domingo, 7 de setembro de 2025

*Concessões Impostas por Vivermos "Neste Mundo"*





Somos constantemente confrontados com pessoas boas e pessoas más, mas não podemos aceitar nem pessoas boas nem pessoas más, nem pessoas doentes nem pessoas saudáveis: devemos aceitar somente os filhos de Deus, a identidade espiritual.

É verdade que em nossos assuntos diários e em nosso discurso fazemos concessões às aparências. Por exemplo, toda vez que alguém pede ajuda a um praticante, e ele responde com "Eu lhe darei ajuda", isso é uma concessão às aparências, mas é algo que deve ser feito. Ninguém pode ser completamente absoluto em tal situação e dizer: "Não, eu não lhe darei nenhuma ajuda porque você já é perfeito".

A resposta do paciente muito provavelmente seria: "Bem, se você não vai me ajudar, então encontrarei alguém que me ajude".

Assim, um praticante do Caminho Infinito faz concessões e diz: "Claro, Eu lhe darei ajuda imediatamente", mas dentro de si mesmo, ele não pode acreditar nisso. O Eu dele tem que estar interiormente sabendo: "Não, o Eu que é Deus é meu Eu, e o Eu que é Deus é seu Eu. Há apenas Um Poder; há apenas Uma Presença; há apenas Uma Lei; há apenas Um Ser". 

Quando o praticante tiver alcançado esta realização, o paciente provavelmente estará começando a se sentir melhor. No entanto, foi feita uma concessão ao pedido de ajuda e, em certa medida, nós o fazemos em todos os nossos assuntos.

Politicamente, vamos falar de um candidato como um bom candidato, e de outro como um mau candidato. Isto é apenas uma parte do drama humano. Interiormente, percebemos que para fins de votação estamos julgando esses candidatos de um ponto de vista pessoal em termos de nosso próprio quadro de referência. Na verdade, nós sabemos melhor: sabemos que Eu é ele. Mesmo que ele não o saiba, nós sabemos! Se não sabemos que o Eu de mim é o Eu de você, e o Eu de você e de mim é o Eu de Deus, pois somos um, nós estamos semeando para a carne.

Assim é que em conversas normais e diárias, especialmente com aqueles que não estão neste Caminho, ao falar do tempo, do clima, dos germes e de todos os outros chamados poderes materiais, não vamos discutir com ninguém e tentar mostrar o quanto somos brilhantes ou estúpidos. _"Concorde com o seu adversário"._ Não comece uma discussão com ninguém que esteja falando sobre o mau clima, as más colheitas, ou os maus momentos que estamos passando. Não é tão importante o que fazemos em termos de serviço labial: o que conta é o que estamos fazendo dentro de nós. (7. Mateus 5: 25.)


*- Joel Goldsmith*

terça-feira, 2 de setembro de 2025

*UMA COMPREENSÃO DA IMORTALIDADE, FUNDAMENTAL PARA CURAR*






O Caminho Infinito começa com um Deus Infinito, sempre presente, Onipotente. Sua premissa é que não há imperfeição em nenhuma parte de Deus ou da criação de Deus, absolutamente nenhuma! 

Deus é Ser Perfeito e, portanto, assim é a criação de Deus. Ninguém nunca nasceu e ninguém jamais morrerá; ninguém teve um começo e ninguém terá um fim.

Uma forma de compreender a continuidade da vida é através da palavra "Eu". Este Eu, que é nossa identidade, é na verdade coexistente com Deus. É a parte Eterna do nosso ser. Ele não tem conhecimento do nascimento ou da morte. É a parte do nosso ser que existe há bilhões de anos e continuará a existir sem interrupção por muito mais bilhões de anos. 

Enquanto houver Deus, haverá um "você" e um "eu" porque somos um com Deus: _"Eu e meu Pai somos um" (João 10:30.)_... e não dois. O Eu que Eu sou e o Eu que é Deus são um e o mesmo Eu, e, portanto, Eu sou Imortal.

Muitas vezes, quando pensamos na imortalidade, pensamos na vida além do túmulo, mas não paramos para perceber que se existe alguma verdade na imortalidade, também deve significar a vida antes do nascimento. 

Não podemos ser imortais se tivermos uma vida que já começou: a Imortalidade é de Eternidade a Eternidade. Deus não pode mais começar do que terminar, e se Deus e Eu somos um, o Eu de mim, nessa unicidade, nunca começou e nunca terminará.

Nossa identidade permanece intacta, espiritual e perfeita, não apenas depois do túmulo, mas era assim mesmo antes de nascermos. 

Nossa vida desde o berço até o túmulo é aquela experiência que foi comparada a um parêntese, mas quando o parêntese é removido, vivemos no círculo completo da Imortalidade. 

É verdade que, embora possamos estar conscientes de nós mesmos como vivendo apenas neste parêntese em particular - lentamente ou rapidamente passando do nascimento à morte - na verdade é possível que este parêntese seja removido e nos tornemos conscientes de nossa verdadeira identidade como um todo com o círculo da Vida e sua Imortalidade e Eternidade.

Uma vez que possamos nos perceber como Eu, separados e à parte da personalidade, separados e à parte de um corpo físico, como Eu, o Eu Incorpóreo, o Eu Espiritual, teremos o segredo da Eternidade e da Imortalidade da Vida: sem começo, sem nascimento; sem fim, sem morte.

Visto que o Eu que Deus é e o Eu que somos, são Um, podemos compreender que a Perfeição Infinita de Deus é a Perfeição Infinita do nosso ser. _"Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que Eu tenho é teu" (Lucas 15:31.)_. Isto não se refere a coisas materiais: notas de dólar, contas bancárias, propriedades, casacos de pele ou automóveis. "Tudo o que Eu tenho" significa toda a Imortalidade, Espiritualidade, Integridade, toda a Vida, toda a Perfeição, toda a Santidade de Deus. 

Tudo o que é de Deus é de você e de mim porque o Eu de você e de mim e o Eu de Deus são um e o mesmo Eu, e todas as qualidades de Deus são as qualidades do homem Espiritual, Eterno, Imortal: de você e de mim.

Esta é a premissa do trabalho de cura do Caminho Infinito, e se quisermos curar, devemos antes de tudo nos lembrar desta verdade. Devemos estar conscientes da verdade: “O Eu de você e de mim e o Eu de Deus são um, e tudo o que constitui o Eu de Deus constitui o Eu de você e de mim, pois somos para sempre um com o Pai. Tudo o que é de Deus é nosso: toda a Imortalidade, Eternidade, Perfeição Espiritual, Harmonia, Paz, Justiça, Infinidade.”

*- Joel Goldsmith*

sábado, 30 de agosto de 2025

*CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL*




“A consciência espiritual é uma percepção de que, dentro de você, está a substância de tudo o que deve aparecer em seu mundo; ao passo que a consciência material é uma crença que você adquire, realiza e alcança de fora. 

A consciência espiritual é a certeza de que tudo o que precisa flui para você de dentro do seu próprio ser.

Você chega a um nível da consciência em que fica claro que não depende de nada aqui fora, mas que, para o seu bem, deve recorrer ao Infinito Invisível. 

Em algum momento específico, dentro de si mesmo, você diz: "Sim, a partir de agora, minha dependência estará no Infinito Invisível, no reino de Deus dentro de mim. Vou buscar fora cada vez menos".

Assim, sua fé, esperança e dependência do mundo exterior mudam gradualmente para o reino interior, e o estado material da consciência cede a essa consciência espiritual que é "a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse".”


*- Joel Goldsmith*


sábado, 23 de agosto de 2025

A Gratidão-3 (Final)

 



                       – 3 –

Não há limite para a gratidão que podemos exprimir, já que sabemos que tudo vem de Deus.

Não há limite para o amor que podemos exprimir, já que o amor é Deus e d’Ele provém.

Não há limite para o suprimento que podemos experienciar e partilhar – mesmo em dinheiro – sabendo que Deus é o único Provedor.

O ponto mais importante, e que não devemos esquecer, é que Deus é seu Eu real e você possui, latente, toda a infinidade dos divinos dons e da divina capacidade. Não há limites para sua expressão. 

Você pode exprimir a infinidade que está em germe em você. Não basta teorizar esta Verdade. É preciso tomar consciência dela. 

É importante começar a conscientizar, a observar e dissolver, paciente e firmemente, as emoções negativas, as crenças equivocadas, as fantasias e demais bloqueios formados em nossa parte humana, a fim de que nos abramos e nos elevemos a este maravilhoso cosmo divino, que está sempre nos mandando mensagens de verdade e de amor e não podemos escutar. E se escutássemos, não poderíamos compreender. 

É indispensável este trabalho sobre nós mesmos, esta transmutação, que irá rompendo o véu da ilusória separatividade, até que possamos dizer como o Cristo: “Eu e o Pai somos um”.

Recordemos a promessa do Mestre: “As obras que eu faço, vós as fareis, e maiores obras ainda fareis, se me fordes fiéis”. Ele se referia à fidelidade com nosso próprio Cristo interno, em Quem reside toda a infinita possibilidade do Ser, quando Lhe fazemos a vontade.


F I M

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A Gratidão-2

 




                         – 2 –

Deus é o amor e o suprimento de todo o bem. Ele é infinito Se o homem exprime apenas um dedal ou um copo de graças, a culpa não é de Deus, mas do homem que se limita com suas crenças falsas e negatividades. 

Na medida em que você se abre ao Divino e Lhe permite maior expressão, seguramente canalizará mais de sua infinidade. Não é que as pessoas retenham o divino amor. O homem não tem poder sobre o amor. 

O amor continua, incólume, inteiro, livre e puro, ainda que o homem não o exprima. E quando o homem exprime amor, em verdade, é Deus Se exprimindo por ele ou como se fosse ele.

Deus não Se exprime de modo limitado e finito. Se ele não encontra meios suficientemente amplos para exprimir o Seu amor, valer-se-á de outros canais mais generosos. 

O erro não é de quem parece negar ou limitar o divino amor ou até odiar. 

O equívoco está em quem espera receber amor de uma pessoa determinada e fica a exigir-lhe, insatisfeita e a condená-la, julgando que ela está retendo o amor a que tem direito. Ninguém pode reter e bem dar o que não é dele. E o amor é de Deus. De uma vez por todas, ponhamos de lado a ideia de que uma pessoa possa ter amor. Não teimemos em apontar a pessoa que nos deve amor. 

Ergamo-nos a Deus, que é amor e suprimento. Ele sabe como, por quem e quando nos fazer chegar esse amor e suprimento. 

Ainda que você não esteja recebendo de quem acha ter o direito de esperar, você não pode mudar ninguém. Mas você pode mudar a demonstração. Não fique a olhar para as pessoas. Olhe para Deus e só d’Ele espere. Então o amor lhe virá de algum modo, mesmo que seja por um canal que não esperava.

Guardemos bem isto: não determinemos a direção de onde nós há de vir o amor e suprimento. Ele sempre vem de Deus. Quando compreendemos claramente isto e nos abrimos a Ele, tudo muda!


GRATIDÃO E SUPRIMENTO

Há estreita relação entre a graça e o suprimento. É frequente ouvir pessoas que, ao exprimir sua gratidão com algum bem material, comenta: “Se eu pudesse, daria mil vezes mais que isto, para pôr-me à altura de tudo que recebi”. É pena que a maioria das pessoas não entenda ainda o sentido mais profundo do amor, do suprimento e da gratidão. 

Se é verdade que Deus, muitas vezes exprime Seu amor com provisão material, isso não quer dizer que a gratidão possa ser compensada com bens materiais. Infelizmente, a maioria pensa dar e amar pelo humano e, por isso, espera recompensa pelo humano. Acham que, tendo materialmente mais, podem exprimir mais sua gratidão. Grande engano!

Todavia, como devemos compreender e aceitar os demais conforme seu grau de compreensão, não nos esqueçamos de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, isto é, sejamos gratos aos canais da provisão e do amor de Deus, alegrando-nos de que possam exprimir os divinos dons e desejando que eles os exprimam cada vez em maior abundância, por sua elevação da consciência. 

Ao mesmo tempo, nunca olvidemos que Deus é a única Fonte de suprimento e que tudo provém d’Ele. A Ele, sempre, é que devemos endereçar a ação de graças.



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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

A Gratidão-1

 




É dito nos Evangelhos: “Por suas obras os conhecereis”. Esta Verdade se aplica à gratidão, que deve manifestar-se em atos. 

Quanto mais elevado for o conceito que uma pessoa tiver de gratidão, tanto maiores serão as suas obras de reconhecimento, e mais expressivas as demonstrações que recebe nesse campo.

Dar graças é reconhecer Deus como a Fonte única, abundante, infalível, contínua, amorosa e sábia de suprimento de todo o bem. 

É impossível ser grato sem exprimir, em alguma medida, a natureza de Deus, no ato de agradecer, pois tudo vem de Deus e não de homens. 

A gratidão mesma tem significado que transcende a palavra que a representa ou os conceitos concebidos pelos homens a seu respeito. Suas profundas raízes atingem a realidade do Ser.

No sentido comum, a gratidão é o transbordamento de apreço às pessoas e circunstâncias pelas quais, aparentemente, recebemos tudo. Mas seu real significado vai muito além dos eventos e pessoas que a exprimiram. 

Uma pessoa não pode ser grata e nem ingrata. Não está no poder de ninguém, dar, limitar ou negar o bem representado por qualquer coisa. 

A gratidão nada tem a ver com o ser humano, porque ele é apenas um veículo ou canal de expressão do amor de Deus.

A GRATIDÃO E O AMOR

A gratidão é uma das fases do amor . . . e o amor é Deus. 

É impossível manifestar gratidão sem manifestar amor, porque os dois são atributos afins de Deus, inseparáveis d’Ele. 

A gratidão é semelhante ao amor. Tal como o amor, a gratidão é Deus Se expressando através do homem ou como homem. Assim como é impossível amar sem exprimir, em alguma medida, a divina natureza nossa, também é impossível ser grato, sem exprimir, dentro de nosso entendimento, a natureza de Deus, no ato de agradecer: todo o bem procede de Deus e não do homem. 

Disse Cristo Jesus ao moço rico (que se julgava virtuoso): “Por que me chamas bom? Bom é só Um – o Pai celestial”.

É tolice dizer: “Gostaria de ser mais amoroso e grato”; “Gostaria de ser mais atencioso e serviçal”, etc.

Você não pode ser os dons de Deus. Compreenda claramente que a natureza humana é apenas um aspecto do Ser total. 

Como estamos demasiadamente identificados com essa parte periférica, humana, que é uma pequena fração do Ser integral, muita gente concebe, falsamente, que possa amar, ser sábia, ser grata, realizar grandes obras, curar, etc.. Nada mais inverídico! Se assim fosse, Jesus, que exprimia o mais alto nível de iluminação que a humanidade jamais conheceu, não diria humildemente de si mesmo: “Eu, de mim mesmo (natureza humana), nada posso. O Pai (o Divino interno que nos gerou) é Quem faz as obras”.

O homem, como ser humano, não pode ser mais e nem menos. Você não acharia graça se um cano lhe dissesse que ele gerou a água e reclamasse méritos por isso? Daí que os Evangelhos ensinem: “Depois de haver feito tudo que me incumbia, direi: servo inútil sou”.

Realmente, enquanto o ser humano toma a persona como um Todo, é um alienado de Deus. E quando chega à compreender que é um canal das graças divinas, então se torna nada, para saber que o Divino é Tudo. 

Não há outro ser real, senão o Divino, em nós, a Quem devemos tudo atribuir. É preciso que o eu falso diminua e o Cristo interno cresça. 

É necessário chegar ao ponto de o eu falso ser crucificado e o Eu real ressuscitar e elevar-se à plenitude de ação e de união ao Pai. Como disse Paulo: “Quando sou fraco (sem pretensão humana) sou forte (internamente”).



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terça-feira, 5 de agosto de 2025

*A CHAVE QUE SOLUCIONA OS PROBLEMAS DA DUALIDADE CONSISTE EM ABOLIR A CRENÇA NO BEM E NO MAL*

 




Que o tema da cura espiritual é enfatizado em nosso trabalho é que a prática deste tipo de cura aprofunda e enriquece a consciência, e através desta prática, os problemas cotidianos da vida nos tocam em um grau decididamente menor. Mas o trabalho de cura não é o fim ou o objeto de nosso ser no caminho espiritual. Ao contrário, é incidental para o objetivo maior de alcançar a realização de Deus.

Qualquer pessoa que tenha tido alguma experiência em metafísica deve ter observado que a ambição de vida de muitos estudantes é tornar-se saudável ou próspero, mas, em algum momento ou outro, esses estudantes devem aprender que a falta não é um problema tão grande quanto foi pintado, nem a doença. 

Na verdade, tanto a doença quanto a falta pode servir de incentivo para nos tirar das limitações físicas e mentais com as quais nos vinculamos. Essas limitações não se dão porque a mente e o corpo são maus ou doentes, mas apenas porque tanto a mente quanto o corpo foram condicionados pela crença em dois poderes.

Um erro frequentemente cometido pelos estudantes em sua prática de cura espiritual, e que foi apontado em capítulos anteriores, é tratar os efeitos - dores de cabeça, tempestades, cânceres, poliomielite - negando-os ou de alguma forma tentando lidar com eles. Nunca cometa esse erro. 

Nunca, sob nenhuma circunstância, trate doenças cardíacas, tuberculose, ou qualquer doença da qual você já tenha ouvido falar, ou qualquer acidente. Estes são apenas efeitos. Se você pudesse remover todos eles, a causa ainda estaria lá, e a causa é uma crença em dois poderes, uma crença na mente carnal.

Se, neste momento, você pudesse ser curado, nada o impediria de ficar doente ou pobre novamente amanhã, a menos que você, você mesmo, tivesse chegado à conclusão de que a cura que ocorreu não foi da falta ou limitação, do medo, do pecado ou dos falsos apetites, da poliomielite, do câncer, da cegueira ou da surdez: de que a cura foi em ser libertado da crença em dois poderes - o bem e o mal.

Uma vez que você começa a curar com base nisso, você descobrirá que aqueles que vêm até você em busca de ajuda recebem anos e anos de liberdade das discórdias e desarmonias da vida cotidiana. Você os libertou não de seus males, mas da causa de seus males, a crença universal nos poderes bons e nos poderes maus.

Se você estiver lidando com um resfriado ou gripe, silenciosamente, esteja disposto a ponderar, refletir, meditar e cogitar sobre esta verdade: Deus, Ser Infinito, além do qual não há outro! Deus, Onipotência! Não há outro poder. Nada pode ser empoderado para fazer o mal. Como poderia ser se Deus é Infinito, se Deus é Bem Infinito e Onipotência Infinita? Deus constitui todo ser.

O que estou enfrentando não é o mal. Não é um germe destrutivo. Estou diante de uma crença em dois poderes, e não a aceito. 

Não pode haver Deus e qualquer outro poder. 

Não pode haver nem mesmo um poder para o bem em qualquer lugar: só pode haver o próprio Deus, mantendo e sustentando a integridade de Seu próprio Ser.

Depois de algumas vezes você ter assistido o resfriado ou a gripe se dissolverem, você começa a ter menos fé no poder do mal e muito mais confiança no Princípio da Unidade e na certeza de que este é o grande Princípio da Vida.



- Joel Goldsmith*

quinta-feira, 31 de julho de 2025

*ELEVANDO O EU*

 




À medida que vivemos na percepção de nossa Consciência Divina, o "homem natural" de nós está "morrendo". Por que ele está "morrendo"? Ele é alimentado apenas por nossos pensamentos, e quando nossa vida humana, nosso eu carnal, não está em nossos pensamentos, ele está "morrendo". 

Quanto mais vivemos na percepção consciente de Deus constituindo nosso ser, mais o "homem natural" está sendo diminuído, até que finalmente se desvanece inteiramente.

Nós mantemos e sustentamos os males, os erros e as discórdias de nossa vida pensando neles, mas assim que não pensamos mais neles, eles deixam de existir porque nunca existiram fora de nosso pensamento. 

À medida que paramos de pensar em nossos triunfos e fracassos, eles não existem mais. Em vez disso, Cristo vive nossa vida.

Como vamos demonstrar a verdade de que o Cristo vive nossa vida? Como vamos demonstrar que podemos fazer todas as coisas através do Cristo? O primeiro passo é renunciar ao pronome pessoal "eu": "eu" temo; "eu" duvido; "eu" não sou capaz; "eu" não tenho a capacidade; "eu" não tenho tempo. Esse senso pessoal do "eu" deve ser abandonado, e devemos lembrar que nosso Maná oculto é nossa percepção deste Cristo que habita em nós.

Enquanto permanecermos na percepção de nosso Cristo Interno, as coisas "deste mundo" devem diminuir e diminuir e diminuir até desaparecerem. 

Quanto mais carregamos em nosso pensamento os medos "deste mundo", menos chances temos de perdê-los. Eles devem ser abandonados primeiro! Eles não podem ser abandonados psicologicamente - isso já foi tentado. Não podemos nos psicologizar a partir de nossos medos. Só há uma maneira de abandonarmos as preocupações do mundo humano, que é deixar o Cristo preencher nossa consciência, ter a percepção constante deste Maná oculto: _"Eu vivo; porém não eu, mas Cristo vive em mim"_. Não podemos viver lá em cima com isso, e odiar ou temer algo aqui embaixo. 

O Cristo veio à nossa consciência para que tenhamos vida, e para que a tenhamos com mais abundância. Mas é nossa percepção consciente disso que O traz à nossa experiência. (9. João 18:36.) (10. Gálatas 2:20.)

Devemos saber que temos este Maná oculto, e o que Ele é. Não podemos ter uma fé cega de que Ele é uma coisa ou outra. Ele não é um amuleto: é a compreensão de que Deus é nossa Consciência, que o Cristo é nossa Mente, que o Cristo é a Lei que opera através de nós. Este é o nosso Maná oculto. Este é o segredo que não podemos contar ao mundo porque seríamos crucificados por ele, como outros já foram antes de nós. Não será crucificado em uma cruz, mas seremos crucificados em nossa Alma ao sermos zombados e ridicularizados. 

Portanto, devemos manter isto trancado em nossa consciência e, quando o mundo ver a praticidade deste modo de vida, ver as vidas harmoniosas que se desdobram, não haverá mais argumentos ou críticas. 

Fique quieto; fique quieto sobre este Maná oculto. Então, mesmo que o mundo não acredite, não haverá argumento algum.

Tudo em nosso mundo humano - seus costumes, linguagem e modo de operação - torna a vida difícil para nós enquanto tentamos manter esta Palavra em nossa consciência. 

A dificuldade é que prestamos um serviço labial à conversação do mundo e, ao mesmo tempo, sempre temos que manter nossa própria integridade espiritual interior e, ainda assim, não expressá-la externamente.

É por isso que é imperativo ter muitos períodos de dez, vinte, ou trinta segundos ou minutos para uma pausa no meio do dia ou da noite para relaxar, lembrar e flutuar novamente no Mar do Espírito. É por isso que é tão essencial fechar os olhos às vezes para sentir o testemunho, e lembrar: "Obrigado, Pai. Eu no meio de mim é o meu Maná oculto".

Todo este tempo estamos elevando o Eu em nós, elevando-O do senso pessoal de "eu" para o Eu que realmente somos. 

Estamos crucificando esse senso pessoal de "eu", e se o mantivermos por tempo suficiente, ele estará "morto", e não restará nada além do Eu que somos, e com isso Minha Paz e Minha Graça, Minha Totalidade, Minha Completude, Minha Harmonia, Minha Justiça.

Temos que lembrar com frequência que o Eu-Cristo é nossa verdadeira identidade, enquanto o "homem natural" é aquela parte de nós que nos foi imposta ao nascer e à qual estamos agora "morrendo". 

Na medida em que elevamos o Eu em nós, estamos "morrendo diariamente" para o senso pessoal do "eu". 

Na medida em que não pensamos, mas descansamos no Mar do Espírito, estamos deixando o Cristo viver nossa vida, e então a cada momento do dia fazemos aquelas coisas que nos foram dadas para fazer.

Um estudante compreensivo não acreditará que este caminho é uma forma de não fazer nada. Em certo sentido, é; mas este "não fazer nada" nos faz levar uma vida muito ocupada porque o "não fazer nada" não é realmente um não fazer nada; é não fazer nada de natureza pessoal. É não fazer nada através do medo ou da dúvida pessoal; é não fazer nada que seja puramente de nossa vontade ou de nosso desejo. Neste sentido, ele não está fazendo nada, mas é realmente uma existência muito ativa porque Deus está Se realizando como nossa experiência individual.


*- Joel Goldsmith*


sábado, 26 de julho de 2025

Cristicidade-6 (Final)

 



– 6-
A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO


A descida do Espírito Santo, com essa experiência (de o Poder do Altíssimo cobri-lo com Suas Asas), ocorre somente quando você conquista alguma medida da realização de Deus como um único poder; quando tenha renunciado a todas as tentativas de lutar contra o erro, ou de usar a Verdade para vencer o mal; quando você cessar de resistir e de lutar, sabendo que “a batalha não é sua, mas de Deus” (“não por força nem por poder, mas pelo Espírito”). 

Quando você descansa nesta certeza e sabe que não é preciso combater nenhuma condição ou pessoa; que não adianta força física nem poder mental, porque tudo vem do Espírito (o Pai em você), então você repousa armas contra as chamadas forças e poderes deste mundo. Aí é que você chega à consciência da verdade de que só há um Poder: Deus. 

Então você sente a descida do Espírito Santo e o Poder do Altíssimo a cobri-lo com Suas asas. Só nessa condição é que sua consciência pode emanar, de você e através de você, a todos aqueles com quem você entra em contato, a força que lhe vem do Alto e de dentro.

No momento da concepção e do nascimento do Cristo em seu íntimo, você deixa de viver na parte humana para viver na Alma. A mente retoma sua própria função como instrumento dócil e fiel e seu corpo será utilizado como veículo de expressão e atividade do Cristo. 

Quando você realizar essa transição conscientemente, não perderá nunca mais seu corpo: mesmo que deixe esse plano, levará seu corpo com você. Entretanto ele continuamente surgirá para aperfeiçoar-se, de acordo com o seu conceito gradualmente mais perfeito do corpo. Você nunca mais deixará de ter um corpo e nem será privado da mente, senão que, agora, ambos, corpo e mente, tornar-se-ão veículos de expressão da Alma, pois esta se comunicará à parte humana através da mente, para que o corpo execute as funções do Ser. Cada fase de sua vida será, então, vivida diretamente pelo Espírito, que emanará do fundo de você.

Esta é a significação da Imaculada Concepção – a concepção do Cristo em sua consciência. Mas, repito, esse nascimento só ocorre numa vida transformada. Ele nasce em sua experiência pessoal quando você transcende o viver mental para um viver através da Alma. Então, você não é mais um ser humano. Você é um Cristo de Deus!

F I M

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Cristicidade-5

 






                        – 5 –

“E o anjo, respondendo-lhe, disse: “O Espírito Santo te cobrirá com Suas asas, pois aquele santo Algo que nascerá de ti, será chamado Filho de Deus”.

Esta experiência ocorre a todo praticista espiritual dedicado. Quando ele está meditando, o Espírito Santo desce sobre ele; o poder do Altíssimo o cobre com Suas asas e então, naquela fração de segundo de concepção, o Cristo lhe é revelado: o Filho de Deus nasce nele.

Esta experiência não remove os efeitos da doença ou privação, para devolver-lhe a saúde e a abundância. Ela sana sua condição humana e restaura sua identidade espiritual. 

O praticista mental meramente transforma uma crença em doença numa crença em saúde, mas o praticista espiritual, que experiencia a unidade com Deus, vive somente para um propósito: para que o Espírito Santo desça e permaneça com ele, cobrindo-o com Suas asas.

Sempre que ele alcança esse estado, acontece a Imaculada Concepção: o Cristo é nele concebido – sendo depois formado, com a continuação do esforço, até que nasça nele. Mas só pode nascer quando morre a ilusão do erro de sua parte humana e a sua Seidade espiritual faça Sua demonstração tangível em sua experiência.




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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Cristicidade-4

 



– 4 –

AS ASAS DO ALTÍSSIMO COBRI-LO-ÃO


O místico, no pináculo de sua iluminação espiritual, transpõe o visível e contempla a Presença ou o Poder oculto em ação. Com essa compreensão mais profunda de cada pessoa e objeto visível, ele pode testemunhar a Atividade do Espírito aparecendo como forma. 

Toda pessoa que alcança a comunhão consciente com Deus é agraciada com vislumbres do Infinito Invisível, que está continuamente produzindo e renovando o universo externo.

Algo parecido ocorre na experiência de um praticista de cura espiritual: num certo ponto do tratamento ou meditação, a atividade mental cessa e ele alcança um lampejo do homem real, aquela invisível parte de si mesmo, chamada Filho de Deus, que é o Cristo do ser individual. 

Cada um de nós tem uma invisível Seidade da qual da qual nosso aspecto visível é uma simples forma externa. Isto você pode provar por si mesmo, fechando os olhos e realizando que o Ser real, o você verdadeiro, está por trás de seus olhos, mas não é visível à consciência humana, quando você se olha no espelho. 

Aquilo que você vê não é você mesmo, senão a forma externa do Eu real, que é invisível, eterno e imortal, porque é a Presença de Deus em você. 

Quando tem este vislumbre, como Moisés no monte, você está pisando um solo santo, onde quer que você esteja, e terá outra visão, porque a real Presença de Deus estará olhando o mundo através de seus olhos.

Com meu intelecto não posso ver você e nem posso conhecê-lo pelo processo mental. Nem mesmo sua mãe, marido, esposa ou irmão pode conhecê-lo(a) realmente, porque seu Eu real é desconhecido a qualquer um deste mundo, exceto a você mesmo, quando iluminado; exceto pelas almas iluminadas pela consciente união com Deus, ou ainda daqueles praticistas espiritualmente esclarecidos que atingiram nível suficiente de iluminação para perceber sua essência espiritual. Esta é a visão que resulta em cura ou solução de qualquer problema. 

Quando o praticista vislumbra, ainda que momentaneamente, o Cristo em você, Aquele que lhe transcende o sentido físico e mental do ser, naquele instante ocorre a Imaculada Concepção. Então o praticista concebe sua identidade espiritual. E esta verdadeira identidade faz depois sua demonstração espiritual, manifestando-se visivelmente.



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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Cristicidade-3

 







A DEMONSTRAÇÃO DA CRISTICIDADE

Quando a totalidade de Deus se faz evidente, tangível e visível como Ser individual, o Pai continua sendo Ele mesmo, pois pode ser imanente e transcendente ao mesmo tempo. 

“Eu e o Pai somos um”, “Aquele que vê a Mim, vê ao Pai que me enviou … mas o Pai é maior que eu”. 

A plenitude do Pai revela-se como a consciência do Filho. Assim, a consciência do Filho é tão eterna e imortal quanto a do Pai. Em nenhuma outra fonte encontramos essa revelação, exceto na doutrina da Cristicidade: a plenitude do Pai, tornada manifesta como Filho. 

Todo o Poder do Pai, manifestado como Deus dando ao Filho o Seu domínio. Não que Deus legue ao Filho o Seu Poder, senão que Ele é domínio expresso como Filho, pois o Pai e o Filho são Um.

Assim nós, como seres individuais, achamos nossa plenitude em Deus. 

Somente quando encontramos a harmonia do ser, a cura, a prosperidade, EM DEUS, reconhecendo-as como a harmonia, a saúde, a abundância de Deus expressas em nós, é que encontramos realmente nossa própria harmonia, saúde, prosperidade como dons imortais, eternos e infinitos.

A demonstração de cura ou de suprimento não é propriamente o vigor físico ou capacidade humana de ganhar dinheiro. A real demonstração, em qualquer área, é de Cristicidade: a atividade do Cristo, por nós testemunhada. 

Quando Moisés suscitou uma coluna de fumo durante o dia, e uma coluna de fogo durante a noite, para guiar seu povo; quando fez brotar água da rocha; quando abriu o Mar Vermelho; ou quando fez cair maná do céu – não se limitou a suprimento e proteção, senão que demonstrou Cristicidade, que atende perfeitamente a tudo.

Hoje, a todo momento abrir-nos à cura de um resfriado, de uma dor de cabeça, indigestão, consunção ou câncer, mas, por favor, não nos esqueçamos de que estes vislumbres serão demonstrações da Cristicidade. Isto ocorre cada vez que identificamos o Cristo em nossos pacientes e estudantes. Se eles são responsivos, demonstram o poder e a presença de Deus como consciência individual – o Reino de Deus na Terra.

Toda demonstração do poder sanador e redentor de Deus é evidência de que o Pai é o Filho: a glória do Pai manifestada como imortalidade, saúde, harmonia, plenitude e integralidade do Filho. Tal é a demonstração da Cristicidade.


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terça-feira, 22 de julho de 2025

Cristicidade-2

 




A ATIVIDADE DA VERDADE NA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL REVELA O CRISTO

A atividade do Cristo é possível a você e a mim, na medida em que podemos captá-la e vivenciá-la, mas só é proveitosa àquele que, no mundo, está decidido a devotar tempo, esforço, pensamento e dinheiro a esta Meta. São necessários todos estes requisitos. Exige-se a consagração, porque a Consciência Crística não é apenas uma conquista de conhecimento, senão o desabrochar de um estado de consciência.

A compreensão da Verdade é a única base para o desenvolvimento dessa consciência. Embora fosse possível reduzir esse ensinamento a mais ou menos doze princípios, o mero conhecimento deles nada resolveria, porque também conhecemos outras setenta e cinco coisas que absorvemos da vida e às quais damos crédito, concedendo-lhes poder de influenciar-nos. Por isso é necessário um período de autodisciplina e treinamento, para chegar ao ponto em que não apenas conheçamos tais princípios reais, senão que também rejeitemos os falsos. Temos de alijar de nossa consciência todas as crenças e superstições relacionadas com poderes físicos e mentais. É preciso superá-los para chegar-se a este alto nível de consciência. 

Ainda que seja verdade que o poder de Deus seja manifestado como consciência individual – como o Filho – também é certo que, para manifestar-se, é preciso que Ele seja primeiramente concebido em nossa consciência.

Esta revelação do Cristo, o Filho e o Pai feitos UM, foi dada a todos os povos, através do mundo inteiro. 

Com a propagação da doutrina cristã a todas as terras e raças, o mundo deverá chegar a um ponto em que a revelação do Cristo não mais se confinará a nenhuma denominação ou seita. Ela não mais será rotulada e nem apresentará qualquer sentido sectário, admitindo, pois, todas as pessoas que aceitem a ideia da integralidade, ou seja, Deus expresso individualmente em cada indivíduo.

O que conta é a aceitação do poder espiritual na consciência individual. E essa consciência é o Cristo. E o que é esse poder espiritual? Será um poder acima de outros poderes? Não: é o reconhecimento de um só poder! 

A menos que reconheçamos Deus como Poder único, estaremos continuamente combatendo germes, aqui, carência e resfriados, ali. 

O ser impregnado da Cristo-Consciência não se debate nas lutas com o mundo. Simplesmente deixa que a Luz nele brilhe, de tal modo que, aquele que a perceber e se aproximar e pedir um pouco dela, irá recebê-la.

A Bíblia é uma revelação do Cristo; uma revelação da natureza infinita de Deus. Individualmente demonstrada. Essa demonstração individual depende apenas de ativar-se a verdade na consciência individual, para que ela, latente que era, se torne dinâmica e possa expressar-se em nossa experiência. 

Então compreendemos que Deus não está sentado lá em cima, no céu, e o homem aqui em baixo, esperando que mande paz à Terra. 

A paz na Terra advirá como consequência da atividade da verdade e do amor na consciência. Começa na consciência de um indivíduo que a espalha num grupo de pessoas. Esse grupo a espalha a uma comunidade e esta, por sua vez, a espalha ao mundo.

Quando as pessoas superam as desinteligências nas relações humanas (não só porque acham os outros bons ou incapazes de prejudicar os demais, mas porque compreendem e aceitam-lhes a parte humana, realizando também que o Cristo é o verdadeiro ser individual), a paz é estabelecida. 

Sim, só quando os indivíduos, em escala mais ampla, começam a reconhecer Deus como a Fonte de todos os seres, é que podem estabelecer a paz em sua consciência. Então poderão exteriorizá-la, tornando-a realidade numa sala cheia de pessoas. Deste modo, em progressão geométrica, esta paz se espalhará, para que o mundo inteiro a expresse.



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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Cristicidade-1

 



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Examinando a história do povo hebreu, desde seus inícios, tal como é relatada na Bíblia, destacamos um tema central: a revelação do Cristo. 

Todos os profetas hebreus, maiores e menores, conforme sua medida, demonstraram a onipresença do bem em meio à escuridão, desespero, carência, limitação, miséria e perigo, protegeram seu povo contra poderes físicos que lhe eram superiores; venceram dificuldades, a fim de que o povo pudesse receber, dentro de seu entendimento, educação e independência política.

Ainda que nenhum ponto da literatura hebraica (com a qual estou familiarizado), pareça reconhecer que na atuação de cada um desses profetas se revelava a atividade e presença do Cristo, isto é claríssimo. 

Todas as grandes demonstrações de suprimento, de proteção, de harmonia, que vemos nos livros do Antigo Testamento, não foram passes de mágica que fazem surgir algo do nada. Não! Eram reais demonstrações da presença do Cristo, sempre que a circunstância ou uma condição adversa o exigiam.

O PODER DE DEUS INDIVIDUALIZADO

Ressaltemos bem, não se trata do poder de um Deus manifestado de fora, mas de um divino poder que um indivíduo pode demonstrar. 

A demonstração individual do poder divino é uma evidência tangível da atividade do Cristo na consciência humana. Deus é UM, e Deus é Poder. 

A demonstração individual desse poder é o Cristo manifestado, o Verbo feito carne. 

Com esta compreensão, ao ler os registros dos vários profetas hebreus, notamos que eles estavam conscientes da onipresença do poder de Deus neles mesmos. Sabiam que estavam demonstrando individualmente, dentro de sua medida, esse poder.

O Novo Testamento é a continuação da história do povo hebreu, porém agora dirigido a um povo de mais alta dimensão de vida. Através um de seus rabinos – Jesus, o Cristo – foi ensinada uma nova forma de vida que não havia sido revelada nas Escrituras hebraicas. Por isso, fez-se necessária uma nova escritura, um Novo Testamento, para legar às gerações futuras uma mais alta revelação do poder de Deus individualizado na consciência humana.

Deste modo, surgiu uma segunda revelação . Deus não é um poder acima dos outros poderes. Algo muito grande a pairar sobre alguém. Deus não guerreia as nações vizinhas. Agora começamos a compreender que esses poderes que o grande Deus Jeová combatia não eram poderes reais, senão algo que o povo aceitava como poder. Deus não é algo que vai destruir poderes inimigos ou proteger-nos de forças adversárias. O Novo Testamento revela que eles não são poderes inimigos.

Em o Novo testamento fala-se pouco do poder de um Deus fora de nós. A ênfase, agora, é posta sobre o poder de Deus demonstrado pelo homem Jesus ou através de João, o discípulo bem-amado e, posteriormente, por meio de Paulo. Ali aprendemos que Deus é uno mas também nos é ensinado que este Deus uno está dentro de nós: Seu reino e reinado estão igualmente em nosso íntimo.

Antes de Jesus, de vez em quando se fala de um Deus poderoso no homem, mas o ensinamento mosaico não considerou Deus como poder individualizado, tal como o Cristo ensina em o Novo testamento, onde é claramente revelado que “o Reino de Deus está dentro de nós”. 

No Novo Testamento Deus desce à filiação individual, à Cristicidade: a totalidade do Pai manifestando-Se como o Filho, na consciência individual. É o mesmo poder, mas agora dentro de cada um de nós.

Isso nos traz ao tema central da Cristicidade, que significa Deus manifestado no indivíduo. 

Toda demonstração do Deus-poder é uma revelação do Cristo, porque é Consciência individualizada, manifestando a Presença, o Poder e Ação de Deus. Se isso não fosse verdade, restar-nos-ia um Deus meramente transcendente, sentado lá em cima, enquanto nós ficaríamos cá em baixo, sentados, esperando que Seu Poder se exercesse sobre nós.

A atividade de Deus é exercida dentro da consciência individual. Homens tais como Abraão, Jacó, Moisés, Josué, Elias, Eliseu, Isaías, Jesus, João e Paulo (para não alongar a citação), manifestaram esse Poder para que o mundo visse como Deus-Poder é individualmente expresso. Isto esclarece o depoimento bíblico de que o Pai e o Filho são Um. 

Deus é o infinito Ser universal e a Cristicidade é a demonstração da Deidade. Sem a demonstração de Deus na experiência individual, atuando em tudo que nos concerne, não haveria a imanência tantas vezes testemunhada pelos iluminados.



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terça-feira, 27 de maio de 2025

*NADA EXISTE ALÉM DO REINO DE DEUS*




Se você for olhar para este mundo com seus olhos, você nunca será capaz de acreditar em Deus, porque tudo que você pode ver, ouvir, provar, tocar e cheirar é finitude, apenas finitude: limitação, pecado, doença, morte, estupidez. 

Uma vez que você fecha os olhos para as aparências e se pergunta: "Como é o Reino de Deus? O que é o Jardim do Éden?" você vai ouvir a Voz mansa e silenciosa, e mesmo enquanto você está olhando diretamente para o homem doente, pecador ou moribundo, essa voz vai dizer-lhe: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." "Não temas, Sou Eu." (Mateus 3: 17.) “Eu, Deus, constituo todos os seres, apesar de todas as aparências em contrário. Só há um Eu. Portanto, "Sou Eu; Não tenhas medo."(João 6: 20.)_

Mas não olhe com os olhos, porque você será enganado. 

Eu estou em ti, e Eu estou em mim. Nós somos Um. 

Só há lugar no céu para EU. 

Só há lugar para Um, e esse Um é Deus. 

Você ficaria surpreso com o que às vezes acontece na meditação, quando você percebe que não há lugar no Reino de Deus para Deus e seu paciente; e uma vez que não há nada além do Reino de Deus, o seu medo desaparece. Você percebe: _"Eu tenho olhado com meus olhos; tenho acreditado no que meus olhos veem, acreditando no testemunho dos sentidos. Tenho julgado pelas aparências, quando na realidade só existe Deus. Há apenas o Eu que Eu Sou."_



*- Joel Goldsmith*