOEL GOLDSMITH